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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O desejo de escrever

A inspiração é sentida, porém inteligível; existe, mas não se sabe como é. Deseja-se, desesperadamente, versos improvisados mas exitosos, gostosos, e talvez óbvios...

Qual foi?! Não me entendes se não sei dizer que te amo, e se afastas de mim porque sou um fraco medroso, meio mentiroso; complicado?!

Se me amas é assim?
Se me amas é isso?

E o olhar que não mente? A boca que sussurra desesperada por isso tudo, e a vida que está passando, amada? Triste, solitário mutante continua e insiste, mas ao mesmo tempo desiste, talvez espere, e deixe no olho, nos poros; talvez deixe a vista o maior desejo: viver. E aí eu te pergunto, amada minha: vamos fugir?!

Show da fé – o melodrama em dúvida e tentativas

No vai e vem da vida, a sede de passado me faz querer voltar para acertar o que não fiz, mas isso atrapalha meus passos e fico, sempre no meio termo, sempre no meio do caminho, sempre à espera, sempre esperançoso... e sozinho.

É sólido esse caminho por onde piso?
Onde está aquilo que me faz bem?
Deus não tem piedade de mim e, assim, sofro como o condenado, sempre me martirizando, sempre meio desconfiado, o coração apertado e a dúvida: estou em falta?
É castigo?
Deus perdoa?

Vão-se os minutos e depois os dias, e tenho medo que vá a vida: oro a Deus que me abençoe, fico eu em volta do passado ou espero calmamente mentiroso a chegada de alguma coisa que me preencha e complemente?

A dúvida instantânea para o dramático nobre vagabundo é a chance de cinco minutos de holofote mas, mesmo machucado em carne viva, esse mutante quer mais... esse mutante quer aprender, simplesmente, a digerir a vida e ter força suficiente para encarar os sonhos e ser feliz, simplesmente.

Baculejo

Já não me importo se não tenho ao meu lado quem tanto amo se amor é plural e momentâneo. O que importa que os outros não vejam o homem que floresce? O homem já sabe, e isso basta. Isso me basta!
É o papo com os amigos até as 2h e 30 da manhã, o ônibus que não passa mais e ainda assim tranqüilo, “de boa”, apesar da cidade grande que te come, te mata, te expõe a perigos, mata aqueles que ousarem não cair na cama cedo...
É a embriaguês de tudo que vale a pena, é parar de reclamar e, simplesmente comemorar, rir um pouco, olhar as estrelas e não mais temer...
O que me importa não é mais ouvir do outro mas surpreendê-lo, simplesmente, não com aquilo que ele quer, mas com aquilo que é bom para mim agora, nesse instante, sem dramas, nem mentiras, só prazer e vida.
E perdoem a falta de inspiração e as rimas pobres, perdoem qualquer coisa, enfim, mas saibam em alto e bom som que esse mutante é outro, pisa firme, já não tm medo, pelo contrário é uma fonte e tem muita sede de tudo que for preciso para viver e ter o que contar.

O que vem depois e a vontade de escrever...

...Ou o constrangimento de ter que dizer quando não há mais o que se dizer.
O vazio dos segundos sem diálogo num momento em que o silêncio incomoda mas, surpreendentemente, é preferível, já que ninguém fala e...
E o que vem depois?

Quem sabe?

Eu só queria escrever por cinco segundos para depois puxar assunto.

Duas Mensagens

O que me separa das pessoas que talvez mais ame são pouco mais de trinta e um minutos, entre uma mensagem de obrigado e outra de por favor, entre um amor de alma e um amor de carne, entre ele e ela, ela para casar, ele para ouvir Benjor.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O SENTIDO DE TUDO

Ninguém entende meus passos, meus desequilíbrios; ninguém me entende em nada, e, pelo contrário, muitos deixam de dizer-me e as coisas vão se acumulando e acumulando e acumulando...
Pensarão, as pessoas, que eu não sofro?
Pensarão, elas, que eu sou mau?
Um instante: pensarão, elas?
Sim, porque não sou o maior dos filósofos e pensadores mas, para não errar demais na vida, procuro pensar e respirar e reorganizar e pensar e... Sentido da Vida? Sentido de viver isso quando a seu redor as coisas são assim, coração desconfortável, pessoas e dias passando tristes e rápidos, tudo que se deixa de dizer e o amor que não se vive, e depois não é amor e depois não há mais tempo e aí passou?
É isso?
Quem observará meus próximos passos?
Eles serão mais firmes a cada dia, eu provarei àqueles que duvudam quão precioso é meu valor! Eu continuo e sei que vou errar, não sou perfeito, mas um dia eu chegarei: não à utopia, mas, antes, às pessoas que mereço, às pessoas melhores, aos que realmente quero... de meu lado.

Plágio - continuação do anterior

E as horas lá se vão loucas e tristes?
Ah, os segundos a menos que escorrem de nossa existência e, simplesmente, passam, perdem-se, fogem e fim!
Daqui a pouco o fim.
Não lhe desespera perder tempo, saldoso companheiro de existência?
Não lhe encomoda o fato de cada dia ter menos tempo e, ainda assim, perder mais tempo? Pois bem lhe digo, com a sede de meus 20 e poucos anos mal vividos, que aquilo que mais me atormenta é o fato de cada dia ter menos, ao passo que tenho sede e, por isso, quero sempre mais, de tudo, de mim mesmo, dos outros, TUDO!
A lágrima que de mim escorre por tantos "não sei o quê"; o cansaço, os problemas, os medos e os defeitos: tudo que cada vez mais nos distancia e nos penaliza com solidão e desejo, e sede, de tudo.
E os segundos passam, e cada vez menos, e daqui a pouco... FIM!

Flerte

Eu olhava para o mesmo lado dela, mas ela olhava o lado oposto; eu ouvia ao mp3, ela ao celular; eu, ao desviar a vista via o seu olhar como que de direção ao meu, que em seguida se voltava ao seu, que por sua vez estava, novamente, ao outro lado, como que para me provocar, com aqueles lábios cor de rosa e olhos tristes, meio mortos mas ainda muito vivos, atentos, com brlho.
Engana-me, foge e baixa o olho, perde tempo, miserável: aquilo que poderia ser tão lindo, se perde no momento em que se puxa a corda da parada.
E aí não tem final feliz, nem beijo, nem fim, porque não começou, porque não existiu, porque, pela puta que me pariu, ela não olhou para mim?

Cópia poética

O sofrimento é inevitável, amargura opcional. Mais ou menos isso disse o poeta, mais ou menos digo para mim todas as horas.
E já que é para manter o tom poético, por favor, nobre vagabundo: olhai os lírios do campo; OLHAI!

Apaixonado

_O quê?!
_O quê o quê?!
_Como assim "O quê o quê?!"?
_Ora, o quê?
_Não sei o quê o quê?

Pensa perdidamente.

_O quê?
_Completamente!
_"Completamente" o quê?
_Condenado, aprisionado, totalmente apaixonado e ainda medroso para dizer o que sente e, por isso, condenado a amar sozinho, a sofrer calado, a todos os clichês e ao mesmo tempo a toda a beleza de um sentimento puro, bonito, ingênuo...

Pausa.

_E... o quê mais?
_O quê!?
_O quê o quê?!
_Como assim "o quê mais"?
_Ora, o que mais, porra! Pagando bem, que mal tem?
_Vá pra puta que pariu, sua vadia!
_Ofendendo não, né, caralho! Cala a boca e fode, vai! Mas fode devagar...
_Puta que pariu.
_Cala a boca ou vou dormir...
_Pega ali um cigarro...

E assim caminha a humanidade.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A caminho de algum lugar

Hoje eu levei um choque!

Dedo na tomada, corpo quente n’água fria, má notícias, alegria...

Nossa, to chocado!

Levei um choque diferente
Um choque estranho
Um choque novo como em nada na minha vida
Um choque novo

Acordei para a vida, além de novo homem ou poço de esperança...

Choque de vida, desencapado, quente, violento...

Chocante.

Nova crise de inspiração

Sensações mil que me tomam e a lâmina fria que corta minha paciência e me desestrutura, todo, completo, um raio que toma minha alma e queima todas as células da matéria, acendendo a chama da vida que germe no espírito e vira sentido, pensamento, experiência, ato.

O desespero de tantas emoções num único momento e o exercício prático de digerir, aprender, melhorar, viver e tornar-se melhor, simplesmente...

Centenas de palavras que não dizem coisa com coisa, talvez penses, mas é bem isso: a crise de inspiração que me toma hoje porque estou machucado e desesperado de amor; o vômito para você de um pouco do tudo que sinto e o melhorar, do texto e do humano... um grama mais leve, um grama mais ajuizado, um grama modificado.

Mutante.

Sozinho.

Acampamento

Parada para descanso.

Na caminhada feroz em busca do novo homem, não só me repito como me abandono, e não a mim mas a bagagens minhas, que no fundo são eu: o medo de dizer certas coisas e magoar alguém, o celular como minha voz e minhas ações, a vergonha de dizer o que penso e as mentiras, sobretudo elas...

Tudo no meio do caminho, para trás...

Só falta querer apaixonar-se, tranqüilo, sem medo, PELADO! A cada passo uma bagagem a menos e um caminho de abandonos, como realmente deve ser: nem sempre se pode ter tudo, nem sempre se deve ter tudo.

Hoje sei que será mais seguir apenas com o necessário: NEM MAIS, NEM MENOS. Mas sei que ainda carrego o medo e não me repreendam: só eu sei o quanto é duro abandonar tudo que deixei no meio do caminho.

Eu estou mais limpo, deixe que eu te mostre;
Eu estou melhor, abra bem os poros;
Eu sou mais do mesmo, olhe nos meus olhos, digo, basta me estender a mão...

Bastam cinco minutos de seu dia; basta um intervalo seu, basta pouco de você pra mim.

Basta!

Agora

O que vem depois é isso.
Só isso. Mais nada!

É o fruto precoce mas previsível do caminho que percorri esquivando-me das pedras e o que mais?

O que mais?

A fonte de esperança que não seca, a fé no futuro, a felicidade de plástico e o medo de não dizer e os outros que mal, falam de você...

É tudo!

É o ciclo que está cada vez mais curto, incômodo, é a tentativa de ser melhor mas não dá e a impaciência de persistir...

Tudo é nada, tudo!

Na tentativa derradeira de mudar meu mundo chega o novo homem, me repito, minto e o que mais?

_A cor do blog que tem que mudar...

_O conteúdo dos textos que tem que ser mais amor...

_A roupa que os outros usam para que eu seja igual...

E mais um bocado de coisas que precisam ser feitas pelo novo homem, por mim e pelo mundo, enfim... Eu não sou mau, e também não sou uma mentira. Pode crer!

E a tentativa derradeira de ser o novo homem e tudo mais... Nada é completamente mentira. E já que me repito, repito: aonde encontrar no outro aquilo que desesperadamente tento resgatar em mim? Eu só quero respeito. Tudo que preciso é um: esse sou eu, favor amar-me como sou. Agora!

Declaração – derramadamente apaixonado

Seus olhos são o meu martírio, já disse, e apesar de todo esse tempo, esse tremule desejo só aprimora-se, renova-se, sofistica-se, Ah!

Mudam-se as pessoas, as situações e tudo, muda o mundo e a loucura permanece, o misto de desejo e repulsa, o ódio que precede o beijo e tudo mais que ainda não vejo há tanto tempo...

Seus olhos tristes, nervosos, vermelhos, meu trampolim para o mundo onde nada é mais perfeito que simplesmente poder estar.

Perdoe a timidez e procure abrir bem seus olhos. Por onde passo procuro-os desesperado, por onde andas também procuras encontrar os meus?

Um mergulho de amor ao que tudo pode, e paz até o dia em que chegarmos lá...

Um beijo.

Traição pela mentira

As teorias falhas do perseguido que se acha traído

_Não olhe mas ele está olhando para você... anda mais rápido!

Os passos por trás de nós que só se mostram por sombras confusas e a quem recorrer se aquele que recorremos não nos conta, não te conta, já não conta?

O vulto da incerteza que nós rodeia, a droga da paixão que nos ludibria e a mentira, mal do mundo, que nos destrói rasteira, faceira, triste...

Em quem confiar se em quem confiava hoje já não posso?

Demissão

E no caminho para o novo homem, eu desfaço os laços, sem lágrimas, engulo a saliva e respondo firme, tranqüilo: eu sou bom, minha essência não é ruim, nem esse emaranhado de coisas em que acredito.

Nada está errado, porque esse é você, mutante. A pergunta que se faz é: isso é bom, novo homem?

Espelho

Eu posso deixar de fumar, posso deixar de amar, posso me trancar do mundo e não ouvir a opinião alheia, me mudar para uma sociedade nova, isolar-me no quarto, cortar a cabeça do dedo com a faca; eu posso fazer tudo e ainda assim haverá uma coisa da qual não poderei fugir... é um negócio estranho, muito pessoal,que usa-se constantemente mas faz parte de mim e, inclusive, é mim, é eu, é carne, consciência e companheira:

Imaginação...

Dela eu fujo como o louco, porque nela eu me liberto das correntes e construo um mundo todo meu, com meu jeito, com meus desejos, meu mundo: extremamente egocêntrico, desrespeitoso e egoísta.

Mas esse mundo, fantástico, esse mundo é um mundo que não resiste à realidade, e por isso eu fujo, porque de imaterial já me bastam as promessas. Fujo desesperado, incomodado, atormentado com tamanha beleza e entristecido, porque seria tão lindo, e ali o vôo tão alto. Mas não é de verdade, porque o que é meu de verdade tem de ser de carne e osso, tem de ser matéria, cheiro de café, lágrima e toque, ainda que de dor, mas lágrima. E salgada, por favor...

O que é meu deve ser real e tocável...
O que é meu tem um pouco de mim com o toque do mundo, e o que estiver apenas dentro de minhas idéia, não me serve por completo...

Abaixo o viver sem sentidos... Quero cheiro, toque, língua e delírios. Quero visões, quero verdade, quero tudo que tenho direito.

Suspiros

Onde o nosso amor se perdeu, Mademoiselle?
Pergunto-me assim porque depois de tantas feridas, nunca imaginei que nesse pobre coração puro mas baleado nasceria tamanho sentimento.

Mas antes de ser puro, esse sentimento foi mesmo aquele sentimento?

Onde, meu bem?

No meu sem jeito de lidar com tudo?
Naquele dia que não fui?
Onde?
No silêncio de nossos segundos ou nas mensagens impensadas, criadas por um herói de mim que é o mais fraco de todos os eus por fazer besteira e deixar que eu resolva?

Onde o amor se perdeu, meu bem?

Vou além, alma má, inconsciente, egoísta, ruim: onde foi parar a sua compreensão/ E por que me iludes? Já me machuquei demais amor.

Se não era amor, então que não me deixasse florir, porque a dor de ver morrer todo esse amor, as flores e todo o bosque, a dor essa dor é interessante mas pesada por demais, sofrível e angustiante por demais, decepcionante, sobre eu e você, eu sem você, amor, sem amor.

02:22 de 11 de setembro

A Inspiração como fuga à solidão,
O celular companheiro inseparável,
As palavras de sempre e o tom cinza, azul escuro, futuro.
Esqueci o que ia dizer.
E de que importa lembrar?
Mais do de sempre?

O jato de esperança que não pára de jorrar,
A timidez para namorar com você,
O desejo de ser bom e a vontade de chorar, cansado com os velhos clichês.

Parado nesse cruzamento barulhento de idéias, pergunto-me: para onde vou?