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terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eu digo.

Beijaram-se ardentemente por longos minutos, como se aquela fosse a primeira vez depois de longos anos... e de olhos bem fechados, sentiam um ao outro...

De olhos bem fechados um sentia ao outro: a língua do homem amado voava como um condor pelo céu de sua boca pequena, seu cabelo ruim fugia das mãos infantis, suas costas lisas e suadas eram arranhadas; suas coxas, sua barba mal feita que rasgava sua pele delicada, o cheiro bom de seu suor de homem, sua força, seu desejo... tudo agora fazia parte dela!
De olhos bem fechados, um sentia ao outro: o medo da mulher desejada, a dança suave de seus cabelos lisos, que impregnados de suor, deslizavam pesados, ainda que muito harmoniosos... seu cheiro bom de moça pura, seu medo de gostar dele, o próprio medo dele de ser tão parte dela, o amor...

Beijaram-se e amaram-se, e depois, saciaram-se, e depois durmiram, e depois sonharam, e no sonho amaram-se: LIVRES, sem medo de ser feliz. E depois acordaram. Depois de um beijo, as estrelas, as mãos que buscavam uma a outra, a gota de suor salgado que rolava pelo rosto de criança, os pêlos, os desejos, os sexos, os dois, nus, um com o outro, um tão parte do outro, um mais do que nunca dentro do outro... enfim... um e o outro!

Agora e para sempre, de olhos fechados ou não, um era o outro.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Óculos Escuros, mademoiselle!

Por trás de meus óculos escuros, eu...
PROTEJO minha alma
FUJO do mundo
FECHO meu mundo
ENCARO o mundo

Por trás de meus óculos escuros, protejo minha alma; porque, sei que sou forte, mas naqueles momentos de fraqueza e fragilidade, naqueles momentos em que você é a última pessoa que preciso ver, naqueles momentos infelizes e desastrosos eu saco meu escudo de quarenta contos, limpo na minha camisa de algodão made in brazil a gordura empregnada pela oleosidade excessiva de minha pele e escondo minha alma. Ela quer saltar pelos meus olhos destraídos e tristonhos, mas me recuso a dividi-la com você. Não, não, não... Não! bem alto! Por trás de meus óculos escuros, não!

Por trás de meus óculos escuros, eu fujo do mundo... Não do meu mundo, mas do seu mundo. Sua existência me irrita, sua ignorância crônica e burra, que nao cessa apesar do mundo tentar te ensinar, me mata delicadamente e rasteiramente. Por trás dos óculos rachados pelo meu jeito afogados, pelos desastre de meus atos, pela inveja alheia ou o que mais lá que seja; por trás de meus óculos rachados, eu fujo do mundo: de seu mundo!

Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo. Não quero qualquer um no meu mundo, não quero invasores, bárbaros, penetras ou afins no meu mundo. Quero ser eu só no meu mundo, eu e quem eu mais quiser, mas só eu decido quem entra, só eu! Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo e te engano com minhas palavras monossílabas e minhas respostas prontas, porque não tenho tempo pra perder a mais do que o que já perco com você... Não no meu mundo...

Por trás de meus óculos escuros, eu encaro a vida! Pode ser que eu nao viva, mas de quê adianta viver, se estamos, sempre, condenados a viver cada um a sua ilusão? Você me diz: "não se iluda meu caro, encare a vida de frente!", e eu pergunto "o que é ilusão pra você, mademoiselle? Desde quando você me ensina a não fazer algo que é sua especialidade, mademoiselle?" Até quando, mademoiselle, até quando?

Por trás de meus óculos escuros, eu vivo a vida sim, encaro ela de frente, um pouco mais seguro, mas talvez nem tanto... É só a droga que cada um precisa consumir para agir, é só o estímulo, um dos estímulos... Por trás de meus óculos, mademoiselle, porque VIVER é o maior estímulo, e não dá pra viver sem estilo. Au revoir, ma petite!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Calor

Voltaram a se encontrar, já sem muito desejo, se bem que o desejo, reprimido, torna-se mais forte... A obcessão de não aceitar, que aparentemente encarou-se como "a cura do amor impossível" transforma-se no doce veneno de querer possuir, ser um... amar, quem sabe...

Voltaram a se encontrar, e durante todo aquele dia quente, procuraram mal se encarar, talvez já prevendo a explosão que aquela abstinência poderiam provocar. Inevitável, porém, o momento da saída: elevador, poucas pessoas, velhas tecnologias e um dedo do "destino" que faz o meio de transporte falhar justamente naquele momento, que não poderia ser mais impróprio, ou poderia...

_ Desce?
_ Desce sim... Eh... Tudo bem contigo?, perguntou meio sem graça.
_ Sim, respondeu olhando para o chão, não tão bem quanto poderia, mas fazer o que, né?
_ Não sei...
_ O que?
_ O que fazer, você disse: "fazer o que?", eu digo "não sei"...
_ Ah...
_Calor, né?
Silêncio humano, barulho mecânico: Deus e o diabo em meio metro de desejo...

Aquele ar abafado, toda a trepidação, o destino, a vida, os hormônios, o desejo, o sangue, a vida, a vida, oh vida... no impacto da freada, quando deram por si, estavam abraçados, mortos de desejo mas vivos de amor, enlouquecidos por uma paixão como nunca sentiram, e que talvez ninguém nunca tenha sentido... Quando deram por si estavam ali, um dentro do outro, agora um único pedaço de carne, que agora não era qualquer objeto inanimado que apenas sobrevivia, mas carne viva, a própria vida em si. Ele rasgou sua blusa com os dentes, enquanto a mão dela afastava de seus corpos qualquer objeto que os impedisse de sentir o calor, agora bom, que um exalava ao outro.

Amaram... e depois dormiram... e depois acordaram... depois se arrependeram de ato tão humano porque todos descobriram e que seria deles agora que todos sabem, que todos viram, que todos... mas que se danem os outros, poderiam pensar. Mas, aí, descobriram que não pensavam, que como parte de um sistema, suas vidas não eram próprias... seus desejos não eram seus e eles simplesmente... "Adeus"...

Tic... Tac...

As horas passam, todas iguais...
Todas vão distantes, mas por que as sinto tão inconstantes, tão irregulares, se as horas passam iguais?!

As horas passam iguais... e passam as horas, e sinto o bater de cada segundo; caminho rumo ao nada e penso comigo mesmo: pra onde? Tem futuro?

Passam as horas... mas não deixe que ela acabe...

A Passos Lentos...

A passos lentos caminho por entre as calçadas esburacadas de meus sonhos.
Na sola do meu pé, sinto cada relevo, cada buraco, não cada grão de pó que o vento espalha. E sinto a vida que brota do solo através dos raios de sol que esquentam a terra e queimam a palma de meu sapato, a sola de meu pé...

A passos lentos sigo em frente, ainda que tenha dúvidas... Que me resta se não caminhar e observar, e às vezes parar pra pensar, para amar, para rir, para chorar... Sigo em frente e, às vezes, vivo... Se bem que a caminhada já é estar vivo... Paro pra viver ou caminho pra sobreviver?

Através das calçadas esburacadas dos meus sonhos eu sigo, às vezes sorrindo, às vezes brincando; caindo e até levantando... O que mais há de se fazer?! Sigo meus sonhos, a passos lentos, sigo meus sonhos e, somente, sigo.

Por favor, siga comigo...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sossego...

Que versos tortos...
Mas, o que se há de fazer?!
Simplesmente não sei dizer
Quem sabe ao envelhecer...

Que tal minhas rimas pobres
para pobres almas nobres?
Intensão RICA
para almas LIMPAS!

Nu de preconceito, mas cheio de...

Não insista...

No meio de toda aquela situação embaraçosa, nada, pensou, poderia ser pior. Mas qual foi sua surpresa quando se viu de frente a ela, naquele lugar incomum, tentando achar dentro de si uma última gota de paciência para aguentá-la falar de suas dúvidas, e seu blá blá blá conhecido de quem sabe que incomoda mas não perde a oportunidade de incomodar... Seria fetiche, pensou alto, mas os barulhos do mundo a impediram de ouvir; será fetiche, continuou, agora em pensamento, me falar todas essas coisas todo santo dia sem que...

Tudo bem até então, disse a outra com a voz seca, o que se há de fazer? Ela permaneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário: no fundo, procurava dentro de si e simplesmente não encontrava... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, todo o mau cheiro, TUDO, e ela apenas pensa... O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você... Antes que a outra continuasse, ela levantou-se e saiu...

Ser ou não ser?

Amo compulsivamente
Quero incessantemente
Desejo ardentemente
...
Vivo apressadamente?

Seca...

Talvez seja eu e não você, disse cabisbaixa, o que se há de fazer? Melhor esquecer, né?! O que se há de fazer... é melhor esquecer...

Dentro dele havia tanto ódio, tanta tristeza, tanta coisa ruim que nem ele mesmo sabia explicar; simplesmente quis chorar e nao pôde. Estou seco, pensou, de mim não sai uma lágrima... O que vai ser de mim se agora nem, ao menos, posso...

O que fazer? Fazer...

Olhou ao redor e não tinha nada a que se apegar ou mesmo a quem chamar. Todos ao seu redor lhe eram estranhos, e, sinceramente, fodam-se todas as boas intensões do mundo. Ao inferno a boas relações... Perco meu tempo, pensou, me dedicando a pessoas de merda quando poderia durmir e, assim, libertar minha alma... Só nos meus sonhos sou realmente livre para ser feliz, ainda que seja no pior dos pesadelos. Só fora de mim eu sou feliz, só fora de mim...

Derrepente alguém se aproximou e interrompeu-se aquele momento de alguma coisa. Não sei o que estou fazendo aqui, disse meio tímido, revoltado com o mundo mas ainda preocupado com o que sentem os outros: "paciência, paciência" era tudo que ouvia dentro de si...

Tudo bem, alguém respondeu, há coisas piores...

Quando se deu conta, estava noutro lugar; lugar qualquer, ou lugar nenhum... Que importa se ainda estava preso. Pensou que podia ser feliz, e que tudo poderia ser mais simples, mas naquele dia ele foi condenado a não fugir... Sentiu cada parte de seu corpo depois de uma semana de sono mal durmido. Seus olhos ardiam, seus gases lhe palpitavam a barriga como espetos, seus ombros estavam mais caídos do que nunca e seus pés simplesmente não resistiriam a mais um minuto... Esperou pelo ônibus 50 minutos. E sobreviveu. Depois desmaiou... e sonhou: seco e sem vida. Seco...

E depois sonhou dinovo, e dinovo, e dinovo e dinovo... E o tempo passou, e ele sonhou, e o tempo passou... A vida passou...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Não insista...

Tudo bem até então, disse com a voz seca, o que se há de fazer?
Ela pernamneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, TUDO, e ela apenas pensa...
O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você...

Antes que continuasse, ela levantou-se e saiu.

Conto de amor

Olhou-a a pressado, como que sabe que no olhar pode entregar tudo. Voltou a cabeça ao serviço, procurou nao fitá-la, mas quando deu por si estava, novamente, com o olhar de encontro ao dela. "Diga-me o que pensas e não tenha medo", sorriu, um tanto encabulada. "Nada demais", respondeu ele, também muito sem graça. E continuaram assim, por longos segundos.

Seu rosto rosava, sentia o sangue que corria em suas veias quentes e cada vez mais difícil de circular. Sua respiração estava difícil, ele sentia-se suando frio, sufocado, e ao mesmo tempo com uma sensação boa, algo inexplicável. Mas o que pudera fazer? Essas coisas não dão para controlar...

"Meu Deus, pensou ele, ela está vendo toda minha indiotice, toda essa minha vergonha, quero sumir daqui, que vergonha, que merda... O que farei, o que dizer? Como posso ter vergonha de uma coisa tão simples, por que estou assim, o que há em mim?" Ele queria sumir, mas não dá pra ser assim: a vida tem de ser encarada de frente, sem rodeios, mas ele tinha medo. E no meio de todo aquele misto de sensações, ainda sentia prazer e paz.

"Pode ir agora, se quiser..."

"Mas já?", perguntou.

"Sim. Amanhã a gente continua. Se cuide..." e saiu. E todas as lembranças dela se desfizeram, como o perfume que some aos poucos... Como o efeito do veneno que mata lentamente, ele simplesmente a via, deixava-a partir, saia do misto de emoções para o estado de sofrimento: ruim com ela, mas pior sem... O que dizer: pedir que não e revelá-la a verdade? Continuar assim para amanhã sofrer mais? O que fazer...

"sinto o quanto o mundo me pesa
queria digerir, mas a realidade é misteriosa e cruel
o que faço, o que me resta?
quero fugir, mas sei que não dá pra ser sempre assim..."
o que me resta?

Eu renasço, sempre só, só pra se viver?

Puro e simplesmente. Nao sou mutante por acaso, mas porque me transformo a cada instante, a cada novo segundo, agora e sempre.

Será que um dia eu vou chegar? Quem pode dizer? nem eu mesmo sei... também nao sei o que quero, só sei que quero, e quanto mais eu penso, às vezes mais difícil fica. Só que também fica mais gostoso, e tenho mais vontade de continuar, de proceguir, de encontrar...

"qual o segredo da felicidade?
será preciso ficar só pra se viver?
qual o sentido da realidade?
será preciso ficar só pra se viver...
só pra se viver...
ficar só...
só pra se viver...
ficar só, só pra se viver..."

Só resta saber que sou eu.
Só pra se viver, ou só pra se viver?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sono profundo....

Queria falar tudo que sinto, mas não sei como dizê-lo, pois acho que sinto mas não sei se é real ou se é alucinação... Um sonho bom, quem sabe?! Ou um pesadelo... Não sinto meus sonhos...

Queria fazer diferente, mas não acho forças para fazê-lo... Se almenos estivesse vivo, mas olho ao redor e não me sinto seguro pra agir.

Queria ser livre, mas o sono profundo que aprisiona minha alma não permite que eu seja quem realmente deveria ou queria ser... Só queria fazer diferente, mas como fazer se ainda não descobri a maneira, a realidade, a vida...
Preciso acordar desse sono profundo mas como?