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terça-feira, 19 de agosto de 2008

Raiz em desenvolvimento

A inspiração que precisa de solo porque o jarro que nos prende já está podre, pequeno demais, incômodo e triste.

Esse pântano em meio ao verde, esse cheiro de cachorro nas escadas, pêlos pela sala e vista baixa de vergonha para olhar nos olhos... Todos já estão, todos, por demais insuportáveis.Suplico a Deus, nosso senhor, senhor dos outros (e espero que meu também), para que me parta um raio de coragem e bravura, um raio de verdade para que morram todas essas mentiras... Um raio de alívio para que suma todo esse constrangimento, um raio de vida para que eu saia desse submundo e respire plenamente as manhãs ensolaradas ou chuvosas de minha vida... Vida de maneira simplesmente verdadeira, plena, nua, o profundo, como a falta de ar que me toma agora por esse submundo de... inexplicável o sentido dessa subvida...

E não precisa deixar comentário! Jorge, meu amigo, para quê o vômito se bom mesmo é o incômodo na barriga desses outros, e na dos nossos também? O corte nas almas elevadas e nas tentativas frustradas de coisas falantes e clichês que se arrastam por aí é melhor que qualquer palavra de consolo ao fim dos textos...

A fé de que dentro de cada um algo aconteceu com certas palavras e basta!

Lamentações de um prisioneiro

Policlínica psiquiátrica Nossa Senhora do Relógio. Cinco e pouco da madrugada. Sala 15, cômodo G. Cheiro de mofo, quarto molhado e camisa de força. Na jaula, a menina que queria voar ajoelhada no chão de cimento com sono e olhos vermelhos. Enquanto espera o próximo segundo os raios de sol brincam assutados com tamanha... tamanha situação...

Enquanto todos vivem lá fora, eu mofo nesse mausoléu em que durmo e insisto. Sobrevida de mentira e inspiração sombria, diferente das cores que exalava ao correr pelo campo, pés descalços, livre...

Mofo através das correntes que me aprisionam a esse momento de desperdício total, e a esperança dos dias melhores como quando há luz no fim do túnel escuro e frio.

Eu fecho os olhos para não ter certeza e espero que o próximo segundo chegue, para que seja menos um e, até quando isso, Deus? Até quando? Deus? Você ainda está aí?

Inspiração aos pinotes... Uma frase, um pensamento... Aquilo que sinto e, no entanto, nada faz sentido. Nada... O que vem depois? O que você espera para depois?

Sem resposta.

Passos nos corredores; desespero: o café da manhã acompanhado de pitadas de volts, água gelada, violência sexual e remédios. O insistente desejo de voar alto num céu azul, sem nuvens, sol de meio dia e a lágrima da esperança.


Seus sonhos, onde estão acorrentados?


Seus sonhos...

Amor não correspondido

Caneta preta no papel perfumado. A pressa para deixar o bilhete por baixo da porta que se abre pontualmente às sete e meia, às vezes oito horas. O suspiro profundo em busca das palavras perfeitas, o capricho na letra, o pensamento...

...Esse é só mais um texto em sua homenagem. Às vezes peço que seja o último mas, no fundo, gosto que seja outro, de muitos outros...

Mas hoje acho que é único, porque veio do momento, sabe, depois de pensar em futuro e passado, depois de pensar em nós, depois de se embebedar em promessas e se banhar em solidão... Meu bem, o que deixei de fazer e o que ainda me resta para não te perder de vez? E aquele encontro nas férias que tínhamos sugerido marcar no último dia?

Ai de mim que sou romântico, porque me apego às promessas como ao oxigênio com relação às plantas... entendeu? Plantas, oxigênio, fotossíntese... Acho que já disse isso, droga! E essa carta é para poesia, não para desabafo... Para confissões e bobagens minhas...

Pensa. Ainda em busca da inspiração, do verso perfeito...

O que é o tempo e qual o sentido da vida quando não estamos juntos? O que oferecer em troca do amor que nos dão sem que peçamos amor?! Porque el simplesmente surge e aí o que se há de fazer, não é mesmo...

Amada amada, honestamente não sei o que dizer... sei que não amo porque meu coração encontra-se tão longe... Quilômetros de distância... Mas estar ao seu lado é tão bom que acho que estou prestes a descobrir um novo amor, novo mas normal, como sempre e...

Infelizmente, faltou a inspiração ideal para esses versos mas sobrou a honestidade perfeita para expressar aquilo que sinto de verdade. Sem rodeios: Ama-me.

Um beijo...

A fuga:

medida necessária para se entender com a alma e o vômito de pensamentos, bons pensamentos, em intervalos do tempo, lapsos da vida, momentos deu comigo mesmo...