Recebo aquelas malditas linhas tortas, recheadas de palavras malditas, verdadeiras armas que ferem minha alma e consomem todas as minhas forças, toda minha pasciência, tudo... leio com pressa, como se a dor doesse menos se lesse mais rápido, mas que besteira, as palavras doem ao mesmo tempo, porque o tempo passa do mesmo jeito, resta condicionar minha pele para que não sinta, minha cabeça para que não pense, minha vida pra que não viva, apesar da vontade de viver... Estou confuso! Como dói.
Refaço-me do de tudo; o que me resta, se não sobreviver a tudo? Ser forte é a minha última esperança, pelo menos enquanto ainda quiser ser feliz, enquanto necessitar estar vivo, não importa como. Eu me refaço, aos poucos, daquilo; em meio a pessoas estranhas e rostos que me assustam, e releio, e vou digerindo aos poucos, e acordo do susto, e me refaço....
Derrepente sinto correr pelo meu rosto um líquido quente, certamente salgado, suor ou lágrimas, quem sabe, e sinto também o vento nos sílios, na pele ainda sensível do barbear mal feito e apressado. Minha pele dói pelo sol que queima sem pena, sinto o mundo mas não me comunico com ele, simplesmente vejo em meu pequeno espaço de visão minhas mãos trêmulas, o vento, os pedaços de papel... ao fundo ouço e até sinto as pessoas, que me tocam e me olham, mas eu permaneço só em meu infinito particular. Ah, o vento! É o vento que leva os pedacinhos de papel que vou guardando na palma de minha mão. O vento leva, como se com ele fossem os problemas, e as dores, e a ilusão, como se levasse você, maldito você...
Acordo!
Olho ao meu redor e agora vejo que as pessoas estão ali, e querem saber o que há ali, e se estou bem, e vejo as pessoas recolherem, inutilmente, os pedaços do papel que o vento sabiamente espalha; velo as pessoas mas não as quero em mim, e alguém diz que estou mal porque você se foi, "Há um adeus aqui", grita uma senhora gorda e morena, suada e cansada, mas tão solícita que me deu pena. Não fiz nada, não respondi a nada: recolhi minha alma, respirei, levantei o braço direito e dei sinal. O ônibus parou, limpei meu rosto, peguei meus óculos escuros com os quais me escondo do mundo, subi e parti. E olhei pra trás e vi as pessoas resmungarem algo que parecia raiva. Não ligo que tenham ira por mim, o que importa? Minha alma ferida agora só queria sair dali, só queria se recolher e esquecer a casca que deixei ali. Sim, eu troquei de pele, novamente, como sempre... Parti. Boa notícia. Pra onde, meu Deus!
domingo, 4 de novembro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Eu digo.
Beijaram-se ardentemente por longos minutos, como se aquela fosse a primeira vez depois de longos anos... e de olhos bem fechados, sentiam um ao outro...
De olhos bem fechados um sentia ao outro: a língua do homem amado voava como um condor pelo céu de sua boca pequena, seu cabelo ruim fugia das mãos infantis, suas costas lisas e suadas eram arranhadas; suas coxas, sua barba mal feita que rasgava sua pele delicada, o cheiro bom de seu suor de homem, sua força, seu desejo... tudo agora fazia parte dela!
De olhos bem fechados, um sentia ao outro: o medo da mulher desejada, a dança suave de seus cabelos lisos, que impregnados de suor, deslizavam pesados, ainda que muito harmoniosos... seu cheiro bom de moça pura, seu medo de gostar dele, o próprio medo dele de ser tão parte dela, o amor...
Beijaram-se e amaram-se, e depois, saciaram-se, e depois durmiram, e depois sonharam, e no sonho amaram-se: LIVRES, sem medo de ser feliz. E depois acordaram. Depois de um beijo, as estrelas, as mãos que buscavam uma a outra, a gota de suor salgado que rolava pelo rosto de criança, os pêlos, os desejos, os sexos, os dois, nus, um com o outro, um tão parte do outro, um mais do que nunca dentro do outro... enfim... um e o outro!
Agora e para sempre, de olhos fechados ou não, um era o outro.
De olhos bem fechados um sentia ao outro: a língua do homem amado voava como um condor pelo céu de sua boca pequena, seu cabelo ruim fugia das mãos infantis, suas costas lisas e suadas eram arranhadas; suas coxas, sua barba mal feita que rasgava sua pele delicada, o cheiro bom de seu suor de homem, sua força, seu desejo... tudo agora fazia parte dela!
De olhos bem fechados, um sentia ao outro: o medo da mulher desejada, a dança suave de seus cabelos lisos, que impregnados de suor, deslizavam pesados, ainda que muito harmoniosos... seu cheiro bom de moça pura, seu medo de gostar dele, o próprio medo dele de ser tão parte dela, o amor...
Beijaram-se e amaram-se, e depois, saciaram-se, e depois durmiram, e depois sonharam, e no sonho amaram-se: LIVRES, sem medo de ser feliz. E depois acordaram. Depois de um beijo, as estrelas, as mãos que buscavam uma a outra, a gota de suor salgado que rolava pelo rosto de criança, os pêlos, os desejos, os sexos, os dois, nus, um com o outro, um tão parte do outro, um mais do que nunca dentro do outro... enfim... um e o outro!
Agora e para sempre, de olhos fechados ou não, um era o outro.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Óculos Escuros, mademoiselle!
Por trás de meus óculos escuros, eu...
PROTEJO minha alma
FUJO do mundo
FECHO meu mundo
ENCARO o mundo
Por trás de meus óculos escuros, protejo minha alma; porque, sei que sou forte, mas naqueles momentos de fraqueza e fragilidade, naqueles momentos em que você é a última pessoa que preciso ver, naqueles momentos infelizes e desastrosos eu saco meu escudo de quarenta contos, limpo na minha camisa de algodão made in brazil a gordura empregnada pela oleosidade excessiva de minha pele e escondo minha alma. Ela quer saltar pelos meus olhos destraídos e tristonhos, mas me recuso a dividi-la com você. Não, não, não... Não! bem alto! Por trás de meus óculos escuros, não!
Por trás de meus óculos escuros, eu fujo do mundo... Não do meu mundo, mas do seu mundo. Sua existência me irrita, sua ignorância crônica e burra, que nao cessa apesar do mundo tentar te ensinar, me mata delicadamente e rasteiramente. Por trás dos óculos rachados pelo meu jeito afogados, pelos desastre de meus atos, pela inveja alheia ou o que mais lá que seja; por trás de meus óculos rachados, eu fujo do mundo: de seu mundo!
Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo. Não quero qualquer um no meu mundo, não quero invasores, bárbaros, penetras ou afins no meu mundo. Quero ser eu só no meu mundo, eu e quem eu mais quiser, mas só eu decido quem entra, só eu! Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo e te engano com minhas palavras monossílabas e minhas respostas prontas, porque não tenho tempo pra perder a mais do que o que já perco com você... Não no meu mundo...
Por trás de meus óculos escuros, eu encaro a vida! Pode ser que eu nao viva, mas de quê adianta viver, se estamos, sempre, condenados a viver cada um a sua ilusão? Você me diz: "não se iluda meu caro, encare a vida de frente!", e eu pergunto "o que é ilusão pra você, mademoiselle? Desde quando você me ensina a não fazer algo que é sua especialidade, mademoiselle?" Até quando, mademoiselle, até quando?
Por trás de meus óculos escuros, eu vivo a vida sim, encaro ela de frente, um pouco mais seguro, mas talvez nem tanto... É só a droga que cada um precisa consumir para agir, é só o estímulo, um dos estímulos... Por trás de meus óculos, mademoiselle, porque VIVER é o maior estímulo, e não dá pra viver sem estilo. Au revoir, ma petite!
PROTEJO minha alma
FUJO do mundo
FECHO meu mundo
ENCARO o mundo
Por trás de meus óculos escuros, protejo minha alma; porque, sei que sou forte, mas naqueles momentos de fraqueza e fragilidade, naqueles momentos em que você é a última pessoa que preciso ver, naqueles momentos infelizes e desastrosos eu saco meu escudo de quarenta contos, limpo na minha camisa de algodão made in brazil a gordura empregnada pela oleosidade excessiva de minha pele e escondo minha alma. Ela quer saltar pelos meus olhos destraídos e tristonhos, mas me recuso a dividi-la com você. Não, não, não... Não! bem alto! Por trás de meus óculos escuros, não!
Por trás de meus óculos escuros, eu fujo do mundo... Não do meu mundo, mas do seu mundo. Sua existência me irrita, sua ignorância crônica e burra, que nao cessa apesar do mundo tentar te ensinar, me mata delicadamente e rasteiramente. Por trás dos óculos rachados pelo meu jeito afogados, pelos desastre de meus atos, pela inveja alheia ou o que mais lá que seja; por trás de meus óculos rachados, eu fujo do mundo: de seu mundo!
Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo. Não quero qualquer um no meu mundo, não quero invasores, bárbaros, penetras ou afins no meu mundo. Quero ser eu só no meu mundo, eu e quem eu mais quiser, mas só eu decido quem entra, só eu! Por trás de meus óculos escuros, eu fecho meu mundo e te engano com minhas palavras monossílabas e minhas respostas prontas, porque não tenho tempo pra perder a mais do que o que já perco com você... Não no meu mundo...
Por trás de meus óculos escuros, eu encaro a vida! Pode ser que eu nao viva, mas de quê adianta viver, se estamos, sempre, condenados a viver cada um a sua ilusão? Você me diz: "não se iluda meu caro, encare a vida de frente!", e eu pergunto "o que é ilusão pra você, mademoiselle? Desde quando você me ensina a não fazer algo que é sua especialidade, mademoiselle?" Até quando, mademoiselle, até quando?
Por trás de meus óculos escuros, eu vivo a vida sim, encaro ela de frente, um pouco mais seguro, mas talvez nem tanto... É só a droga que cada um precisa consumir para agir, é só o estímulo, um dos estímulos... Por trás de meus óculos, mademoiselle, porque VIVER é o maior estímulo, e não dá pra viver sem estilo. Au revoir, ma petite!
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Calor
Voltaram a se encontrar, já sem muito desejo, se bem que o desejo, reprimido, torna-se mais forte... A obcessão de não aceitar, que aparentemente encarou-se como "a cura do amor impossível" transforma-se no doce veneno de querer possuir, ser um... amar, quem sabe...
Voltaram a se encontrar, e durante todo aquele dia quente, procuraram mal se encarar, talvez já prevendo a explosão que aquela abstinência poderiam provocar. Inevitável, porém, o momento da saída: elevador, poucas pessoas, velhas tecnologias e um dedo do "destino" que faz o meio de transporte falhar justamente naquele momento, que não poderia ser mais impróprio, ou poderia...
_ Desce?
_ Desce sim... Eh... Tudo bem contigo?, perguntou meio sem graça.
_ Sim, respondeu olhando para o chão, não tão bem quanto poderia, mas fazer o que, né?
_ Não sei...
_ O que?
_ O que fazer, você disse: "fazer o que?", eu digo "não sei"...
_ Ah...
_Calor, né?
Silêncio humano, barulho mecânico: Deus e o diabo em meio metro de desejo...
Aquele ar abafado, toda a trepidação, o destino, a vida, os hormônios, o desejo, o sangue, a vida, a vida, oh vida... no impacto da freada, quando deram por si, estavam abraçados, mortos de desejo mas vivos de amor, enlouquecidos por uma paixão como nunca sentiram, e que talvez ninguém nunca tenha sentido... Quando deram por si estavam ali, um dentro do outro, agora um único pedaço de carne, que agora não era qualquer objeto inanimado que apenas sobrevivia, mas carne viva, a própria vida em si. Ele rasgou sua blusa com os dentes, enquanto a mão dela afastava de seus corpos qualquer objeto que os impedisse de sentir o calor, agora bom, que um exalava ao outro.
Amaram... e depois dormiram... e depois acordaram... depois se arrependeram de ato tão humano porque todos descobriram e que seria deles agora que todos sabem, que todos viram, que todos... mas que se danem os outros, poderiam pensar. Mas, aí, descobriram que não pensavam, que como parte de um sistema, suas vidas não eram próprias... seus desejos não eram seus e eles simplesmente... "Adeus"...
Voltaram a se encontrar, e durante todo aquele dia quente, procuraram mal se encarar, talvez já prevendo a explosão que aquela abstinência poderiam provocar. Inevitável, porém, o momento da saída: elevador, poucas pessoas, velhas tecnologias e um dedo do "destino" que faz o meio de transporte falhar justamente naquele momento, que não poderia ser mais impróprio, ou poderia...
_ Desce?
_ Desce sim... Eh... Tudo bem contigo?, perguntou meio sem graça.
_ Sim, respondeu olhando para o chão, não tão bem quanto poderia, mas fazer o que, né?
_ Não sei...
_ O que?
_ O que fazer, você disse: "fazer o que?", eu digo "não sei"...
_ Ah...
_Calor, né?
Silêncio humano, barulho mecânico: Deus e o diabo em meio metro de desejo...
Aquele ar abafado, toda a trepidação, o destino, a vida, os hormônios, o desejo, o sangue, a vida, a vida, oh vida... no impacto da freada, quando deram por si, estavam abraçados, mortos de desejo mas vivos de amor, enlouquecidos por uma paixão como nunca sentiram, e que talvez ninguém nunca tenha sentido... Quando deram por si estavam ali, um dentro do outro, agora um único pedaço de carne, que agora não era qualquer objeto inanimado que apenas sobrevivia, mas carne viva, a própria vida em si. Ele rasgou sua blusa com os dentes, enquanto a mão dela afastava de seus corpos qualquer objeto que os impedisse de sentir o calor, agora bom, que um exalava ao outro.
Amaram... e depois dormiram... e depois acordaram... depois se arrependeram de ato tão humano porque todos descobriram e que seria deles agora que todos sabem, que todos viram, que todos... mas que se danem os outros, poderiam pensar. Mas, aí, descobriram que não pensavam, que como parte de um sistema, suas vidas não eram próprias... seus desejos não eram seus e eles simplesmente... "Adeus"...
Tic... Tac...
As horas passam, todas iguais...
Todas vão distantes, mas por que as sinto tão inconstantes, tão irregulares, se as horas passam iguais?!
As horas passam iguais... e passam as horas, e sinto o bater de cada segundo; caminho rumo ao nada e penso comigo mesmo: pra onde? Tem futuro?
Passam as horas... mas não deixe que ela acabe...
Todas vão distantes, mas por que as sinto tão inconstantes, tão irregulares, se as horas passam iguais?!
As horas passam iguais... e passam as horas, e sinto o bater de cada segundo; caminho rumo ao nada e penso comigo mesmo: pra onde? Tem futuro?
Passam as horas... mas não deixe que ela acabe...
A Passos Lentos...
A passos lentos caminho por entre as calçadas esburacadas de meus sonhos.
Na sola do meu pé, sinto cada relevo, cada buraco, não cada grão de pó que o vento espalha. E sinto a vida que brota do solo através dos raios de sol que esquentam a terra e queimam a palma de meu sapato, a sola de meu pé...
A passos lentos sigo em frente, ainda que tenha dúvidas... Que me resta se não caminhar e observar, e às vezes parar pra pensar, para amar, para rir, para chorar... Sigo em frente e, às vezes, vivo... Se bem que a caminhada já é estar vivo... Paro pra viver ou caminho pra sobreviver?
Através das calçadas esburacadas dos meus sonhos eu sigo, às vezes sorrindo, às vezes brincando; caindo e até levantando... O que mais há de se fazer?! Sigo meus sonhos, a passos lentos, sigo meus sonhos e, somente, sigo.
Por favor, siga comigo...
Na sola do meu pé, sinto cada relevo, cada buraco, não cada grão de pó que o vento espalha. E sinto a vida que brota do solo através dos raios de sol que esquentam a terra e queimam a palma de meu sapato, a sola de meu pé...
A passos lentos sigo em frente, ainda que tenha dúvidas... Que me resta se não caminhar e observar, e às vezes parar pra pensar, para amar, para rir, para chorar... Sigo em frente e, às vezes, vivo... Se bem que a caminhada já é estar vivo... Paro pra viver ou caminho pra sobreviver?
Através das calçadas esburacadas dos meus sonhos eu sigo, às vezes sorrindo, às vezes brincando; caindo e até levantando... O que mais há de se fazer?! Sigo meus sonhos, a passos lentos, sigo meus sonhos e, somente, sigo.
Por favor, siga comigo...
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Sossego...
Que versos tortos...
Mas, o que se há de fazer?!
Simplesmente não sei dizer
Quem sabe ao envelhecer...
Que tal minhas rimas pobres
para pobres almas nobres?
Intensão RICA
para almas LIMPAS!
Nu de preconceito, mas cheio de...
Mas, o que se há de fazer?!
Simplesmente não sei dizer
Quem sabe ao envelhecer...
Que tal minhas rimas pobres
para pobres almas nobres?
Intensão RICA
para almas LIMPAS!
Nu de preconceito, mas cheio de...
Não insista...
No meio de toda aquela situação embaraçosa, nada, pensou, poderia ser pior. Mas qual foi sua surpresa quando se viu de frente a ela, naquele lugar incomum, tentando achar dentro de si uma última gota de paciência para aguentá-la falar de suas dúvidas, e seu blá blá blá conhecido de quem sabe que incomoda mas não perde a oportunidade de incomodar... Seria fetiche, pensou alto, mas os barulhos do mundo a impediram de ouvir; será fetiche, continuou, agora em pensamento, me falar todas essas coisas todo santo dia sem que...
Tudo bem até então, disse a outra com a voz seca, o que se há de fazer? Ela permaneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário: no fundo, procurava dentro de si e simplesmente não encontrava... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, todo o mau cheiro, TUDO, e ela apenas pensa... O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você... Antes que a outra continuasse, ela levantou-se e saiu...
Tudo bem até então, disse a outra com a voz seca, o que se há de fazer? Ela permaneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário: no fundo, procurava dentro de si e simplesmente não encontrava... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, todo o mau cheiro, TUDO, e ela apenas pensa... O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você... Antes que a outra continuasse, ela levantou-se e saiu...
Seca...
Talvez seja eu e não você, disse cabisbaixa, o que se há de fazer? Melhor esquecer, né?! O que se há de fazer... é melhor esquecer...
Dentro dele havia tanto ódio, tanta tristeza, tanta coisa ruim que nem ele mesmo sabia explicar; simplesmente quis chorar e nao pôde. Estou seco, pensou, de mim não sai uma lágrima... O que vai ser de mim se agora nem, ao menos, posso...
O que fazer? Fazer...
Olhou ao redor e não tinha nada a que se apegar ou mesmo a quem chamar. Todos ao seu redor lhe eram estranhos, e, sinceramente, fodam-se todas as boas intensões do mundo. Ao inferno a boas relações... Perco meu tempo, pensou, me dedicando a pessoas de merda quando poderia durmir e, assim, libertar minha alma... Só nos meus sonhos sou realmente livre para ser feliz, ainda que seja no pior dos pesadelos. Só fora de mim eu sou feliz, só fora de mim...
Derrepente alguém se aproximou e interrompeu-se aquele momento de alguma coisa. Não sei o que estou fazendo aqui, disse meio tímido, revoltado com o mundo mas ainda preocupado com o que sentem os outros: "paciência, paciência" era tudo que ouvia dentro de si...
Tudo bem, alguém respondeu, há coisas piores...
Quando se deu conta, estava noutro lugar; lugar qualquer, ou lugar nenhum... Que importa se ainda estava preso. Pensou que podia ser feliz, e que tudo poderia ser mais simples, mas naquele dia ele foi condenado a não fugir... Sentiu cada parte de seu corpo depois de uma semana de sono mal durmido. Seus olhos ardiam, seus gases lhe palpitavam a barriga como espetos, seus ombros estavam mais caídos do que nunca e seus pés simplesmente não resistiriam a mais um minuto... Esperou pelo ônibus 50 minutos. E sobreviveu. Depois desmaiou... e sonhou: seco e sem vida. Seco...
E depois sonhou dinovo, e dinovo, e dinovo e dinovo... E o tempo passou, e ele sonhou, e o tempo passou... A vida passou...
Dentro dele havia tanto ódio, tanta tristeza, tanta coisa ruim que nem ele mesmo sabia explicar; simplesmente quis chorar e nao pôde. Estou seco, pensou, de mim não sai uma lágrima... O que vai ser de mim se agora nem, ao menos, posso...
O que fazer? Fazer...
Olhou ao redor e não tinha nada a que se apegar ou mesmo a quem chamar. Todos ao seu redor lhe eram estranhos, e, sinceramente, fodam-se todas as boas intensões do mundo. Ao inferno a boas relações... Perco meu tempo, pensou, me dedicando a pessoas de merda quando poderia durmir e, assim, libertar minha alma... Só nos meus sonhos sou realmente livre para ser feliz, ainda que seja no pior dos pesadelos. Só fora de mim eu sou feliz, só fora de mim...
Derrepente alguém se aproximou e interrompeu-se aquele momento de alguma coisa. Não sei o que estou fazendo aqui, disse meio tímido, revoltado com o mundo mas ainda preocupado com o que sentem os outros: "paciência, paciência" era tudo que ouvia dentro de si...
Tudo bem, alguém respondeu, há coisas piores...
Quando se deu conta, estava noutro lugar; lugar qualquer, ou lugar nenhum... Que importa se ainda estava preso. Pensou que podia ser feliz, e que tudo poderia ser mais simples, mas naquele dia ele foi condenado a não fugir... Sentiu cada parte de seu corpo depois de uma semana de sono mal durmido. Seus olhos ardiam, seus gases lhe palpitavam a barriga como espetos, seus ombros estavam mais caídos do que nunca e seus pés simplesmente não resistiriam a mais um minuto... Esperou pelo ônibus 50 minutos. E sobreviveu. Depois desmaiou... e sonhou: seco e sem vida. Seco...
E depois sonhou dinovo, e dinovo, e dinovo e dinovo... E o tempo passou, e ele sonhou, e o tempo passou... A vida passou...
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Não insista...
Tudo bem até então, disse com a voz seca, o que se há de fazer?
Ela pernamneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, TUDO, e ela apenas pensa...
O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você...
Antes que continuasse, ela levantou-se e saiu.
Ela pernamneceu parada, como quem observa o horizonte imaginário... Os carros passando acelerados, as pessoas, o sol, o calor, o barulho, todos os motores, todos os problemas do mundo, TUDO, e ela apenas pensa...
O problema está em mim, não em você, continuou. Fazer o que? Talvez seja melhor não viver. Ou que tal esquecer... Sou eu, não você...
Antes que continuasse, ela levantou-se e saiu.
Conto de amor
Olhou-a a pressado, como que sabe que no olhar pode entregar tudo. Voltou a cabeça ao serviço, procurou nao fitá-la, mas quando deu por si estava, novamente, com o olhar de encontro ao dela. "Diga-me o que pensas e não tenha medo", sorriu, um tanto encabulada. "Nada demais", respondeu ele, também muito sem graça. E continuaram assim, por longos segundos.
Seu rosto rosava, sentia o sangue que corria em suas veias quentes e cada vez mais difícil de circular. Sua respiração estava difícil, ele sentia-se suando frio, sufocado, e ao mesmo tempo com uma sensação boa, algo inexplicável. Mas o que pudera fazer? Essas coisas não dão para controlar...
"Meu Deus, pensou ele, ela está vendo toda minha indiotice, toda essa minha vergonha, quero sumir daqui, que vergonha, que merda... O que farei, o que dizer? Como posso ter vergonha de uma coisa tão simples, por que estou assim, o que há em mim?" Ele queria sumir, mas não dá pra ser assim: a vida tem de ser encarada de frente, sem rodeios, mas ele tinha medo. E no meio de todo aquele misto de sensações, ainda sentia prazer e paz.
"Pode ir agora, se quiser..."
"Mas já?", perguntou.
"Sim. Amanhã a gente continua. Se cuide..." e saiu. E todas as lembranças dela se desfizeram, como o perfume que some aos poucos... Como o efeito do veneno que mata lentamente, ele simplesmente a via, deixava-a partir, saia do misto de emoções para o estado de sofrimento: ruim com ela, mas pior sem... O que dizer: pedir que não e revelá-la a verdade? Continuar assim para amanhã sofrer mais? O que fazer...
"sinto o quanto o mundo me pesa
queria digerir, mas a realidade é misteriosa e cruel
o que faço, o que me resta?
quero fugir, mas sei que não dá pra ser sempre assim..."
o que me resta?
Seu rosto rosava, sentia o sangue que corria em suas veias quentes e cada vez mais difícil de circular. Sua respiração estava difícil, ele sentia-se suando frio, sufocado, e ao mesmo tempo com uma sensação boa, algo inexplicável. Mas o que pudera fazer? Essas coisas não dão para controlar...
"Meu Deus, pensou ele, ela está vendo toda minha indiotice, toda essa minha vergonha, quero sumir daqui, que vergonha, que merda... O que farei, o que dizer? Como posso ter vergonha de uma coisa tão simples, por que estou assim, o que há em mim?" Ele queria sumir, mas não dá pra ser assim: a vida tem de ser encarada de frente, sem rodeios, mas ele tinha medo. E no meio de todo aquele misto de sensações, ainda sentia prazer e paz.
"Pode ir agora, se quiser..."
"Mas já?", perguntou.
"Sim. Amanhã a gente continua. Se cuide..." e saiu. E todas as lembranças dela se desfizeram, como o perfume que some aos poucos... Como o efeito do veneno que mata lentamente, ele simplesmente a via, deixava-a partir, saia do misto de emoções para o estado de sofrimento: ruim com ela, mas pior sem... O que dizer: pedir que não e revelá-la a verdade? Continuar assim para amanhã sofrer mais? O que fazer...
"sinto o quanto o mundo me pesa
queria digerir, mas a realidade é misteriosa e cruel
o que faço, o que me resta?
quero fugir, mas sei que não dá pra ser sempre assim..."
o que me resta?
Eu renasço, sempre só, só pra se viver?
Puro e simplesmente. Nao sou mutante por acaso, mas porque me transformo a cada instante, a cada novo segundo, agora e sempre.
Será que um dia eu vou chegar? Quem pode dizer? nem eu mesmo sei... também nao sei o que quero, só sei que quero, e quanto mais eu penso, às vezes mais difícil fica. Só que também fica mais gostoso, e tenho mais vontade de continuar, de proceguir, de encontrar...
"qual o segredo da felicidade?
será preciso ficar só pra se viver?
qual o sentido da realidade?
será preciso ficar só pra se viver...
só pra se viver...
ficar só...
só pra se viver...
ficar só, só pra se viver..."
Só resta saber que só sou eu.
Só pra se viver, ou só pra se viver?
Será que um dia eu vou chegar? Quem pode dizer? nem eu mesmo sei... também nao sei o que quero, só sei que quero, e quanto mais eu penso, às vezes mais difícil fica. Só que também fica mais gostoso, e tenho mais vontade de continuar, de proceguir, de encontrar...
"qual o segredo da felicidade?
será preciso ficar só pra se viver?
qual o sentido da realidade?
será preciso ficar só pra se viver...
só pra se viver...
ficar só...
só pra se viver...
ficar só, só pra se viver..."
Só resta saber que só sou eu.
Só pra se viver, ou só pra se viver?
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Sono profundo....
Queria falar tudo que sinto, mas não sei como dizê-lo, pois acho que sinto mas não sei se é real ou se é alucinação... Um sonho bom, quem sabe?! Ou um pesadelo... Não sinto meus sonhos...
Queria fazer diferente, mas não acho forças para fazê-lo... Se almenos estivesse vivo, mas olho ao redor e não me sinto seguro pra agir.
Queria ser livre, mas o sono profundo que aprisiona minha alma não permite que eu seja quem realmente deveria ou queria ser... Só queria fazer diferente, mas como fazer se ainda não descobri a maneira, a realidade, a vida...
Preciso acordar desse sono profundo mas como?sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Bandeira... Manoel Bandeira...
Tudo...
O vento varria tudo...
E a minha vida ficava cada vez mais cheia...
De tudo...
O vento varria tudo...
E a minha vida ficava cada vez mais cheia...
De tudo...
Furacão CLARISSE se aproxima da massa cefálica...
até onde caminhei, em meu sonho, foi tudo o que achei no meio do caminho:
- pedras;
- ingratidão;
- confusão;
- "Quem sou? Bem, isso já é demais. (...). É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tenho que falar não só exprimo o que sinto como o que sinto se transfoma lentamente no que eu digo. Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto, mas o que eu digo. Sinto que sou e a impressão está alojada na parte alta do cérebro, nos lábios - na língua principalmente - , na superfície dos braços e também correndo dentro, bem dentro do meu corpo, mas onde, onde mesmo, eu não sei dizer."
- _ O que se consegue quando se fica feliz?, sua voz era uma seta clara e fina. A professora olhou para Joana.
_ Repita a pergunta...?
Silêncio. A professora sorriu arrumando os livros.
_ Pergunte de novo, Joana, eu é que não ouvi.
_ Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois? - Repetiu a menina com obstinação.
A mulher encarava-a surpresa.
_ Que idéia! Acho que não sei o que você quer dizer, que idéia! Faça a mesma pergunta com outras palavras...
_ Ser feliz é para se conseguir o que?
A professora enrubesceu - nunca se sabia dizer por que ela avermelhava. Notou toda a turma, mandou-a dispersar para o recreio.
O servente veio chamar a menin para o gabinete. A professora lá se achava:
_ Sente-se... Brincou muito?
_ Um pouco...
_ Que é que você vai ser quando for grande?
_ Não sei.
_ Bem. Olhe, eu tive também uma idéia - corou.
_ Pegue um pedaço de papel, escreva essa pergunta que você me fez hoje e guarde-a durante muito tempo. Quando você for grande leia-a de novo. - Olhou-a. - Quem sabe? Talvez um dia você mesma possa respondê-la de algum modo... - Perdeu o ar sério, corou. - Ou talvez isso não tenha importância e pelo menos você se dirvetirá com...
_ Não.
_ Não o quê? - perguntou surpresa a professora.
... - _ você já pensou que um ponto, um único ponto sem dimensões, é o máximo de solidão?
e só... pelo menos, até então... quem sabe amanhã, quando eu sonhar mais...
(LISPECTOR, Clarice. Perto do Coração selvagem. Ed. Nova Fronteira)
ESPERANÇA...
Por incrível que pareça, EU RENASÇO, não das cinzas como Fénix, mas como um poço de esperança que insiste em jorrar, apesar dos pesares...
A esperança me brota como a planta que persiste em sobreviver às mais ferozes chamas;
como o sol que surge acolhedor depois do dilúvio;
como o sertanejo que espera, pacientemente, pelas gotas de chuva que custam a cair;
como o filho, com medo, que se espalha no braço forte do pai depois do pesadelo;
como a mãe que tem em seus braços um pedaço de vida indefeso e delicado, que custou a se concretizar mas agora é realidade, é fato, é sua nova razão pra viver e sonhar;
como o mais gélido dos corações, que redescobriu o que é amar;
como o doente, que no fim que foi dado por outros, entende os significados doce se confortadores da fé e do milagre;
como a vida, a cada novo dia, que surge, apesar de tudo...
EU RENASÇO...
E como me conforta o ato de renascer; como é gostoso sentir a ESPERANÇA inundar as minhas veias... como é maravilhoso saber que, dentro desse corpo seco, de casca dura e miolo simples, medroso, confuso e descrente, há um poço de esperança que insiste em rojar, apesar da vida...
EU RENASÇO... PURO E SIMPLESMENTE. que bom que posso errar
que bom que posso PERDOAR.
A esperança me brota como a planta que persiste em sobreviver às mais ferozes chamas;
como o sol que surge acolhedor depois do dilúvio;
como o sertanejo que espera, pacientemente, pelas gotas de chuva que custam a cair;
como o filho, com medo, que se espalha no braço forte do pai depois do pesadelo;
como a mãe que tem em seus braços um pedaço de vida indefeso e delicado, que custou a se concretizar mas agora é realidade, é fato, é sua nova razão pra viver e sonhar;
como o mais gélido dos corações, que redescobriu o que é amar;
como o doente, que no fim que foi dado por outros, entende os significados doce se confortadores da fé e do milagre;
como a vida, a cada novo dia, que surge, apesar de tudo...
EU RENASÇO...
E como me conforta o ato de renascer; como é gostoso sentir a ESPERANÇA inundar as minhas veias... como é maravilhoso saber que, dentro desse corpo seco, de casca dura e miolo simples, medroso, confuso e descrente, há um poço de esperança que insiste em rojar, apesar da vida...
EU RENASÇO... PURO E SIMPLESMENTE. que bom que posso errar
que bom que posso PERDOAR.
Alguém pode ser Eu ou Você...
...E no meio daquele mar revolto de sensações, quase sem ar, asfixiado... me vi no lugar do outro e pude, finalmente, descobrir que Eu talvez não passasse de mais Alguém...
Me vi como mais um na fila rumo ao Futuro de nada, Futuro de frustrações, Futuro de sem futuro...
CHOREI...
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Você é aquilo que você FAZ, não o que QUER ser.
Dia desses vinha pensando, sentado num ônibus que mais parecia um liquidificador, que nessa vida somos não o que queremos ser, mas o que efetivamente praticamos. Se quisermos que o outro nos conheça, basta que convivamos para que as máscaras caiam ou o intrínseco se revele. Esse papinho de "Eu sou assim, eu sou assado", é pura bobagem... Você é aquilo que você faz, não o que deseja ser, ao menos que pratique o que quer ser... Mas como ser, se às vezes não se sabe o que se quer ser?
...Ser ou não ser...
...Só sei que nada sei...
...Sei, mais do que eu quis, mais do que sou, mais do que sei...
Pelo menos é o que acho até agora...
...Ser ou não ser...
...Só sei que nada sei...
...Sei, mais do que eu quis, mais do que sou, mais do que sei...
Pelo menos é o que acho até agora...
Alguém e a vida alheia...
Alguém estava decidido a dar um fim àquela situação. Era errado, ia contra os padrões estabelecidos por outro Alguém (quem sabe um Ninguém), algum dia, em algum ano da história da humanidade! Era foda, as pessoas não poderiam agir assim! Ele, como defensor da felicidade alheia, do bem estar de seus amigos e de tudo mais que achasse interessante, não poderia deixar que aquilo persistisse...
Alguém seguiu com a idéia fixa na cabeça, mas fraco de cabeça como era, não agiu antes de deixar bem claro a todos que agiria: "devo agir", disse em alto e bom som a meia dúzia de "pessoas", as quais Alguém considerava importantes. Alguém explicou a muitos o que iria fazer, Alguém prometeu mundos e fundos, Alguém disse que ia fazer, mas no fim não fez. Pior: Alguém se achava no direito de fazer, mas na verdade, não o tinha, porque esse direito é individual e intransfirível. Alguém realmente não tem noção. Alguém não tem...
Alguém não está em si, meu Deus! Alguém acha que pensa, mas, oh Pai! Alguém não pensa...
Alguém queria agir mas algo dentro de si não o deixava fazer. No fundo, Alguém tinha medo, e temendo o futuro ou consequências, terminava nunca fazendo muita coisa, sem perceber que, na verdade, já tinha feito algo, talvez não o que quizesse fazer, mas uma "contra-indicação" de sua ação (que, felizmente, não teve reações graves... só alguns machucões na alma de um ou outro)...
Alguém não agiu... Nunca age! No fundo, Alguém é uma derrota constante, um frustrado ambulante, uma miséria deplorável que é mais um candidato a futuro nada, futuro merda, pilar de sustentação de uma sociedade BURRA que priva o Outro de SER FELIZ e prefere as REGRAS IMBECÍS à felicidade pura e simplesmente.
Alguém é mais um... Coitado de Alguém. É só mais um... Alguém é, mas infelizmente não tem.
Alguém seguiu com a idéia fixa na cabeça, mas fraco de cabeça como era, não agiu antes de deixar bem claro a todos que agiria: "devo agir", disse em alto e bom som a meia dúzia de "pessoas", as quais Alguém considerava importantes. Alguém explicou a muitos o que iria fazer, Alguém prometeu mundos e fundos, Alguém disse que ia fazer, mas no fim não fez. Pior: Alguém se achava no direito de fazer, mas na verdade, não o tinha, porque esse direito é individual e intransfirível. Alguém realmente não tem noção. Alguém não tem...
Alguém não está em si, meu Deus! Alguém acha que pensa, mas, oh Pai! Alguém não pensa...
Alguém queria agir mas algo dentro de si não o deixava fazer. No fundo, Alguém tinha medo, e temendo o futuro ou consequências, terminava nunca fazendo muita coisa, sem perceber que, na verdade, já tinha feito algo, talvez não o que quizesse fazer, mas uma "contra-indicação" de sua ação (que, felizmente, não teve reações graves... só alguns machucões na alma de um ou outro)...
Alguém não agiu... Nunca age! No fundo, Alguém é uma derrota constante, um frustrado ambulante, uma miséria deplorável que é mais um candidato a futuro nada, futuro merda, pilar de sustentação de uma sociedade BURRA que priva o Outro de SER FELIZ e prefere as REGRAS IMBECÍS à felicidade pura e simplesmente.
Alguém é mais um... Coitado de Alguém. É só mais um... Alguém é, mas infelizmente não tem.
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