BlogBlogs.Com.Br

Pesquisar este blog

domingo, 4 de novembro de 2007

Má notícia...

Recebo aquelas malditas linhas tortas, recheadas de palavras malditas, verdadeiras armas que ferem minha alma e consomem todas as minhas forças, toda minha pasciência, tudo... leio com pressa, como se a dor doesse menos se lesse mais rápido, mas que besteira, as palavras doem ao mesmo tempo, porque o tempo passa do mesmo jeito, resta condicionar minha pele para que não sinta, minha cabeça para que não pense, minha vida pra que não viva, apesar da vontade de viver... Estou confuso! Como dói.

Refaço-me do de tudo; o que me resta, se não sobreviver a tudo? Ser forte é a minha última esperança, pelo menos enquanto ainda quiser ser feliz, enquanto necessitar estar vivo, não importa como. Eu me refaço, aos poucos, daquilo; em meio a pessoas estranhas e rostos que me assustam, e releio, e vou digerindo aos poucos, e acordo do susto, e me refaço....

Derrepente sinto correr pelo meu rosto um líquido quente, certamente salgado, suor ou lágrimas, quem sabe, e sinto também o vento nos sílios, na pele ainda sensível do barbear mal feito e apressado. Minha pele dói pelo sol que queima sem pena, sinto o mundo mas não me comunico com ele, simplesmente vejo em meu pequeno espaço de visão minhas mãos trêmulas, o vento, os pedaços de papel... ao fundo ouço e até sinto as pessoas, que me tocam e me olham, mas eu permaneço só em meu infinito particular. Ah, o vento! É o vento que leva os pedacinhos de papel que vou guardando na palma de minha mão. O vento leva, como se com ele fossem os problemas, e as dores, e a ilusão, como se levasse você, maldito você...

Acordo!

Olho ao meu redor e agora vejo que as pessoas estão ali, e querem saber o que há ali, e se estou bem, e vejo as pessoas recolherem, inutilmente, os pedaços do papel que o vento sabiamente espalha; velo as pessoas mas não as quero em mim, e alguém diz que estou mal porque você se foi, "Há um adeus aqui", grita uma senhora gorda e morena, suada e cansada, mas tão solícita que me deu pena. Não fiz nada, não respondi a nada: recolhi minha alma, respirei, levantei o braço direito e dei sinal. O ônibus parou, limpei meu rosto, peguei meus óculos escuros com os quais me escondo do mundo, subi e parti. E olhei pra trás e vi as pessoas resmungarem algo que parecia raiva. Não ligo que tenham ira por mim, o que importa? Minha alma ferida agora só queria sair dali, só queria se recolher e esquecer a casca que deixei ali. Sim, eu troquei de pele, novamente, como sempre... Parti. Boa notícia. Pra onde, meu Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário