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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Cinco segundos

Te amo-te tanto que não respiro de tantos suspiros... que romântico esse estado de espírito! Me embebedo com suas lamúrias e histórias: absurdas, mas suas, todas sua, como minha pobre alma nua e crua, igualmente ou mais que sua – tua.

Confuso

Uma dor destroça meu pobre coração: será infarto? Ou será o fado? É fado, de fato!

Às horas que me liberto de você, estou em paz, não há pingos de dor, como é boa a calmaria que é a falta desse amor. Amor?

Mas ao teu lado, é fato, me acabo de amor e de dor e de “sofrôr”. Pra quê sofrer? Teria eu que merecer tamanho “sofrôr”? Meu coração palpita descompassado, acelerado por essa maldita emoção que muitos chamam de amor. É amor?

Cospe, disse, dia desses, mas cospe de longe, e corre, pra mais longe, porque não demora e esse confuso vulcão entra em erupção e aí, aí nada será como antes, nada!

Eu com a minha dor... também dói em você? Cospe, mas cospe com amor...

Rebelde (antes “Gramática”)

Faltam-me palavras, pois só de dúvidas morre afogada minha pobre alma desprovida de alto-estima...
Machuca esse homem que te venera; e cospe, mas cospe de longe, nesse ser que se engana e se reinventa e não desiste, apesar das circunstâncias, apesar de você, apesar de tudo e do mundo... cospe e depois beija, mas não esquece, pois hoje é você, mas amanhã posso ser eu o agente ativo da oração passiva.

Fugitivo

Caminho depressa.
Mais depressa.
Mais depressa...
Os carros me seguem e procuro não olhar pros lados, nem pra trás, nem pra frente... Meu Deus, pra onde? Apenas vejo baixo, porque se te encaro, morro. E se morro não vivo! Se bem que não vivo desde que te conheço...
Apareces em meus sonhos, pensamentos, pesadelos e devaneios. Surges em tudo, estás até nas prateleiras das compras, nas janelas tristonhas, nos rostos cansados e nas mais diferentes pessoas enfim...
Fujo de você mas, de que me importa, se não escapo dessa febre que me consome graças ao maldito amor que hoje me toma? Fujo do que sinto e caminho rumo ao quê se o que sinto impregnou em minhas veias e me anima a vida pra seguir em frente e ser feliz?
Sou fugitivo de seu amor, e apesar da fuga, desejo irresistivelmente ter você comigo e prender você a mim pra ser feliz.
Amo e não nego.
Fujo e resisto enquanto amas em segredo. Sobrevivo, fugitivo, mas até quando?

Sufocado

Me esbaldo nos seus braços: quem manda me encher de abraços? Sou forte para o mundo e dentro do mundo, mas fora dele, enfiado em teus braços, sou só um menininho precisando de carinho.

Adoro teu braço firme de mulher que luta pra sobreviver e reina sob todas sobrevivências porque acha sentido em cada segundo perdido, em cada momento superado.

Sou menino, Seu menino, só seu menino, que adora e sobrevive de teu carinho...

Que seja duradouro enquanto houver química, e que a química seja eterna, pra sempre... em seus braços, o meu mundo!

Olfato

Adoro teu cheiro, sob todos os sentidos da palavra cheiro.
Assim que sinto teu cheiro, me alucino, sereno, nesse aroma vadio.
Seu beijo: ah como é bom teu cheiro...
Deslizas por meu corpo com teu cheiro que procura, no meu cheiro, o alento pro teu desejo.

E o que me resta? Toma, toma-me inteiro!

Cheiras meu corpo em busca de meu cheiro, enquanto enlouqueço de desejo com a reles presença de teu cheiro. Teu cheiro. Ah, esse cheiro... Esse cheiro me renova sempre que voltas; e a prova, é a saborosa loucura que invade meu peito e afoga minha alma de desejo: de jeito, desse jeito...

Nosso segredo que só no olhar se pode revelar: mas é tão segredo que só no cheiro para entregar... mas, também, ninguém conhece nosso cheiro. Esse cheiro é mais um segredo! Exalo nosso cheiro quando estamos presos, e só nós percebemos esse cheiro, porque ele é derradeiro e verdadeiro, segredo.

Rapidinha

Te amo-te tanto que só queria tê-la em meus braços quentes por um minuto, sentindo o frescor sublime de sua boca fina filha de uma vadia!
De olhos fechados e língua com língua: tê-la por um minuto vadio.

Novo Amor – Homenagem a J. e J.

À espera dela, esqueço do mundo apesar dele lembrar-me que estou nele a toda hora... penso nela mas, em que importa, se ela não vem e as horas, ao passar dos segundos, são intermináveis e sofríveis?

Kiss-me Baby
Kiss-me
Pena que você não me quis.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Aquela nuvem que passa...

...e, derrepente, vejo-me salvo daquela nuvem negra e fria. Saio do escuro para respirar, de novo, o mundo e tudo que há de bonito. Se me pergunto “Pra que viver uma vida sem sentido”, respondo que em tudo há algum sentido, basta trocar o foco e procurar sentir todos os sentidos.

Nasci novamente? Não! Talvez seja só mais um alto dos altos e baixos de minha vida. Mas hoje estou alto, bem alto. E sem nuvens escuras e tristes como seus olhos, negros...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Promessas

Juro que me entorpeço a cada nova história que me enrolas...

Malditas sejam as suas lorotas, essas palavras doces que passeiam, tortas, por seus lindos lábios finos. Essas desgraças em rima são meu desespero, meu vício e cobiça...

_Vai, joga mais uma pra mim! Joga, mente novamentepra que minha pobre alma se alimente e, por mais um dia, sobreviva...

Você nada diz... nada.

_Saiba, continuo, alimento-me das migalhas que são suas palavras. Que destino cruel, Deus meu: viver como um mendigo, que se alimenta de migalhas...

Você sorri. Só ri...

Morro com suas promessas, e hoje em dia, só essas promessas me fazem sentido. Por favor, desfaça esse feitiço, porque contra ele, minha mãe já fez até promessa. Não quero morrer esperando as suas promessas, por favor, liberte-me desse martírio, liberte-me dessa promessa...

Amor

Agora deliro enquanto me encaixo em tuas coxas grossas...

Minha mão apressada percorre tuas costas lisas, mas agora tudo é mais sensível, inclusive meu tato e qualquer um dos sentidos. Saboreio seus beijos doces e molhados, sinto seu coração pulsar demorado, como os segundos, que agora parecem parados à espera desse espetáculo... você me beija desesperadam...



Kiss-me Baby

Kiss-me



...desesperadamente, como o condenado na hora da sentença, estarrecida, nitroglicerina, pobre menina... Te abraço, te afago, te acaricio e abrigo tuas dores, e temores, e desejos e desterros. E como me agrada ser teu porto seguro; como me alegra saber que de mim precisas; como me aterroriza pensar que, um dia, morras... não, penso, não quero que morras, e já conversamos sobre isso... mas amo-te tanto que me alegro só de saber que tu existes, e que és minha menina, minha pobre menina, minha pessoa, só minha.

Agora gememos? A dor do corpo passou, agora é só mais um tempero ao alimento das almas, de nossas almas. Snto tudo mil vezes mais forte e tudo o que sinto é agradável, apreciável, amável. Não há problemas: estamos juntos... e nada mais nos incomoda...

Subimos rumo a onde? Que tal à lua, às estrelas, ao céu... pro céu.

Viagem.

Depois de envenenar-me em seu tempero, não há outro desepero se não o de tê-la novamente. Porque antes de você não havia muita vida nessa curtiça... caminhava sozinho por essas ruas sujas, sobrevivente de cada novo segundo, refém de uma novidade que nunca se revelara...

Mas aí a conheci e, aí, os sentidos transgrediram e, ainda não há sentido, mas já tenho sentido o novo, ou mesmo o velho, com ares de desconhecido, com roupa de novo, de novo.

Meu sofrimento por vossa existência, por incrível que pareça, dá colorido ao meu viver, preenche os vazios, machuca para me tornar mais forte... com você sinto que estou vivo e que posso, porque te amo e estou vivo, porque amo.

Basta!

Minuto.

Na caminhada, o sol amarelo queima minha pele morena, macia. Mais um passo, outro e mais outro, outro passo e paro. Lá vem o carro!

Vummmmmmm!

mais outro e outro e outro... minha longa jornada, ao contrário do que já disse, trouxe-me sim boas vitórias... boas pequenas vitórias.

Mas não importam se são pequenas? São vitórias! Para acalmar a minha tristeza que me faz perder o sentido das coisas, caminho por entre os carros tristes e velozes.

Vummmmmmmmmmmm!

Caminho calmamente sob o sol de meio dia, o sol da liberdade que queima meu corpo e dilata todos os meus poros. Como é bom saber que ainda estou vivo, penso, enquanto os raios de sol quaimam meu rostoe o vento brinca com uma das gotas de suor que escorrem em direção ao asfalto quente, escaldante, preto...

Estou vivo! Reajo à vida, então sou humano, de carne e osso, e não de pedra, de pedra... pedra. toco a pedra escaldante e queimo a ponta de meus dedos. Deus meu, penso, estou vivo, sinto, estou vivo... continuo minha jornada renovando as esperanças de estar vivo. Espero que dure até o próximo minuto.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Calmamente.

... calmamente caminho, como sempre, rumo ao nada. Mas agora, minha esquizofrenia já mostra seus ramos, e eu, coitado, deslizo pela loucura contida e o desejo reprimido de ser, apesar de não ter certeza de como ser ou mesmo em que ser. Meu primeiro ramo é agora, repetindo histórias e repetindo... repetindo. Caminho perdido, mas agora caminho tranqüilo. Passou a fome... passou a vontade de chorar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sensatu...

Respiro suavemente seu delicado aroma de incerteza, enquanto me beijas estado de coma: fora da realidade, mas viva, com os pés no chão... na cama... nesse caso, na minha cama. Viva, pergunto, ainda viva?

Toco seus lábios grossos, seus lábios grandes e grossos... e repouso. E você se inclina e eu te crivo com astúcia e carinho... meus toques, quando te tocam, te deixam louca, e sua loucura me cativa: toco outro lado, e mais outro, e outro... e páro.

Toco seu corpo, ficamos, nós, loucos, e em repouso. A loucura é a melhor das aventuras, a melhor porta pro... a melhor plataforma por pouso? Não! Loucura é a melhor janela pro vôo...

Jardineiro

No caminho obscuro, por entre as vielas de minhas incertezas e devaneios, encontro flores... encontro o quê? Encontro formas de vida talvez mais confusas, mais frágeis, mais perdidas do que eu... encontro formas singelas de viver que só querem, talvez como eu, encontrar a felicidade; talvez, como eu, fazer feliz, inclusive a eu.

Bendito seja Deus, que me abençoa, dia a dia, com tanta alegria: amigos... são flores? Amigos também são rochas, são caminho, são luz e, às vezes, até espinhos, como os espinhos daquela flor... Mas amigos são HUMANOS, amigos são PESSOAS e eu sobrevivo de pessoas e humano. Sou feliz por ser pessoa e ter pessoas. Amigos pessoas... feliz.

Se amanhã não sobrevivem essas pessoas, paciência e dor... você não regou a flor o suficiente? Você foi negligente! Você, você... a gente segue em frente! A gente se conforma, segue em frente e colhe outras flores, resgatando mais pessoas, construindo mais caminhos.

Obrigado, pessoas; mas NUNCA "oi, pessoas!"
"oi amigos". Oi. Feliz. Amigo.

Alguém quer dividir Felicidade?

Caminho só essa árdua jornada em busca de quê; em busca de quê oh, meu Deus?!

Ilumine minhas idéias para que me conforme com o que tenho; ou aprisione minha alma para que ela não deseje aquilo que não tem, pois pior do que não ter é querer algo que jamais se experimentou... como querer algo que, se quer, sei o que é?

Oh, Deus, cortai meus pulsos para que eu morra e veja se contigo ou não encontro a paz que procuro. É paz o que procuro? É paz sim, paz para minha alma...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Dependência psíquica lícita

Sobrevivo a mais um dia... e depois de um dia de mundos e fundos, depois de ir e vir, tropeçar, cair e subir, depois de me chocar e decepcionar, me decepcionar, encontro-me exausto jogado nas ruas, encontro-me anestesiado, apesar de não ter certeza de o quê me entorpece... sei que o coração tá machucado, cansado desse fado que é amar sem ser amado.

Socorro!

Preciso desesperadamente de minha dose sem restrições médicas de loucura aguda... preciso de loucura, preciso de loucura!

Agora, todos me olham com seus olhos mortos e cansados, mas o que posso fazer, é a crise de abstinência, repito, antes de me expulsarem do coletivo enfadonho.

Morram todos numa batida violenta,
grito, abalado com o meio fio... morram todos, repito baixinho, o coração pesado e os olhos tristes também, cansados também, desiludidos do mundo. Ainda posso acreditar no ser humano, pergunto, enquanto os carros passam e a vida também. Caminho pra onde, penso, por onde?

Ando sem rumo, talvez depois me aprume, mas como? Ando mais um pouco, gosto de morte na boca, não morte de morrer, mas morte de não mais estar vivo... já me sinto louco quando ouço, longe, um som torto...

É ela, irônica, num carro, chamando por meu nome.

Kiss-me baby,
Kiss-me
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim

É tudo que ouço em meio àquela dor de cabeça.

Como um mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântic...

Viro as costas e sigo em frente, mais confuso do que nunca, mais esperançoso do que antes.

Que fim dar a esse texto, meu Deus, penso, e automaticamente respondo:

Como um mutante, no fundo sempre sozinho, seguindo o meu caminho, ai de mi que sou romântico! Kiss-me Baby
Kiss-me
pena que você não me quis, não me suicidei por um triz, ai de mim que sou assim.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Relíquias esperançosas de um momento imaginado

Entro no prédio e procuro desesperadamente o elevador, para fugir do mundo e de todas as pessoas que tentam ser agradáveis às sete horas da manhã... penso enquanto caminho atá o elevador, penso, penso...

Outro dia, penso, me peguei falando que renasço... mas a vida me testa dia após dia com muito esmero. Bato, caio, respiro e continuo, sem vontade, essa bendita jornada que, acho, não me leva a nada.

Acordo feliz, satisfeito por mais um dia, mas aí vem o fado, vem você e todos os retalhos. E aí, aí me desespero, me descontento, me acabo. Entro numa transe, que mais tarde, eu sei, só pode ser esquisofrenia...

Coitada de minha tia, do vizinho, do porteiro e zelador... todos me comprimentam com suas caras de merda e eu, gélida, engulo a seco meu desatino, meu clandestino, e proibido.

Vago pelas ruas sujas, pela minha mente pobre, pelas vielas, escuras, de nossas vidas; mendigo mais um sopro e mais outro e outro...

Finalmente essa lata elegante desce. Entro no elevador. Ele está vazio. Exeto a sua presença nele... e o resto é vazio. Ainda penso? Não, não penso...

Um sopro, mais um sopro e outro... sou um mendigo da vida sim, até encontrar você e tudo ficar perfeito, e tudo ser direito, e tudo ser infinito e bonito, lindo... encontro contigo minhas esperanças, meu presente e meu futuro, porque sem você eu só existo, mas com você estou vivo, sou homem, sou forte, tenho valor e sou digno...

Com você a vida tem sentido, as dores são bobagens e o amor, ah o bendito amor que dignifica o homem e reproduz a humanidade! O amor é nosso alimento, nosso brinquedo e nosso maior segredo; só nosso... só nosso!

Renasço com você e espero que morras quando eu morrer também, porque não aguentaria saber que sobrevives apesar de eu não mais existir. Amo-te tão desesperado, já disse, tão alucinado, que as idéias saem e o que posso fazer, elas querem viver, elas querem viver...

Cuide-se amor de minha vida. Ainda é cedo, mas como sempre, já não há tempo. Acabou nosso tempo, não há mais tempo...

O elevador chega ao sexagésimo andar e eles se despedem: ela cabisbaixa, meio rosada; ele, destraído, extasiado pelo amor à mulher amada. Agora, pensa ele, só me resta viver dessas migalhas de olhar, desses segundos de olhar, desses...

_Cuide-se,
diz ela, enquanto fecha-se a porta do elevador. Maldito elevador, repete agora, enquanto o elegante objeto em forma de latão caminha rumo a onde?

Paciência

Espero pacientemente até que anoiteça, e depois que amanheça, e novamente que entardeça e, por último, anoiteça. Por último não, porque esse bendito ciclo em minha vida jamais cessa. Caminho por entre vielas, avenidas, ruas e ruinas, mas não encontro o que procuro. E exercito minha paciência para que, enquanto não achar o bendito remédio de meu desatino, simplesmente não enlouqueça em meio a figuras tortas e insignificantes aos meus anseios...

As pessoas me destraem? Que pena, não me satisfazem... é como os versos da canção: pra quê viver uma vida sem sentido?

Martelo, limo, morro e renasço. Já disse todas essas coisas, e honestamente acho que é pura verdade. E decepciono-me também com as pessoas, com meus portos antes tão seguros, com os enganos e desacertos. Oh, céus, porque me atrelo tanto às tristezas e descarto tão depressa todas as alegrias? Não, meu Pai, não mesmo... o que estou dizendo, estou pensando, o que há comigo?

Paciência
Paciência
Paciência
Paciência

Respiro fundo e abro a porta da sala. Agora, todos me olham e todos me comprimentam e todos riem pra mim, não sei se de mim... como saber? Também não interessa... atrás de meus óculos escuros, isso eu também já disse, escondo-me atrás dos benditos óculos escuros e sobrevivo, antes de estar só comigo mesmo novamente e começar todo o martírio novamente: quem sou, pra onde vou, etc, etc...

Paciência...