Espero pacientemente até que anoiteça, e depois que amanheça, e novamente que entardeça e, por último, anoiteça. Por último não, porque esse bendito ciclo em minha vida jamais cessa. Caminho por entre vielas, avenidas, ruas e ruinas, mas não encontro o que procuro. E exercito minha paciência para que, enquanto não achar o bendito remédio de meu desatino, simplesmente não enlouqueça em meio a figuras tortas e insignificantes aos meus anseios...
As pessoas me destraem? Que pena, não me satisfazem... é como os versos da canção: pra quê viver uma vida sem sentido?
Martelo, limo, morro e renasço. Já disse todas essas coisas, e honestamente acho que é pura verdade. E decepciono-me também com as pessoas, com meus portos antes tão seguros, com os enganos e desacertos. Oh, céus, porque me atrelo tanto às tristezas e descarto tão depressa todas as alegrias? Não, meu Pai, não mesmo... o que estou dizendo, estou pensando, o que há comigo?
Paciência
Paciência
Paciência
Paciência
Respiro fundo e abro a porta da sala. Agora, todos me olham e todos me comprimentam e todos riem pra mim, não sei se de mim... como saber? Também não interessa... atrás de meus óculos escuros, isso eu também já disse, escondo-me atrás dos benditos óculos escuros e sobrevivo, antes de estar só comigo mesmo novamente e começar todo o martírio novamente: quem sou, pra onde vou, etc, etc...
Paciência...
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