BlogBlogs.Com.Br

Pesquisar este blog

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ciúme

Na praia, observa o horizonte do meio dia ao verão dos trópicos enquanto digere mais uma gota do cigarro... não é de seu feitio consumir tabaco, mas o nervosismo o levara ao ato. Calmamente, uma gota e outra: o suor que brinca com os pêlos de seu peito, a lágrima que percorre seu lindo rosto de garoto. O rosto, calmamente... Derrepente, vê-se acompanhado, mas não reclama. Apenas contempla o horizonte e a outra baforada de substâncias. Calmamete? Talvez não mais calmamente...

Desculpe-me, diz-lhe a voz meio envergnhada, talvez um pouco sedenta de desejo.

Não devo desculpas a você, responde firme, um pouco magoado, mas honesto, verdadeiro.

Não sei o que deu nela, ela sempre faz isso, mas nunca agiu assim, continua. Olham-se e não etendem o que acabou de ser dito. Esses malditos óculos escuros, pensa...

Digo... ela é ciumenta, mas não a esse ponto, entende?, tenta, sem grande sucesso. Que vergonha, que vergonha, repete, enquanto leva as mãos ao rosto. Ele permanece parado, focado, sufocado?

O sol do meio dia transforma o horizonte, traspondo um movimento sensual a tudo que se encontra a sua frente, quase como numa dança de belos quadris. Um manjar dos deuses. Ou seria aos deuses? O suor continua a escorrer por seu tronco nu, e a gota de lágrima ainda brinca com sua pele branca, escondida do sol pelos benditos óculos escuros.

O outro levanta-se, chorando, e vai embora, enquanto ele permanece solitário. Firme, mas magoado. É o fim. É o fim?, perguntam-se, sem saber. Como saber?

Canção do vento e da minha vida (que inveja de Bandeira)

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
e varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.

Saudade - o isolamento em busca de Inspiração

Derrubo os papéis sobre a mesa e esvazio as prateleiras do armário da sala. A poeira entra em minhas vias respiratórias e me vejo espirrando e respirando mal.

Controlo-me!

Bebo mais um gole de vinho tinto. Meu sangue finito... tudo parece mais azulado naquela tarde de estranho frio nobre, como o sangue de um Lord. Tudo mais azulado, inclusive os papéis, as paredes e os livros...

Bebo pra esquecer, penso, enquanto me concentro pra atividade que fazera.

Derrepende ouço um barulho estranho, vindo de não sei de onde, feito de não sei o quê no meio daquele universo rustico de madeira, cimento, natureza e tempo. Que barulho estranho, é o celular, no silencioso, que vibra incessantemente, talvez em busca de consolo, talvez em busca de desterro...

Onde está esse bendito, pergunto, derrubando os papéis no chão frio de cimento e terra. Por que não desliguei o aparelho, digo, enquanto me dou conta da bagunça em que me encontro em menos de segundos... quantos segundos?

Limpo a mesa com um único movimento. O vinho tinto escorre na parede e as sobras de cigarro espalham-se pelo ar úmido. Chamo algum palavrão escabroso e, no meio de tudo, vejo o celular espatifar-se ao chão: bateria para um lado, aparelho para o outro, como numa dança onde as partes separam-se para nunca mais se sencontrar.

Controlo-me. O vinho tinto já corre em meu sangue frio, penso.

Uno as partes separadas, como a fada madrinha que abençoa o amor puro dos recém separados... paro. Estou bêbado... Uno as partes separadas com a sede de quem necessita da resposta ao enigma. Ligo o aparelho, rodo atrás de opções confusas e paro nas ligações não atendidas... vejo um número separado pelo último gole de vinho: é seu nome que o aparelho mostra. Seu nome... teu nome. Sento no chão, e novamente espatifo o aparelho contra a parede. Procuro o que resta do vinho e concluo que o que resta de mim escorre pelo chão, como o líquido tinto de 1915.

Choro...

Gafanhoto

Vou brincando de amar enquanto houver graça, e vou brincando de sofrer e machucar e enganar e mentir pra mim mesmo enquanto for interessante, porque no dia em que me abusar, simplesmente parto pra outra forma de sentir que não seja a de hoje: que seja a do passado ou a do futuro.

De que importa a forma de sentir?

Vou me enganando de brincar de amar enquanto for gostoso, e pronto: o corpo é meu, eu faço dele o que quiser eu...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Desabafo – as lamúrias de um pobre coração confuso

Minha goela está pesada, congestionada; há um nó interrompendo tudo.
Meus olhos, pesados, lacrimejam; sofrem; ardem; e só querem chorar.
Mas não posso chorar, não há motivo pra chorar, chorar por que se não há motivo...
Desculpem, preciso chorar...

Cinco segundos

Te amo-te tanto que não respiro de tantos suspiros... que romântico esse estado de espírito! Me embebedo com suas lamúrias e histórias: absurdas, mas suas, todas sua, como minha pobre alma nua e crua, igualmente ou mais que sua – tua.

Confuso

Uma dor destroça meu pobre coração: será infarto? Ou será o fado? É fado, de fato!

Às horas que me liberto de você, estou em paz, não há pingos de dor, como é boa a calmaria que é a falta desse amor. Amor?

Mas ao teu lado, é fato, me acabo de amor e de dor e de “sofrôr”. Pra quê sofrer? Teria eu que merecer tamanho “sofrôr”? Meu coração palpita descompassado, acelerado por essa maldita emoção que muitos chamam de amor. É amor?

Cospe, disse, dia desses, mas cospe de longe, e corre, pra mais longe, porque não demora e esse confuso vulcão entra em erupção e aí, aí nada será como antes, nada!

Eu com a minha dor... também dói em você? Cospe, mas cospe com amor...

Rebelde (antes “Gramática”)

Faltam-me palavras, pois só de dúvidas morre afogada minha pobre alma desprovida de alto-estima...
Machuca esse homem que te venera; e cospe, mas cospe de longe, nesse ser que se engana e se reinventa e não desiste, apesar das circunstâncias, apesar de você, apesar de tudo e do mundo... cospe e depois beija, mas não esquece, pois hoje é você, mas amanhã posso ser eu o agente ativo da oração passiva.

Fugitivo

Caminho depressa.
Mais depressa.
Mais depressa...
Os carros me seguem e procuro não olhar pros lados, nem pra trás, nem pra frente... Meu Deus, pra onde? Apenas vejo baixo, porque se te encaro, morro. E se morro não vivo! Se bem que não vivo desde que te conheço...
Apareces em meus sonhos, pensamentos, pesadelos e devaneios. Surges em tudo, estás até nas prateleiras das compras, nas janelas tristonhas, nos rostos cansados e nas mais diferentes pessoas enfim...
Fujo de você mas, de que me importa, se não escapo dessa febre que me consome graças ao maldito amor que hoje me toma? Fujo do que sinto e caminho rumo ao quê se o que sinto impregnou em minhas veias e me anima a vida pra seguir em frente e ser feliz?
Sou fugitivo de seu amor, e apesar da fuga, desejo irresistivelmente ter você comigo e prender você a mim pra ser feliz.
Amo e não nego.
Fujo e resisto enquanto amas em segredo. Sobrevivo, fugitivo, mas até quando?

Sufocado

Me esbaldo nos seus braços: quem manda me encher de abraços? Sou forte para o mundo e dentro do mundo, mas fora dele, enfiado em teus braços, sou só um menininho precisando de carinho.

Adoro teu braço firme de mulher que luta pra sobreviver e reina sob todas sobrevivências porque acha sentido em cada segundo perdido, em cada momento superado.

Sou menino, Seu menino, só seu menino, que adora e sobrevive de teu carinho...

Que seja duradouro enquanto houver química, e que a química seja eterna, pra sempre... em seus braços, o meu mundo!

Olfato

Adoro teu cheiro, sob todos os sentidos da palavra cheiro.
Assim que sinto teu cheiro, me alucino, sereno, nesse aroma vadio.
Seu beijo: ah como é bom teu cheiro...
Deslizas por meu corpo com teu cheiro que procura, no meu cheiro, o alento pro teu desejo.

E o que me resta? Toma, toma-me inteiro!

Cheiras meu corpo em busca de meu cheiro, enquanto enlouqueço de desejo com a reles presença de teu cheiro. Teu cheiro. Ah, esse cheiro... Esse cheiro me renova sempre que voltas; e a prova, é a saborosa loucura que invade meu peito e afoga minha alma de desejo: de jeito, desse jeito...

Nosso segredo que só no olhar se pode revelar: mas é tão segredo que só no cheiro para entregar... mas, também, ninguém conhece nosso cheiro. Esse cheiro é mais um segredo! Exalo nosso cheiro quando estamos presos, e só nós percebemos esse cheiro, porque ele é derradeiro e verdadeiro, segredo.

Rapidinha

Te amo-te tanto que só queria tê-la em meus braços quentes por um minuto, sentindo o frescor sublime de sua boca fina filha de uma vadia!
De olhos fechados e língua com língua: tê-la por um minuto vadio.

Novo Amor – Homenagem a J. e J.

À espera dela, esqueço do mundo apesar dele lembrar-me que estou nele a toda hora... penso nela mas, em que importa, se ela não vem e as horas, ao passar dos segundos, são intermináveis e sofríveis?

Kiss-me Baby
Kiss-me
Pena que você não me quis.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Aquela nuvem que passa...

...e, derrepente, vejo-me salvo daquela nuvem negra e fria. Saio do escuro para respirar, de novo, o mundo e tudo que há de bonito. Se me pergunto “Pra que viver uma vida sem sentido”, respondo que em tudo há algum sentido, basta trocar o foco e procurar sentir todos os sentidos.

Nasci novamente? Não! Talvez seja só mais um alto dos altos e baixos de minha vida. Mas hoje estou alto, bem alto. E sem nuvens escuras e tristes como seus olhos, negros...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Promessas

Juro que me entorpeço a cada nova história que me enrolas...

Malditas sejam as suas lorotas, essas palavras doces que passeiam, tortas, por seus lindos lábios finos. Essas desgraças em rima são meu desespero, meu vício e cobiça...

_Vai, joga mais uma pra mim! Joga, mente novamentepra que minha pobre alma se alimente e, por mais um dia, sobreviva...

Você nada diz... nada.

_Saiba, continuo, alimento-me das migalhas que são suas palavras. Que destino cruel, Deus meu: viver como um mendigo, que se alimenta de migalhas...

Você sorri. Só ri...

Morro com suas promessas, e hoje em dia, só essas promessas me fazem sentido. Por favor, desfaça esse feitiço, porque contra ele, minha mãe já fez até promessa. Não quero morrer esperando as suas promessas, por favor, liberte-me desse martírio, liberte-me dessa promessa...

Amor

Agora deliro enquanto me encaixo em tuas coxas grossas...

Minha mão apressada percorre tuas costas lisas, mas agora tudo é mais sensível, inclusive meu tato e qualquer um dos sentidos. Saboreio seus beijos doces e molhados, sinto seu coração pulsar demorado, como os segundos, que agora parecem parados à espera desse espetáculo... você me beija desesperadam...



Kiss-me Baby

Kiss-me



...desesperadamente, como o condenado na hora da sentença, estarrecida, nitroglicerina, pobre menina... Te abraço, te afago, te acaricio e abrigo tuas dores, e temores, e desejos e desterros. E como me agrada ser teu porto seguro; como me alegra saber que de mim precisas; como me aterroriza pensar que, um dia, morras... não, penso, não quero que morras, e já conversamos sobre isso... mas amo-te tanto que me alegro só de saber que tu existes, e que és minha menina, minha pobre menina, minha pessoa, só minha.

Agora gememos? A dor do corpo passou, agora é só mais um tempero ao alimento das almas, de nossas almas. Snto tudo mil vezes mais forte e tudo o que sinto é agradável, apreciável, amável. Não há problemas: estamos juntos... e nada mais nos incomoda...

Subimos rumo a onde? Que tal à lua, às estrelas, ao céu... pro céu.

Viagem.

Depois de envenenar-me em seu tempero, não há outro desepero se não o de tê-la novamente. Porque antes de você não havia muita vida nessa curtiça... caminhava sozinho por essas ruas sujas, sobrevivente de cada novo segundo, refém de uma novidade que nunca se revelara...

Mas aí a conheci e, aí, os sentidos transgrediram e, ainda não há sentido, mas já tenho sentido o novo, ou mesmo o velho, com ares de desconhecido, com roupa de novo, de novo.

Meu sofrimento por vossa existência, por incrível que pareça, dá colorido ao meu viver, preenche os vazios, machuca para me tornar mais forte... com você sinto que estou vivo e que posso, porque te amo e estou vivo, porque amo.

Basta!

Minuto.

Na caminhada, o sol amarelo queima minha pele morena, macia. Mais um passo, outro e mais outro, outro passo e paro. Lá vem o carro!

Vummmmmmm!

mais outro e outro e outro... minha longa jornada, ao contrário do que já disse, trouxe-me sim boas vitórias... boas pequenas vitórias.

Mas não importam se são pequenas? São vitórias! Para acalmar a minha tristeza que me faz perder o sentido das coisas, caminho por entre os carros tristes e velozes.

Vummmmmmmmmmmm!

Caminho calmamente sob o sol de meio dia, o sol da liberdade que queima meu corpo e dilata todos os meus poros. Como é bom saber que ainda estou vivo, penso, enquanto os raios de sol quaimam meu rostoe o vento brinca com uma das gotas de suor que escorrem em direção ao asfalto quente, escaldante, preto...

Estou vivo! Reajo à vida, então sou humano, de carne e osso, e não de pedra, de pedra... pedra. toco a pedra escaldante e queimo a ponta de meus dedos. Deus meu, penso, estou vivo, sinto, estou vivo... continuo minha jornada renovando as esperanças de estar vivo. Espero que dure até o próximo minuto.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Calmamente.

... calmamente caminho, como sempre, rumo ao nada. Mas agora, minha esquizofrenia já mostra seus ramos, e eu, coitado, deslizo pela loucura contida e o desejo reprimido de ser, apesar de não ter certeza de como ser ou mesmo em que ser. Meu primeiro ramo é agora, repetindo histórias e repetindo... repetindo. Caminho perdido, mas agora caminho tranqüilo. Passou a fome... passou a vontade de chorar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sensatu...

Respiro suavemente seu delicado aroma de incerteza, enquanto me beijas estado de coma: fora da realidade, mas viva, com os pés no chão... na cama... nesse caso, na minha cama. Viva, pergunto, ainda viva?

Toco seus lábios grossos, seus lábios grandes e grossos... e repouso. E você se inclina e eu te crivo com astúcia e carinho... meus toques, quando te tocam, te deixam louca, e sua loucura me cativa: toco outro lado, e mais outro, e outro... e páro.

Toco seu corpo, ficamos, nós, loucos, e em repouso. A loucura é a melhor das aventuras, a melhor porta pro... a melhor plataforma por pouso? Não! Loucura é a melhor janela pro vôo...