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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O desejo de escrever II

O desejo de escrever sobre o lirismo aos tempos que não vivi e o saudosismo pelo que ficou, sem que necessariamente tenha-o vivido, e por isso, talvez, a saudade.
Como entender?
O coração apertado é a eterna dependência a um tempo desconhecido, que não vivi; ou talvez tenha vivido mas só pela metade, daí a saudade, ou a vontade de fazer de novo, e dessa vez fazer bem feito, e tudo.
E como explicar ao meu coração que o tempo não para, que o amor é plural e que a vida é breve? Que um bom clichê explica bem sim pedaços de nossa vida? Que o medo é só mais um tempero, jamais prato principal, jamais a explicação perfeita que agora me falta para fechar meus versos com chave de ouro... como explicar?
Como explicar ao coração que se pode tudo, ao mesmo tempo que tudo tem seu tempo?

Mas, ora essas, e tudo tem seu tempo? Desde quando tudo isso tem seu tempo?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

As espumas de cerveja*

Minha solidão será contagiosa?
Ou não exatamente, será a minha solidão uma onda da praia em ressaca, que chega com força e toma-me todo, sem saída, sem palavras?
Ou meu espírito?! Será tão solitário que mesmo por entre os outros meu pensamento está longe, solitário, isolando-me em meio às pessoas, mutante sozinho apensar de tudo?

Socorro! O que há comigo e minha solidão?
Não a tinha deixado em casa, sozinha?



[*Feito após alguns goles de cerveja quente, ao fim de uma conversa fadonha com alguns bons poucos amigos]

Céu de brecha

Cinco estrelas
Sete estrelas
Dois.

Quantos astros mais conseguirei enchergar na brecha de céu de onde vi as minhas estrelas tristes, esperando por mim?

Coração partido

[Dedicado a Joelma]

Morro mais um pouco e sempre que me evitas, sempre que me penalizas com sua frieza ou felicidade, o amargo e doce que tanto me incomoda e mata, como já disse nesses dias e em tantos outros ensaios. E nesse momento de inspiração solitária e repentina, são exatamente as maravilhas que deixamos de faze que me destroem cada dia um pouco mais, até o dia em que morro por completo, e aí o mundo me achará, decomposto, jogado às traças, afogado num ciúme-obcessão apaixonado do mais afixionado dentre todos os loucos que desejou e não teve aquilo que sempre quis; ou aquilo que nunca foi seu...

E que agora não me venham nem os maiores papas da auto ajuda!

Que não me venham os clichês, aquelas músicas, nem mesmo os poemas mais belos e apaixonados: nada nesse mundo me tira do peito a coisa ruim que gera a sua indiferença. E como fio de esperança, apego-me à possibilidade de matá-la logo à minha morte, matá-la de desespero, arrependimento, tristesa, qualquer coisa que revele ao mundo o amor que me tenhas. Acredito... acredito sim que morras se morro.

Por isso morro a cada...

Silêncio

Meu silêncio para sua indiferença, adorável Amada.
Meu silêncio também a todas as indiferenças alheias.
Meu silêncio ao mundo que me substima, que desconfia de mim mas não exclarece as dúvidas e rancores e tudo que se tem.
Meu silêncio, enfim, para todos que me proporcionam minha maior dificuldade e prazer: [pausa para a definição]

Minha maior dificuldade e prazer...

Minha maior dificuldade e prazer não tem definição, porque simplesmente não consigo descrever o misto de solidão, indiferença, rancor, medo, indiferença e sentimentos outros do mundo para mim que, dicotomicamente, me entristecem e me alegram, matam e fortalecem, tudo em mim e nada, ao mesmo tempo...

Ao mundo, enfim, o modelo do homem que tanto quis e que, no final, foi interferência minha e vossas. Nossas...

Adeus, amor...

Se não posso tê-la do jeito que quero, então que não a tenha de nenhuma das maneiras, porque esse jogo de querer e não possuir poderia ser um mundo de coisas sofriveis e prazerosas ao mesmo tempo. Mas, no fundo, isso tudo, quando parado, é apenas um lamentável atraso romântico do qual não quero beber novamente. Mesmo que meu coração implore, porque na soma de tudo, ele é o que sofre menos perto do arrependimento e desespero que se encontra a razão, e para não dizer que isso é a derradeira pá de cal, digo que há sempre um lugar para ti em meu pobre coração mutante, sozinho, infinito...

Mensagem de otimismo

Que daqui para frente eu erre menos, peque menos, fale menos e fira menos. E que corra mais, verdadeiramente voe! Que erre também, porque o erro é relativo, e apenas o tempo pode curar as dores da alma. Que eu aprenda, supere qualquer coisa, as feridas fechem e poucas se encontrem novas. Para terminar, que eu viva, muito, profundo, desesperado e inconsequente, aprendiz...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Auto-ajuda 2 - É preciso estar atento e forte*

O que vem depois, pergunto, após um passo inconstante de muitos que já se foram...
A inconstância, penso, não deve persistir uma vez que me incomodo, me desconforto, me isolo...
A inconstância, insisto, deve ser superada porque já não há tempo para lamúrias mas para luta, ação, mudança, vida...
A vida, na lamúria, torna-se sobrevivência, e a vida não é nada se não pra ser vivida. Vívida.
Por isso, sem lamúrias, só com vida.

Vida.
Viva!

[* antes "suruba com as cinzas da fênix", modificado em 07.02 por não ser o que realmente representa meu texto.]

Aquele abraço

O toque
A pele
O cheiro

Contato

O que há de errado com meu abraço, que já não é o mesmo e, mesmo, não deseja mais o alheio, o aconchego, o... [faltaram palavras]

Onde está aquele desejo verdadeiro de contato primeiro que vai além, certamente, dos contatos daqui? O que há, por Deus, comigo?

Choro

Voz de minha consciência:
_Não tenha medo de chorar, novo homem. O choro é digno, o choro é humano, o choro é salgado, é ardente, e o que há de mais cristalino ao seu dispor para mundo: você pelado, frágil, vulnerável, olhos vermelhos. O caminho da verdade pode ser salgado mesmo, pode ser doído, pode ser difícil, mas o caminho e esse, o caminho...

Dança no escuro

Era como se, praticamente, dialogasse com nada; vazio, sem respostas.
Durante alguns segundos desperdicei meia dúzia de conversas tolas, depois tentei uma aproximação mais profunda, mas aqueles olhos longe como o Equador me condenavam a uma solidão perpétua e duradoura, por mais que procurasse atingi-la com meus poucos segundos de conversa rasa.
Mas aí me veio o velho novo homem, do qual tento fugir todos os dias e cada vez mais termino me aproximando... Exatamente aquele que os outros não entendem, exatamente aqueles que os outros acham novo, exatamente aquele que me faz tão bem...
Esse me fez levantar da cadeira, jogar tudo na velha mochila e enveredar-me pelo caminho de casa. Não sem antes mais meia dúzia de palavras doces; isso é o que ainda resta daquele velho eterno novo homem, mas essa já é uma outra história.
O que interessa é que engoli a seco mas, dessa vez, não me reprimi mas, ao contrário, simplesmente senti meu corpo e NERVOS fazerem o que quisessem, meio louco... e livre!

E não doeu.

Roupa nova - eterna tentativa de mudança

Apaguei todos os velhos textos necessitados de inspiração e decidi esperá-la voltar.

Minto: apaguei todos os rascunhos necessitados de inspiração, porque todos os textos, como bem percebes nessas tristes linhas tristes, Nobre leitor, continuam intactos... Editados, vez ou outra, é certo, mas ainda guardados. INTACTOS é a palavra, sob todos os seus sentidos...

Decidi apagar o velho sim, talvez como quem procura, desesperado, desfazer-se de um passado ruim para beijar o futuro. Mas se pensas assim talvez te enganes redondo, porque o que quero, puro e simplesmente, é sair do passado, não necessariamente abandonando-o, como pôde (sic) parecer. Sair do passado, deixá-lo em seu devido lugar e viver aquilo que me é de direito verdadeiro: o agora.

Por isso me desfiz de velhos textos, digo, rascunhos, carentes de inspiração e passados, definitivamente.

Céu de brecha

Que deplorável a vida na cidade grande
Essa deplorável,
Sexta-feira à noite e eu me encontro morto
Fadonho
Indo embora para casa
Cansado

E o céu da cidade grande?
Cinza com vermelho
Como a luz entristecida de postes sós,
Cinza como a poeira,
Pelos carros que sobem,
Pelos (restos) dos prédios que vão (ou descem).

Um céu de brecha,
Do qual eu só espio um pedaço,
Pela brecha da janela,
Pelo buraco no etto do ônibus.
Pelos lados ou de relance,
Nunca de frente,
Nem mesmo no meio da rua.
Por Deus, por entre os carros, à sombra de velhas árvores, em meio aos prédios; seja de que lado for o que me resta são brechas de um céu triste e esquecido, como a minha alma demente, à espera de quem me admire, me contemple, se surpreenda com o mínimo que eu ainda tenha...

Existirá, por Deus, um céu azul e sem fios por entre nós?

Ah, esses céus e essas almas de brecha, essas vidas de pedaço e meódica... Será, Deus, que a vida tem mesmo de ser assim?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O sentido de tudo

Ninguém entende os meus passos, nem meus desequilíbrios
Ninguém me entende em nada, e, pelo contrário, muitos deixam de dizer-me as coisas e essas coisas vão se acumulando e acumulando e acumulando e... Bum!

Pensarão as pessoas que eu não sofro?
Pensarão elas que eu sou mau?
Um instante: PENSARÃO, ELAS?

Sim, porque não sou o maior dos filósofos mas, para não errar na vida, procuro pensar e respirar e reorganizar e pensar e pensar.

Sentido da vida?
Sentido de viver?

Isso quando ao redor as coisas são assim; coração desconfortável, pessoas e dias passando rápidos, pesados e tristes? Tudo que se deixa de dizer e o amor que não se vive, e depois não é amor e depois não há mais tempo e aí passou e pergunta-se: e aí?!

Quem observará meus próximos passos? Eles são mais firmes a cada dia, eu posso provar; e antes que termine lamentavelmente com o fim antes proposto, apago esse texto e reescrevo-o, como à minha história, que certa ou errada tem o mérito merecido de, ao menos, ter sido tentada ao melhor.

Só quero viver melhor... E quem me entenderá?!

Sopros cíclicos.

A inspiração logo vai embora e aí só ficam umas idéias, vagas, daquilo que poderia ser dito mas não é porque a inspiração se foi e só ficaram umas idéias... Palavras de recato.

Ando meio Maysa esses dias...

Demais - Tom Jobim e Aloysio de Oliveira

Todos acham que eu falo demais E que eu ando bebendo demais Que essa vida agitada não serve pra nada Andar por aí Bar em bar, bar em bar Dizem até que ando rindo demais E que eu conto anedotas demais Que eu não largo o cigarro E dirijo o meu carro Correndo, chegando, no mesmo lugar Ninguém sabe é que isso acontece porque vou passar toda a vida Esquecendo você E a razão por que vivo esses dias banais É porque ando triste, ando triste demais E é por isso que eu falo demais É por isso que eu bebo demais E a razão porque vivo essa vida Agitada demais É porque meu amor por você é imenso demais

Lágrimas de convicção

_Adeus, pessoas vãs...

Ne Me Quitte Pas
Composição: Jacques Brel

Ne me quitte pasIl faut oublierTout peut s'oublierQui s'enfuit déjàOublier le tempsDes malentendusEt le temps perduA savoir commentOublier ces heuresQui tuaient parfoisA coups de pourquoiLe coeur du bonheureNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasMoi je t'offriraiDes perles et des pluieVenues de paysOù il ne pleut pasJe creuserai la terreJusqu'après ma mortPour couvrir ton corpsD'or et de lumièreJe ferai un domaineOù l'amour sera roiOù l'amour sera loiOù tu seras reineNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasJe t'inventeraiDes mots insensésQue tu comprendrasJe te parleraiDe ces amants-làQui ont vu deux foisLeurs coeurs s'embraserJe te racontraiL'histoire de ce roiMort de n'avoir pasPu te rencontrerNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasOn a vu souventRejaillir le feuDe l'ancien volcanQu'on croyait trop vieuxIl est paraît-ilDes terres brûléesDonnant plus de bléQu'un meilleur avrilEt quand vient le soirPour qu'un ciel flamboieLe rouge et le noirNe s'épousent-ils pasNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasJe ne vais plus pleurerJe ne vais plus parlerJe me cacherai làA te regarderDanser et sourireEt à t'écouterChanter et puis rireLaisse-moi devenirL'ombre de ton ombreL'ombre de ta mainL'ombre de ton chienNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pasNe me quitte pas

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Delírio alcólico

Confesso que, ao primeiro passo, a vontade foi mandar-te uma mensagem apaixonada, falando de todo o meu saudosismo, toda minha covardia e meu desejo de perdão; uma mensagem jogada a seus pés, humilhado e sedento de renovação...

Mas é tanta coisa para tão pouco espaço nessas mensagens e tecnologias afins que não aproximam, já disse, mas esfriam e atiçam, apenas, que o quê...

E o quê eu ia escrever mesmo, meu Deus?

Uma mensagem, enfim, de perdão e consolo, que unisse passado e presente, como Naquela obra, mas o resto de lucidez que me guardava os passos travou meus músculos, acalmou meus pensamentos e me fez pensar melhor.

Pensar melhor, bêbado? Não, desculpe a piada, foi sem querer...

A companheira lucidez me fez, sim, frear as alucinações do álccol e colocou-me na vestimenta do homem que deveras seria não fossem a insensatez, covardia e todos os defeitos que por hora já sabes. A lucidez, por fim, me fez esse favor, apesar de tudo.

Mas será que me ouves agora?
Será que me compreendes dessa vez?
Será?
Oh céus que iluminam e escurecem meus sonhos e meus dias e meus amores e tudo;
Oh céus, será que ela me escuta?

Saudade de minha terra

Daqui de onde me reenvento, meu céu é mil vezes mais bonito. É um céu furado por milhares de estrelas que, mesmo ofuscadas pela luz entristecida de um poste velho, ainda assim brilham lindamente...

Acima de minha oca, tem uma que brilha mais, branca, simples e linda. Mas à frente também: constelações inteiras bem à frente de minha varanda, a 90º cabeça a cima. Umas coloridas, outras apenas claras; umas sintilantes, outras apenas poeira luminosa jogada no meu céu exclusivo.

Daqui de onde me reenvento, enfim, as estrelas e todos os astros todos me reconstroem e me perdoam os pecados, e me absorvem e condenam:condenado a viver, nobre vagabundo, e a tentar de novo, porque se nossa dança te toca as entranhas do espírito, então ainda estás apto a não apenas tentar novamente mas ao que mais quiseres. E quando isso não for mais aquilo, é chegada a hora da pá de cal!

E do céu que me condena e me absolve, surgem também aquelas núvens negras, desgraçadas, que nos roubam a beleza e... o que mais, Deus meu?

_O quê? E precisa de mais?!

Declaração (depois de horas de espera) [impaciência]

Escrevi um texto fraco e apaguei.
Tentei rebuscar as palavras, para explicar esse sentimento que eu entitulo amor, mas pode ser apenas paixão, fogo de palha, admiração, desespero...

O que é esse sentimento estranho?!
E o que são as horas que espero, em vão, pelo mínimo sinal de vida seu?

Uma visita
Mensagem de texto
Toque a cobrar
Ligação ao celular

Esse ser de esperança desgraçada, inclusive, condenado comigo a essa espera desesperada, é também companheiro e até conselheiro, imagine, às horas que enlouqueço por esperar por você: Desligue-me e vá viver a sua vida, apela, na esperança de que consigamos, enfim, cessar tamanha angústia...

Mas o sentimento estranho é mais, esse inexplicável ser é viciante; e o que mais me resta, se não esperar pela ligação que não se estabelece, o sinal que não se enxerga, o toque que não se sente?!

Vou apagar esse texto e limá-lo até a essência do que quero dizer: o que são eses séculos em que preciso discimular para não demonstrar meu sentimento, à espera de qualquer sinal que seja seu?