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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Céu de brecha

Que deplorável a vida na cidade grande
Essa deplorável,
Sexta-feira à noite e eu me encontro morto
Fadonho
Indo embora para casa
Cansado

E o céu da cidade grande?
Cinza com vermelho
Como a luz entristecida de postes sós,
Cinza como a poeira,
Pelos carros que sobem,
Pelos (restos) dos prédios que vão (ou descem).

Um céu de brecha,
Do qual eu só espio um pedaço,
Pela brecha da janela,
Pelo buraco no etto do ônibus.
Pelos lados ou de relance,
Nunca de frente,
Nem mesmo no meio da rua.
Por Deus, por entre os carros, à sombra de velhas árvores, em meio aos prédios; seja de que lado for o que me resta são brechas de um céu triste e esquecido, como a minha alma demente, à espera de quem me admire, me contemple, se surpreenda com o mínimo que eu ainda tenha...

Existirá, por Deus, um céu azul e sem fios por entre nós?

Ah, esses céus e essas almas de brecha, essas vidas de pedaço e meódica... Será, Deus, que a vida tem mesmo de ser assim?

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