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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Enquanto não escrevo vejo o mundo



segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rapidinha

Esperançoso, ele pergunta se sim, mas ela esponde que não. Ele, então, baixa a cabeça e prende a respiração já difícil pela ansiedade.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Comunicação e luva de pelica

Ela chora depois do desabafo e ele, vermelho de ódio, fita a moça e grita:

_Eu não te entendo? Eu não cedo? A culpa é sempre minha? Ao Inferno! Como é que você quer que eu te compreenda ou te ajude se você não abre a porra dessa boca e diz o que sente? Eu não leio pensamentos não, caralho!?

Ela se mantém calada, cabeça baixa, olhos tristes. Ele quebra o que vê pela frente, os vizinhos batem na porta, gritam da janela, alguém chama a polícia...

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E assim chega ao fim mais um relacionamento de amor

Restos de texto

No meio da sala não, mas nos cantos das paredes;
Como é que vai ser quando eu tiver tudo que quero?;
Foi embora sem se despedir do mundo;

Todos esses restos de texto que não vingaram, por isso os joguei, todos, no lixo de meu esquecimento. Não há motivos para guardá-los em meus papeis ou bytes de memória, porque esses pedaços de inspiração são como as plantas ou galhos ou coisas que nascem e depois morrem antes do tempo, talvez nasçam também antes do tempo, por isso tão pobres de vida, por isso tão imprestáveis se não para serem jogados do solo de minha cabeça para decompor e se transformar, talvez, em uma bela planta ou restos num subsolo que um dia serão dispuitados, sangue jorrado, lágrimas e a busca por, enfim, mato ou petróleo, só muda a cor do ouro...

O ouro que sai de mim não é verde nem negro, é incolor, incógnito e simples. O que resta de mim e não serve vai para a decomposição para quem sabe, enfim, fazer bem a alguém...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O mundo dela

Hoje eu vi ela pela brecha da janela, e como ela era bela com suas letras e rabiscos na página morta daquele caderno caduco, acadêmico; a matéria perfeita para a criação de suas idéias, todas, ganhando forma nas páginas finas a partir da cabeça. A flor impressa no alto delas ganhavam mais pétalas e talvez mais cheiro e mais vida através daquela aula cheia de pessoas cansadas, clima abatido, uma aula morta, por assim dizer. A flor impressa ganhava vida e alegria, parecia sorrir para a musa de minhas pinturas e eu, espectador daquele momento de ócio criativo. A flor já sorria para mim, e ela logo me denunciaria a ela, seria meu fim? Ela era bela em seu desinteresse com o mundo, e ela no seu mundo, feliz e distraído, certamente também muito florido e muito colorido, que ela fazia questão de regar, podar e melhorar, mesmo que com grafite 0.5 e no meio de uma aula perdida, era única em meio ao nada que era aquilo tudo. E eu, invejoso por não entrar no seu mundo mas, antes disso, aquela porta que nos separava e mesmo tudo que deixamos de fazer, de dizer, que distanciou e esfriou "a gente" e o que mais? Estou preso num mundo de materia, como daria tudo para ser suas idéias! Foram apenas cinco miseros segundos, por ninguém visto naquele cemitério acadêmico, se bem que havia a flor... No fim da aula serei eu visto por ela, sem portas ou janelas, e ela certamente mais bela nessa terra que no mundo dela?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Amo. Sim, a amo sim. MUITO.

Perdoe-me se levo tanto tampo para confidenciá-la um sentimento que é, por direito, totalmente teu, como todos os segundos que tentei, em vão, não pensar em ti, me enganando com migalhas que são ainda mais rasas se não tenho a atenção ou estima da pessoa que tanto amo...
[você]
Todos esses segundos são seus e também os que pensei em ti e todos aqueles que vivi contigo e para ti, mesmo que não soubesses que são, porque tão sublime é o meu amor medroso por ti, e amor de quê, se não interessa os outros ou suas opiniões ou existência quando só o que interessa é você? Posso ser dramático, amada?
[morro se não me olhas, falas ou sentes]
Pena ser tão tarde para dizê-la o quanto a amo, e peço a Jesus Cristo, nosso senhor, que me conceda coragem para numa próxima vida, ao primeiro gesto de amor tão puro, poder enfim fazê-la feliz e ser feliz, enfim. Até lá, condeno-me à solidão extrema pelas feridas que em ti cometi.
[um beijo]
Amo. Sim, a amo sim. MUITO.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O último pedido

Com os olhos cheios d'água ele fita a platéia, volta para si e pensa:
_Não é a sua presença ou não no decorrer de minha vida que marcará sua importância para mim mas, justamente, aquilo que construímos juntos e agora contemplamos. Muito bom se continuassemos esse belo jardim, mas até aqui ele já é tão lindo e isso é tudo, tudo de você em mim. Não tenho você agora, como não tenho a muitos, os quais gostaria que estivessem aqui, mas não tê-los me ensinou que estão sim, todos, por mais que não, porque é passado mas é, também, tudo aquilo que me trouxe até aqui, tudo aquilo que me ensinou a ser, minha estrada que não me envergonha em nada, apesar de todo o constrangimento...
E o mistério agora seria não mais perder ninguém, caso ainda houvesse tempo, mas esse é um mistério que levo para mim: tentei, sem sucesso, não mais deixar ninguém no meio do caminho. E fracasei. Mas, que bobagem... Há tanto dos outros em mim, há tanto também de você, há esse belo jardim que semeamos, boas lembranças, e o que sou, que bom ou não para o mundo, me agrada muito. E agora Adeus... eis a derradeira pá de cal.

Jogo de olhar

...e aí eu desejei insensantemente que aquele olhar olhasse para mim e que aquelas bochechas avermelhassem com a minha presença, e que os hormônios pulassem e uma explosão de qualquer coisa boa rolasse ali, para o bem ou para o mal. Mas nada disso aconteceu, na verdade nada disso meus olhos tristes captaram de ti, pelo menos não naqueles momentos em que meus olhos, rasteiros, foram até você e voltaram tristes, sem uma migalha de esperança, sem a vergonha boa de você descobrir que olho para você, ao mesmo tempo que você olha para mim mas disfarça, e ao ser descoberta fica envergonhada e se volta... esse jogo muito me falta.
Terão meus olhos tristes perdido um momento em que olhastes para mim, apaixonada, como na minha fantasia e fantasia dos outros? Ou seria, mesmo, só uma fantasia minha?
Queria mesmo o fim de todas as fantasias, mágoas, timidez e achismos. Queria, enfim, o amor puro e sereno, para então, enfim, eu ser feliz.

Aeroclube

Dali de onde as pessoas apenas iam, agora não vão mais: elas também vem, vão e vem, sem parar. As pessoas, os carros, os jumentos e toda sorte de elementos. Dali de onde uma elite aristocrata se reunia para as festas do ano, esmagando sem dó os pilares pobres de uma certa localizção, dali de onde as massas se reuniam para celebrar, dali que era o palco das normalistas, de um aeroclube que partia para todas as sortes, dali de onde tantas histórias se criou, agora, enfim, nenhuma ruína triste, nem mesmo seu saudoso semblante, pois de onde se podia encontrar um mundo, de onde se podia ganhar o mundo, agora só o beijo de progresso, asfalto e britas, alguns carros sem memória, jumentos e pessoas, e nas laterais restos de paredes que já não contemplam aquelas valsas, os carnavais ou quaisquer outras danças, nada, enfim...

A viagem - peleja

Confundi uma bela estrela vermelha com um avião a jato.
E durante poucos longos segundos viajei com ele, cortando um céu claro de lua crescente , se escondendo atrás de uma núvem de chuva, dando piruetas e seguindo a mim.
Que diabos faz um avião a jato em cima de mim? Pensei em quem, a muitos pés de minha cabeça, navegaria aquela máquina, que emoções estaria sentindo ou só rotina, que visões deslumbrantes teria do mundo abaixo dele ou só mais um... pensei na Aeronáutica, na obrigação que eles teriam, naquele momento, de informá-lo que "por estar em território estrangeiro seria necessário indentificar-se"; aliás, seria ele estrangeiro? Seria ele? E se fosse ela? Uma mulher numa super máquina cabecinha machista! Pensei também, novamente na Aeronáutica, e no momento depois, ao disponibilizar na internet um comunicado completo informando que num dado dia de quinta uma certa máquina sobrevoou minha viajem, relatórios como os de Brasília, todos on line, mas sem nenhuma maquinagem, por favor!

Depois voltei para cá. Danou-se que tem mais aviões?
Olho direito, saio do transe e volto aos poucos para a realidade, não são caças super sônicos perseguindo o avião espião que não se identificou, são só mais umas estrelas brancas... o cruzeiro, talvez Tereza ou Ceci, Fortes, próximas àquela estrela vermelha, todas lindas, no meu céu de crescente...

Rodoviária

Sou homem, de honra e "machesa", mas todas as vezes que parto meu coração fica mais um pouco de onde, na verdade, nunca saiu. Cachoeiras, geleiras, desertos e savanas, de todos os lugares eu bebo um pouco e um pouco de mim também fica neles, saudosista barato que sou, mas de onde parto, pra longe da puta que me pariu e pare, o "parto" é infinitamente mais doloroso que o de qualquer mulher que eu não sou, e a saudade, a preocupação, o cuidado e todos os derivados do amor me tornam pobre, e aí, ai de mim, toda vez que parto.

Sempre morro um pouco. E depois renaço, mais forte e mais homem, quando volto para o lugar do parto. E sonho o dia em que não parto mais. Amém!

Sábado, 9 e pouco da manhã

Na aula de qualquer coisa, um filme legendado e as palavrinhas na tela pequena dançam e fogem de meu entendimento, que também não se preocupa muito em persegui-las... com um céu tão bonito e azul, o coração e cabeça Nela e o descontentamento com tudo
[não seria essa a expressão correta]
o coração na lua e a cabeça Nela, a existência descontente com o mundo e o espírito incomodado com tudo... Socorro! Eu quero sombra fresca e ar puro! Eu quero pessoas agradáveis, prazer, alegria, boa música e alegria. Eu quero mais do mundo, já disse a Outra. Pois eu também quero mais de tudo!

Elevador

A inspiração que não se volta a mim apesar de toda insistência e só me resta a migalha de uma rima pobre para combinar com a vida podre, ou virse versa, mutante sozinho, pessimismo de quê...
Faltou a rima.

Ah meu ego de merda e essas pessoas a me chamar de poeta, a me enganar e me convencer de enganar também, perseguindo aquilo que não é meu e perdendo aquilo que era meu até então... mudar ou não, eis outra questão.

Ah, coração insatisfeito com o mundo... quer sempre mais da vida, das pessoas, das horas e de tudo, sempre mais um pouco, e sempre nunca de si. E para encerrar esse triste lapso de auto flagelo, um sopro de esperamça, nobre vagabundo, porque o maluco que tem noção das loucuras que comete é menos louco e mais humano, pelo menos para as almas menos sebosas, tenha certeza: um pouco mais homem, um pouco menos bicho.

Monstro para onde?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Um fim de semana

eu
ele
o que restou do peixe de baixo
"os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei para onde..."
de lado
de perto
pra cima
ao lado
o pulo
o trampolim
de cima
de cima
lá em baixo
os céus
a parede
de longe
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Barragem de Brotas, Afogados da Ingazeira (PE)

sábado, 25 de abril de 2009

Ciúmes

...e eu senti saudades dela... e também ciúmes de todos, e vontade de chorar, e de cortar meus pulsos e ver o sangue jorrar e tudo que de ruim mais pudesse me acontecer. Senti orgulhjo de todo meu drama, abracei o papél de vítima, sim, sou vítima de sua tirania, de sua indiferença, de meu amor não correspondido ou misturado a tantos outros sentimentos que não necessariamente amor. Eu quis morrer naquele momento, eu já estava morto de ciúmes. Eu quis chorar de raiva, de mim e dos outros, eu quis fugir para onde ninguém pudesse me achar, nem mesmo eu, eu senti raiva daqueles que até nem tiveram culpa de nada. Eu fui egoísta e senti ciúmes, simplesmente, por isso aposto que é amor.
Eu quis chorar, e você nem vai saber, porque você já não sabe de mim; há tempos você não sabe de mim, por isso desejo cada dia mais fugir para longe, longe, longe...
A inspiração que faltava para alguns versos tortos me veio agora, ao fervor do sangue... "na face lisa de meus olhos tristes, o que serão deles quando não mais nos vermos pessoalmente, ao fim dessa primavera? Nos veremos ainda, algum dia, ou agora só em outro plano, numa eternidade distante para mim ou para você? O que serão de meus olhos sofridos e dramáticos quando não mais vê-la, amada, se bem que já não nos vemos, e aí talvez já estejamos preparados. Aliás, preparado, porque de seus olhos lindos há tempos não vejo nada, a não ser umas passagens rasteiras de quarta em quarta-feira, quando assim nos encontramos. O que será de tua face lisa até o fim de tudo, menina?
Pois que morras, para que não sejas de mais ninguém a não ser de Deus, e se morreres, juro, morro junto, morro de verdade, para quem sabe mais um encontro, porque na vida, de verdade, já não me resta nada a não ser esse tal de amor".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Emancipação

A pá de cal no passado, o adeus à subvida, a felicidade, a nova chance, o futuro, o daqui pra frente eu. Daqui pra frente o novo que eu tanto esperei, a chance de recomeçar, o futuro me chamando para brincar, o sopro de vida... TUDO! A nova vida sem ressentimentos, ódio ou rancor, apenas o recomeço, dessa vez do meu jeito, e a quem ficou para trás, meu sincero desejo de felicidade. Aos outros, com licença que eu vou viver... sejam felizes! Todos! Aos que me magoaram, já não há mais feridas. Aos que não me entendem, lamento, e me perdoem, se esse for o caso. Aos que me amam bem vindos, todos... Os que não me amam também. Esse é o novo homem que eu sempre quis mas nunca cumpri. Esse sou eu livre para guiar minha vida de meu jeito, acompanhado de, apenas, boas coisas do passado. Agora, não mais um poço, mas uma fonte inesgotável de esperança e fé, em mim, no futuro e em tudo. Bem vindos, enfim: esse sou o eu de sempre... renovado.

Durante a semana, 7 e pouco da manhã

Na rua, a caminho do trabalho, penso: "as minhas noites mal dormidas eu escondo com um bom colírio mais os óculos escuros. Mas como esconder o resto de tudo?"

Construindo

Saudades do passado, onde tudo era mais fácil?
Não, saudades das coisas fáceis do passado, ingênuas, infantis. Saudade da tranquilidade e tudo...

Satisfação

Eu queria falar delas, que me falam ao messenger mas, pessoalmente não; que me flertam carente mas, em verdade não, pessoalmente não. Queria até falar de meus sonhos, meus medos, da louca e da nova casa, nova. Eu queria falar de meus dias, e queria falar de todos eles, mas me falta a inspiração e tempo, e a cabeça só pensa no novo tempo; a cabeça só pensa, enfim, em quando tudo aquilo terminaria para recomeçar aquilo outro. Aguardo. Já esperei tanto que um minuto a mais é pouco...

Zumbi de província

Prenda-se ao desagradável pela falta que você não pode acumular para não perder o semestre, ou pelo precioso ponto de uma prova inútil que, sem ele, o semestre não fecha e você reprova [em tudo, inclusive na vida]. Prenda-se ao marasmo de pessoas cansadas e mal humoradas, prenda-se e comungue com elas dessa coisa deplorável que é o viver cotidianamente nessa lamentável província onde tudo rasteja, triste e sujo, rasteja. E prenda-se a essas pessoinhas cheias de boas [más] intenções, prenda-se, enfim, a esse conviver mais ou menos e torne-se mais um nessa mutidão de tristes sobreviventes.
Enfim: prenda-se e torne-se isso.