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quinta-feira, 21 de maio de 2009

O mundo dela

Hoje eu vi ela pela brecha da janela, e como ela era bela com suas letras e rabiscos na página morta daquele caderno caduco, acadêmico; a matéria perfeita para a criação de suas idéias, todas, ganhando forma nas páginas finas a partir da cabeça. A flor impressa no alto delas ganhavam mais pétalas e talvez mais cheiro e mais vida através daquela aula cheia de pessoas cansadas, clima abatido, uma aula morta, por assim dizer. A flor impressa ganhava vida e alegria, parecia sorrir para a musa de minhas pinturas e eu, espectador daquele momento de ócio criativo. A flor já sorria para mim, e ela logo me denunciaria a ela, seria meu fim? Ela era bela em seu desinteresse com o mundo, e ela no seu mundo, feliz e distraído, certamente também muito florido e muito colorido, que ela fazia questão de regar, podar e melhorar, mesmo que com grafite 0.5 e no meio de uma aula perdida, era única em meio ao nada que era aquilo tudo. E eu, invejoso por não entrar no seu mundo mas, antes disso, aquela porta que nos separava e mesmo tudo que deixamos de fazer, de dizer, que distanciou e esfriou "a gente" e o que mais? Estou preso num mundo de materia, como daria tudo para ser suas idéias! Foram apenas cinco miseros segundos, por ninguém visto naquele cemitério acadêmico, se bem que havia a flor... No fim da aula serei eu visto por ela, sem portas ou janelas, e ela certamente mais bela nessa terra que no mundo dela?

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