terça-feira, 24 de novembro de 2009
Flores e menina
Para uma menina com uma flor todos os jardins de rosas, azuis e vermelhos, todas as floras simples e tortas, e também abraços fortes, a companhia insegura, palavras mal pensadas e sem nenhuma pretenção, que talvez nem façam diferença mas, pelos ares de espontaneidade e simplicidade, quem sabe pelo ar de incredulidade, a palavra certa na hora certa.
E mais que palavras: o abraço forte, um clipe, bola de papel, borracha e messenger. Para essa menina com tantas flores, especialmente as minhas, meus textos enfim, pobres de rima e gancho, pobres de narrativa, pobres daquela qualidade literária indiscutível e cheio de pontos. E o que mais seu coração apertado quiser desse nobre vagabundo, porque para esse solitário coração e nobre, o que resta se não entregar-se a quem mereça?
Bocejo
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Palavras de repúdio
_Dizer que amo para as pessoas que não me amam planta em mim uma semente de nojo comigo mesmo, e subordinação ao contrário; porque quando amo não tenho vergonha de nada, mas daí a receber indiferença? Isso é demais para minha alma infeliz e tempestuosa... Aí sim eu enlouqueço mais e desorganizo-me mais e, o principal, eu mato esse amor, nem que para isso eu tenha que matar a mim mesmo, e me mato mesmo! Porque para acabar com amores assim, tão intensos e enraizados em mim, somente arracando do peito esse coração doente de amor...
Silêncio.
_Eram mentira aqueles olhos negros por trás do vidro, que me perguntavam se aquele era o limite ou eu ainda aguentaria mais? Era de mentira a entonação ao chamar meu nome? Era o quê a curiosidade de olhar para mim quando a sala inteira e eu não estavamos olhando? Eram falsas as afirmações de que bastou eu estar para valer a pena? E tudo mais que nem dá mais tempo, nem espaço... tudo aquilo e o que mais eu ainda tenha acreditado de ti, foi tudo ilusão de meu coração? Ou só mais uma mera decepção das tantas?
Sem resposta.
Desligou o celular.
Eram três da manhã.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
[sem título - do Blog Caos Contrário]
mente
onde ser o que se sente
abre
onde antes era haver
sempre
era aqui que eu queria chegar
entre
mas um mundo já passou
antes
nesse instante de ficar
ventre
do blog http://outronome.blogspot.com/
Amores possíveis
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
e o amores de minha vida
E aos amigos um amor reservado, tímido também, porém mais fácil de ser amado.
Aos amigos, que é tudo que se tem nessa vida, além da vida, meu singelo gesto de amor para que não me abandonem, estejam presentes, usem-me, entendam-me, perdoem-me, e vivam, comigo; vivam a nós, vivam, enfim, porque de que adianta estar vivo se não se pode ser feliz?
Aos menos entre os amigos, durante a travessia, que se ame para diminuir a dor. Da travessia.
Amor.
palavras de fim
A "coisa" da mudança me amedronta, e não sei dizer se é medo "medo". Não é. É medo sim, mas de perder aqueles de quem se gosta, e como sou fácil em gostar dos outros, como sobra amor em umas coisas e falta em outras; esse nobre coração mutante vilão sozinho encontra-se, agora, à beira do caminho, encruzilhado, e apesar de decidido, encontra-se amedrontado - medo de perder, perder a meia dúzia de amigos que é também família, a família que se escolhe, e que não necessariamente nos escolhe... E os amigos, no fundo, são os maiores "não sei o que" [falta-me palavra para descrever o que são os amigos], que me fazem ter medo de não tê-los por perto, de "não sei o que" mais para descrever o sentimento que precede o fim, para um novo começo, e fim...
"...é uma grande família da qual, espero, possa levar meia dúzia para o resto de minha vida..." depois aplausos, depois bolo, depois papinhos rápidos e rasos, e em mim saudade de algo que ainda nem tinha perdido mas já estava com saudade, saudade de tudo, saudade.
E fim.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Sopro de medusa
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Pra ontem...
É com ela que eu recomeço. Clarice Lispector. Não gosto de esperar, não aprendi a esperar e nem sei por quanto tempo consigo.
[do blog encontrandocaminhosperdidos.zip.net// a musa favorita de todas]
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
"Antes de mais nada"
Mesmo que meu marido me traia
Sem que eu seja rica
Mesmo travesti
Até preconceito vestir.
Antes que eu me case
E mesmo que eu me case
Quero primeiro ser feliz
Porque porque e porque.
Sem tatibitati.
Para que a vida comece de verdade
Uma felicidade
Por inteiro
E não pela metade.
Combinado?
Riscado e cospido por thiago kuerques em http://thiagokuerques.blogspot.com/ [eu sou mais forte do que eu]
Sopro de vida
É superficial! Foi preciso, apenas, uma pequena perca para o paraíso ir embora e o mundo cair, o cinza tomar conta, o coração voltar a doer apertado e tudo mais.
Poderia dizer "que decepção com o mundo", mas não posso antes de dizer que a decepção é contra mim. A dor é contra mim, a frustração é por tudo que deixo de fazer por medo, incompetência, prudência com o outro... A prudência com o outro é o pior de tudo: como é possível amar tanto ao próximo que não se pode ferrá-lo ou fazê-lo tomar no cu lindamente, sem pena nenhuma? Até quando aguentarei sofrer pelos outros para que eles pisem em minhas costas cansadas? Não sei. Parece que não há tempo.
Há ainda o amor, que não se materializa por uma série de medos - mandingas de séculos atrás - conspirações astrológicas físicas escatológicas, quem sabe, que fundidas fodem-me no mais profundo poço da solidão a dois, a três, a mil pessoas ao redor. Não falta amor, no fundo talvz faltem, apenas, seres humanos, artigo raro nesses dias cinzas coloridos por abraços artificiais, presentinhos de mentira e conveniências.
Sopra-me, oh vento que vem de não sei onde, e sopra-me vida, sopra-me coragem, sopra-me a luz divina para fazer o que é certo sem ter que sofrer mais um segundo... não morreu, Cristo, para que eu não passasse por isso?!
ESTOU FORA
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Contemplação
Clarisse
Você é feli...
Sabe qual é meu problema, interrompeu, sem abandonar as núvens, o café estava doce, depende muito do ponto de vista sobre ser feliz, e eu me dou ao direito de não me contentar com a felicidade "convencional", essa que vem e depois vai embora de nossa vida, sabe? Olhou para ele. As boca aberta e sobrancelhas arqueadas deram-lhe a ideia de que ele não o entendera. Mas dessa vez continuou. É difícil de entender, eu sei, mas a questão é que quero sempre mais das coisas, e às vezes acho que sou levemente mais feliz que você. Mas você me acha menos feliz, justamente, por eu estar nessa luta insana... E estamos sempre comparando nossa felicidade e, às vezes, querendo a felicidade alheia... Riu. O outro não entendera dieito, por isso riu também.
Deve ser, disse, olhand para qualquer lugar.
"Você entendeu?", pensou dizer, e aí calou-se. É, dev ser... preferiu, desistindo de explicar e, preferindo, trancar-se em si mesmo, de onde, pensou, "nunca deveria ter saído, não hoje"... voltou ao céu em um único gole e o outro saiu para pegar outra coisa.
Volto logo...
Tudo aquilo apertou seu coração aflito, "será que expresso tão mal tudo que sinto, ou será que o que sinto é tão louco que nem eu mesmo sei? Análise recolveria? Ou ainda posso não gostar de nada, ou não sei o que quero e ficonesse devaneio"... fechou os olhos. A brisa lhe tomou o rosto, ele estava feliz apesar de tudo. "Se não gostasse dele", pensou, "não teria tentado explicar-lhe..." e gostar de alguém o deixava feliz, o que significava que
Sim, pensou alto, eu estou feliz. Ele voltou à mesa, o outro lhe trouxe outro copo de café com leite. Voltaram-se para os assuntos de trabalho e renda. fazia calor.
Pai, filho e espírito santo
Ou na morte
De quantas coisas deixará de fazer, ou de como tudo será diferente daqui pra frente, de lá para frente [lá depois da cirurgia]... como a esperança e o medo podem ser sentimentos tão parecidos, como nos conhecemos mais momentos que precedem o momento derradeiro, o silêncio.
Na verdade, não era numa mesa de cirurgia em que me encontrava, era só mais uma viagem para casa, que teria tudo para ser agradável e doce não fosse em nome do pai; e confusa e definitiva e ameaçadora e esperançosa tão e quanto só por causa dele, o dono da porra que, em minha mãe, dentro de minha mãe, ofereceu ao mundo essa aberração, tão querido e, ainda assim, mal resolvido, medroso, mutante vilaozinho assassino de sonhos louco sozinho.
Talvez
Talvez fossem as horas mal durmidas, talvez a saudade do novo amigo, a paixão mal resolvida por motivos óbvios - o seu medo de amar... e em meio a tudo isso, onde se encontrava agora? A segundos de uma delicada cirurgia que, se bem sucedida, acabaria com aquela coisa ruim na barriga, aquele medo de dizer "te amo" e, quem sabe, resolveria tudo, tudo que realmente é importante, porque com o refúgio seguro, a vida era só um agradável laboratório que voltaria a ser feliz, experimentativo e agradável finalmente.
Em nome do pai, como nunca, mesmo com as iminências de um fim, porque nele, o filho, surgiriam flores depois de um pasto tantas vezes devastado pelo pai, filhos e espírito santo - a mãe, que pela primeira vez , concluiria mais tarde, não era tão santa mas, como ele, e aí a explicação mais lógica para esta tempestade em copo d'água, suas falhas e defeitos, era volúvel, sofredora e ainda assim crente em um futuro qualquer, futuro melhor. E diferente dele, ela se anulava para ser feliz, ele não...
Agosto de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
Despertar...
Sou Nada e você Sonho
Seu manto negro coberto de chamas me prende
Sua boca cheia de responsabilidades me cala
Seus olhos de estrelas profundas me sufocam
Seu orgulho me desnorteia
Uma simples mortal não deveria amar um perpétuo
Não posso lutar contra isso
Mas não posso ver o futuro do meu povo destruído pelo meu amor
E o meu amor é armadilha de Desejo
E o meu desejo por você é Destruição
Não quis deixar seu mundo em tempestade
Visitei-o tantas vezes fugindo do despertar
Mas você me condenou ao inferno de não mais te ter
Já não sinto mais fome, nem sede
Sinto apenas o Desespero de te ter ao menos uma última vez
Que você me Deleite em Delirio
E por apenas mais uma vez me leve ao Sonhar
E que quando meu Destino for apenas a Morte
Eu possa contar a sua irmã sobre o dia em que você me fez renascer.
[retirado de "http://ladyselenia.blogspot.com/" - e fantástico. Hj fui eu quem se encontrou com vc... em seu texto. OBG!]
terça-feira, 22 de setembro de 2009
ESPERA - tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic...
E enquanto espero, eu perco tempo?
..tac, tic tac, tic tac, tic tac...
Não importa. Eu espero.