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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Aeroclube

Dali de onde as pessoas apenas iam, agora não vão mais: elas também vem, vão e vem, sem parar. As pessoas, os carros, os jumentos e toda sorte de elementos. Dali de onde uma elite aristocrata se reunia para as festas do ano, esmagando sem dó os pilares pobres de uma certa localizção, dali de onde as massas se reuniam para celebrar, dali que era o palco das normalistas, de um aeroclube que partia para todas as sortes, dali de onde tantas histórias se criou, agora, enfim, nenhuma ruína triste, nem mesmo seu saudoso semblante, pois de onde se podia encontrar um mundo, de onde se podia ganhar o mundo, agora só o beijo de progresso, asfalto e britas, alguns carros sem memória, jumentos e pessoas, e nas laterais restos de paredes que já não contemplam aquelas valsas, os carnavais ou quaisquer outras danças, nada, enfim...

A viagem - peleja

Confundi uma bela estrela vermelha com um avião a jato.
E durante poucos longos segundos viajei com ele, cortando um céu claro de lua crescente , se escondendo atrás de uma núvem de chuva, dando piruetas e seguindo a mim.
Que diabos faz um avião a jato em cima de mim? Pensei em quem, a muitos pés de minha cabeça, navegaria aquela máquina, que emoções estaria sentindo ou só rotina, que visões deslumbrantes teria do mundo abaixo dele ou só mais um... pensei na Aeronáutica, na obrigação que eles teriam, naquele momento, de informá-lo que "por estar em território estrangeiro seria necessário indentificar-se"; aliás, seria ele estrangeiro? Seria ele? E se fosse ela? Uma mulher numa super máquina cabecinha machista! Pensei também, novamente na Aeronáutica, e no momento depois, ao disponibilizar na internet um comunicado completo informando que num dado dia de quinta uma certa máquina sobrevoou minha viajem, relatórios como os de Brasília, todos on line, mas sem nenhuma maquinagem, por favor!

Depois voltei para cá. Danou-se que tem mais aviões?
Olho direito, saio do transe e volto aos poucos para a realidade, não são caças super sônicos perseguindo o avião espião que não se identificou, são só mais umas estrelas brancas... o cruzeiro, talvez Tereza ou Ceci, Fortes, próximas àquela estrela vermelha, todas lindas, no meu céu de crescente...

Rodoviária

Sou homem, de honra e "machesa", mas todas as vezes que parto meu coração fica mais um pouco de onde, na verdade, nunca saiu. Cachoeiras, geleiras, desertos e savanas, de todos os lugares eu bebo um pouco e um pouco de mim também fica neles, saudosista barato que sou, mas de onde parto, pra longe da puta que me pariu e pare, o "parto" é infinitamente mais doloroso que o de qualquer mulher que eu não sou, e a saudade, a preocupação, o cuidado e todos os derivados do amor me tornam pobre, e aí, ai de mim, toda vez que parto.

Sempre morro um pouco. E depois renaço, mais forte e mais homem, quando volto para o lugar do parto. E sonho o dia em que não parto mais. Amém!

Sábado, 9 e pouco da manhã

Na aula de qualquer coisa, um filme legendado e as palavrinhas na tela pequena dançam e fogem de meu entendimento, que também não se preocupa muito em persegui-las... com um céu tão bonito e azul, o coração e cabeça Nela e o descontentamento com tudo
[não seria essa a expressão correta]
o coração na lua e a cabeça Nela, a existência descontente com o mundo e o espírito incomodado com tudo... Socorro! Eu quero sombra fresca e ar puro! Eu quero pessoas agradáveis, prazer, alegria, boa música e alegria. Eu quero mais do mundo, já disse a Outra. Pois eu também quero mais de tudo!

Elevador

A inspiração que não se volta a mim apesar de toda insistência e só me resta a migalha de uma rima pobre para combinar com a vida podre, ou virse versa, mutante sozinho, pessimismo de quê...
Faltou a rima.

Ah meu ego de merda e essas pessoas a me chamar de poeta, a me enganar e me convencer de enganar também, perseguindo aquilo que não é meu e perdendo aquilo que era meu até então... mudar ou não, eis outra questão.

Ah, coração insatisfeito com o mundo... quer sempre mais da vida, das pessoas, das horas e de tudo, sempre mais um pouco, e sempre nunca de si. E para encerrar esse triste lapso de auto flagelo, um sopro de esperamça, nobre vagabundo, porque o maluco que tem noção das loucuras que comete é menos louco e mais humano, pelo menos para as almas menos sebosas, tenha certeza: um pouco mais homem, um pouco menos bicho.

Monstro para onde?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Um fim de semana

eu
ele
o que restou do peixe de baixo
"os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei para onde..."
de lado
de perto
pra cima
ao lado
o pulo
o trampolim
de cima
de cima
lá em baixo
os céus
a parede
de longe
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Barragem de Brotas, Afogados da Ingazeira (PE)

sábado, 25 de abril de 2009

Ciúmes

...e eu senti saudades dela... e também ciúmes de todos, e vontade de chorar, e de cortar meus pulsos e ver o sangue jorrar e tudo que de ruim mais pudesse me acontecer. Senti orgulhjo de todo meu drama, abracei o papél de vítima, sim, sou vítima de sua tirania, de sua indiferença, de meu amor não correspondido ou misturado a tantos outros sentimentos que não necessariamente amor. Eu quis morrer naquele momento, eu já estava morto de ciúmes. Eu quis chorar de raiva, de mim e dos outros, eu quis fugir para onde ninguém pudesse me achar, nem mesmo eu, eu senti raiva daqueles que até nem tiveram culpa de nada. Eu fui egoísta e senti ciúmes, simplesmente, por isso aposto que é amor.
Eu quis chorar, e você nem vai saber, porque você já não sabe de mim; há tempos você não sabe de mim, por isso desejo cada dia mais fugir para longe, longe, longe...
A inspiração que faltava para alguns versos tortos me veio agora, ao fervor do sangue... "na face lisa de meus olhos tristes, o que serão deles quando não mais nos vermos pessoalmente, ao fim dessa primavera? Nos veremos ainda, algum dia, ou agora só em outro plano, numa eternidade distante para mim ou para você? O que serão de meus olhos sofridos e dramáticos quando não mais vê-la, amada, se bem que já não nos vemos, e aí talvez já estejamos preparados. Aliás, preparado, porque de seus olhos lindos há tempos não vejo nada, a não ser umas passagens rasteiras de quarta em quarta-feira, quando assim nos encontramos. O que será de tua face lisa até o fim de tudo, menina?
Pois que morras, para que não sejas de mais ninguém a não ser de Deus, e se morreres, juro, morro junto, morro de verdade, para quem sabe mais um encontro, porque na vida, de verdade, já não me resta nada a não ser esse tal de amor".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Emancipação

A pá de cal no passado, o adeus à subvida, a felicidade, a nova chance, o futuro, o daqui pra frente eu. Daqui pra frente o novo que eu tanto esperei, a chance de recomeçar, o futuro me chamando para brincar, o sopro de vida... TUDO! A nova vida sem ressentimentos, ódio ou rancor, apenas o recomeço, dessa vez do meu jeito, e a quem ficou para trás, meu sincero desejo de felicidade. Aos outros, com licença que eu vou viver... sejam felizes! Todos! Aos que me magoaram, já não há mais feridas. Aos que não me entendem, lamento, e me perdoem, se esse for o caso. Aos que me amam bem vindos, todos... Os que não me amam também. Esse é o novo homem que eu sempre quis mas nunca cumpri. Esse sou eu livre para guiar minha vida de meu jeito, acompanhado de, apenas, boas coisas do passado. Agora, não mais um poço, mas uma fonte inesgotável de esperança e fé, em mim, no futuro e em tudo. Bem vindos, enfim: esse sou o eu de sempre... renovado.

Durante a semana, 7 e pouco da manhã

Na rua, a caminho do trabalho, penso: "as minhas noites mal dormidas eu escondo com um bom colírio mais os óculos escuros. Mas como esconder o resto de tudo?"

Construindo

Saudades do passado, onde tudo era mais fácil?
Não, saudades das coisas fáceis do passado, ingênuas, infantis. Saudade da tranquilidade e tudo...

Satisfação

Eu queria falar delas, que me falam ao messenger mas, pessoalmente não; que me flertam carente mas, em verdade não, pessoalmente não. Queria até falar de meus sonhos, meus medos, da louca e da nova casa, nova. Eu queria falar de meus dias, e queria falar de todos eles, mas me falta a inspiração e tempo, e a cabeça só pensa no novo tempo; a cabeça só pensa, enfim, em quando tudo aquilo terminaria para recomeçar aquilo outro. Aguardo. Já esperei tanto que um minuto a mais é pouco...

Zumbi de província

Prenda-se ao desagradável pela falta que você não pode acumular para não perder o semestre, ou pelo precioso ponto de uma prova inútil que, sem ele, o semestre não fecha e você reprova [em tudo, inclusive na vida]. Prenda-se ao marasmo de pessoas cansadas e mal humoradas, prenda-se e comungue com elas dessa coisa deplorável que é o viver cotidianamente nessa lamentável província onde tudo rasteja, triste e sujo, rasteja. E prenda-se a essas pessoinhas cheias de boas [más] intenções, prenda-se, enfim, a esse conviver mais ou menos e torne-se mais um nessa mutidão de tristes sobreviventes.
Enfim: prenda-se e torne-se isso.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Mil idéias na cabeça...





...e sem muito tempo para postar. MAS MUITO FELIZ, saibam, e divido minha felicidade com vocês. As imagens falam por si só.

Beijos, logo eu volto.

Brincando de fotógrafo




Palácio Joaquim Nabuco, sede da Assembleia Legislativa do Estado de PE. Favoritah, cortei os fios!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Synthtah Giselly

A mulher não largava Synthtah e Synthtah, que não é gato escaladdo, decidiu se livrar daquele verdadeiro "despacho" em plena sexta-feira à noite.
_É nesse que que eu vou! Exclamou a fogosa diarista.
_Mas o ônibus tá lotado, mulher de Deus... retrucou a desengonçada nova amiga, em vão, porque Synthtah já estava na catraca, suada, louca para atravessar aquela mutidão de pessoas desinteressantes. A gorda então subiu e submeteu-se ao impossível: atravessar um ônibus lotado até chegar à exuberante, que nessa altura já estava no fim da lotação.
_'Peraê' Amiga! 'Pera' que eu chego!, em vão, atolada em meio a donas de casa, operários, estudantes e classe média em geral. A bíblia caiu! Acode! A nova amiga abaixa-se e pega, as pessoas reclamam, gera-se aquele empurra-empurra, o ônibus freia, confusão. Synthtah ri. Enquanto a gorda se reestabelece e continua sua jocosa missão, em vão, atolada e apenas machucando alguns pobres pobres ao seu redor, Synthtah contemplava aquele espetáculo da vida real: alguém que ela mal conhecia decide passar por tamanho absurdo - gorda, atravessando um ônibus lotado, para companhá-la a não se sabe onde.
Synthtah não se faz de rogada: entre uma parada e outra, talvez duas, depois de muitas reclamações, machucões e caos instalado não por ela mas, inevitavelmente, por causa dela, ela puxa a corda e manda um beijo à agora velha nova amiga que, perplexa e sem entender direito, acelera o passo [em vão], para a ira da peble agora definitivamente esmagada por aquele ser de muita massa adiposa e talvez sem muita noção do ridículo ou algo do tipo.
Synthtah chega a querer entender, mas desiste e desce às gargalhadas, para nunca mais ver a irmã que ela se quer sabe o nome. Ela desce e manda o motorista tocar, bota essa porra pra correr que hoje eu quero é sair só!; a gorda pede para que esperem, as pessoas gritam, a gorda não entende, o motorista cansado pisa no acelerador, o ônibus parte e a gorda esmaga mais alguns, a bíblia em punho e uma ovelha a menos, para o prazer de Synthtah que arruma os cabelos e sai a procura de uma cerveja.
_A noite promete, ri.

Confissões

...mas um dia decidi conversar contigo. Só que nesse dia talvez fosse tarde, e você não quis me ouvir. Não pode me ouvir. [Não soube me ouvir?!]

Você não quis me ouvir, simplista, naquelas poucas linhas de SMS.

Que desastre! A pessoa mais complicada da face da terra decide colocar tudo em pratos limpos e recebe um não. E aí a pessoa mais dramática do mundo recebe um não e o mundo caiu. E aí a pessoa mais apaixonada do mundo recebe um não e aí... aí se chora e sofre compulsivamente, até que um próximo novo amor venha e amenize a dor. E nesses momentos de solidão e recomeço, a pessoa mais arrependida do mundo lamenta e sobrevive, como pode, a tudo que lhe resta. E não é pouco! Nem é culpa sua, Amada. A culpa é minha, as faltas foram quase todas minhas e nada mais justo que, passados os dias, agora seja você quem decide não mais esperar.

Amo-a, amada Amada. E romântico como sou, permaneço nesse estado saudosista de presente com coração no passado, independente do que me digam os outros, que por sinal também disseram demais e aí, isso!

Amo-a. Ainda que tarde, saiba: amo-a.

Delírios saudosos

Sonhando:

_E os nossos lindos sonhos que nunca mais contamos nem mesmo dividimos, com aqueles olhos felizes e brilhantes, um ao outro, naquela atmosfera inexplicável de tempo parado e tudo para depois? Nossos sonhos, que nem sabemos mais quais são os meus ou seus? E o que mais não sabemos um do outro? Você, família, seus novos amigos, amores e festinhas... os sonhos de trabalho... quase nada, a não set nossos olhos tristes e cansados, cabisbaixos eu e tu, que não se cruzam mais e, pelo contrário, fogem um do outro quando olhamos apressado eu em direção a você. Restarão, porém, ainda, aqueles olhos seus que, em intervalos curtos, fitavam-me, medrosos, para que eu ou os outros não os vissem me olhar? Sim, porque em mim, juro, transborda um sentimento bom de veneração e desejo e carinho e amor e tudo mais que de bom existir nessa vida. Mas, existirá o que em ti?!

Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!

_Adeus! Acordou-me o despertador!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bula médica

Não descobri a fórmula da loucura, mas se quer o caminho que percorri para chegar até aqui, basta começar a entender seus lados bons e ruins. Se você não fraquejar mas, ao contrário, mergulhar cada vez mais fundo em sua dicotomia crônica, logo descobrirá um ponto em que os leigos não te entenderão e, se persistires, eles te ameaçarão, depois tentarão a condenação e prisão, a jaula. Nesse momento, se você tiver tato, conseguirá a admiração de poucos aos quais a consiência não é totalmente abandonada. Ao resto, o ódio ou indiferença, ou piedade e ajuda barata que esconde preconceito, descriminação, inveja e outros sentimentos ruins que agora me faltam à memória. Bem, se você sobreviver, chegará, porém, a um estágio de loucura bom, agradável, e daqui para frente não sei bem o caminho porque nem eu mesmo ainda decidi. Mas loucura não é necessariamente isso: esse é o meu caminho até a loucura, muito pessoal e intrasferível. Porém, inspirador (sem restrições).

O desejo de escrever II

O desejo de escrever sobre o lirismo aos tempos que não vivi e o saudosismo pelo que ficou, sem que necessariamente tenha-o vivido, e por isso, talvez, a saudade.
Como entender?
O coração apertado é a eterna dependência a um tempo desconhecido, que não vivi; ou talvez tenha vivido mas só pela metade, daí a saudade, ou a vontade de fazer de novo, e dessa vez fazer bem feito, e tudo.
E como explicar ao meu coração que o tempo não para, que o amor é plural e que a vida é breve? Que um bom clichê explica bem sim pedaços de nossa vida? Que o medo é só mais um tempero, jamais prato principal, jamais a explicação perfeita que agora me falta para fechar meus versos com chave de ouro... como explicar?
Como explicar ao coração que se pode tudo, ao mesmo tempo que tudo tem seu tempo?

Mas, ora essas, e tudo tem seu tempo? Desde quando tudo isso tem seu tempo?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

As espumas de cerveja*

Minha solidão será contagiosa?
Ou não exatamente, será a minha solidão uma onda da praia em ressaca, que chega com força e toma-me todo, sem saída, sem palavras?
Ou meu espírito?! Será tão solitário que mesmo por entre os outros meu pensamento está longe, solitário, isolando-me em meio às pessoas, mutante sozinho apensar de tudo?

Socorro! O que há comigo e minha solidão?
Não a tinha deixado em casa, sozinha?



[*Feito após alguns goles de cerveja quente, ao fim de uma conversa fadonha com alguns bons poucos amigos]