O novo homem, do novo homem, do velho homem... que louco déjà-vu é esse onde todo dia há o novo homem e, ainda assim, não é esse que reconheço como eu ou mesmo que escolhi para mim?
Será o fado fugir do espelho e não ver quem sou?
E que bobagem preocupar-se com isso se o conteúdo está fedendo...
Novo velho homem: até quando fechar os olhos para o espelho, as narinas para a carne podre e, sobretudo, os poros para a vida sedenta de ser vivida? Até quando se esse homem pode ser agora?
quarta-feira, 18 de junho de 2008
A briga
Sala um tanto suja, duas e meia da madrugada. Os vizinhos se acalmaram porque o apartamento se acalmou, mas a calmaria é passageira, porque o ódio é repentino porém aprofundado, prolongado, verdadeiro, pacional.
Onde reside aquele lindo amor? Onde estão os votos de perdão e compreensão? Para onde foram mandados os bons conselhos e olhares de peixe morto? Os clichês que tanto me dizes não valem para ti? Eu rio de sua desgraça e cuspo sobre ela e sobre todas as que vierem. Beba um pouco de seu próprio veneno, afogue-se em sua própria tempestade em copo d'água.
Morra, nesse triste repentino...
_ E preste atenção no que te digo! Gritou ela, com a garrafa de vodka na mão e os cabelos totalmente despenteados.
Eles não fumam. Ou pelo menos não fumavam até então. Mas as visitas deixaram um rastro de cigarro casa a dentro e a fumaça ainda empregnava os móveis e a sala; principalmente a sala, o cenário daquela tragédia moderna. As roupas pelo chão, a meia luz, o abajur atrapalhadamente colocado. Ele encostado no sofá, mas sentado no chão: camisa semi aberta e cueca, mais nada. As meias de algodão ainda nos pés mas os sapatos abandonados ao longo do corredor. Ela com outra camisa dele, também mal colocada, deixando seus lindos seios caídos à mostra. Uma calcinha de renda, as sandálias na porta. Os cabelos, eu já falei dos cabelos? Os cabelos despenteados e já encaracolados pelo suor do sexo e mesmo pelo calor do ambiente abafado. As cortinas que escondem a varanda, a rua tranqüila lá fora e, aqui dentro, tudo pesado, sobretudo a respiração. Ele não reage.
_Não me dê a sua indiferença seu merda! Agora ela chuta aquele corpo meio gordo e um pouco peludo. Ela chuta na altura de sua costela esquerda, mas a gordura localizada e os litros de álcool o fazem rir daquilo tudo. Ele cai para o outro lado, e por um segundo sai de sua transe:
_O que você quer, mulher?! Vai tomar nesse teu cú de merda... merda, cú, sacou?! Tudo a ver... Ri gostoso, despreocupado, escorregando até encontrar o chão. Ela está com muito ódio, chuta mais o seu ursinho, que rasteja pro meio da sala. A cada chute, um novo gole de vodka. Um último chute e ele agarra sua perna
_Vai pra puta que pariu, sua puta de merda! Ele puxa a perna com força, ela cai de costas pro chão. A garrafa espatifa-se e ela corta a palma da mão. Também bate com a cabeça na quina de alguma coisa que eu não sei se é a cadeira ou a mesinha. A mão sangra e a cabeça dói. Ele se preocupa. Acabou o transe?
_Puta que pariu! Olha o que você fez, sua doida... Ele não consegue se levantar.
_Você quer me matar seu porco imundo... Ela senta e põe a mão na cabeça. Na outra mão, o gargalo da garrafa e sangue.
_Você tá sangrando... Ele chora? Ou é suor? Ele está babando.
_Quem é a vagabunda? Uma dor de cabeça horrível e o mundo (a sala) girando alucinadamente.
_Me diz quem é aquela vagabunda!
_Eu não sei, eu tô bêbado porra, respeita minha viagem meu irmão! Puta que pariu! É você que eu como toda noite, deixa essas mulheres da rua em paz...
_Ah, quer dizer que tem mulher na rua?!
_Não, não tem meu amor, só tem você... Ele se aproxima dela, que está possessa e armada com um gargalo de garrafa na mão.
_Sai de perto de mim seu porco imudo, fedorento, suado; sai se não eu te mato! Ela aponta o gargalo para ele, ele olha desconfiado, certamente perguntando-se qual dos muitos gargalos seria o verdadeiro, e em seguida começa a rir, excitado:
_Vai me matar, vai?! Mata pra você tomar no cu bonito, mata. Mata e bebe meu sangue, porque aí pelo menos você é internada como louca e ninguém te mata na cadeia, sua cachorra, ingrata. O dedo na cara dela, os olhos sonolentos. Ela com os olhos chorosos de mulher traída.
_Mato - gargalo na cara dele - e faço questão matá-lo devagar, bem sofrível, bem... Ele apalpa o gargalo com a mão esquerda, não sente a dor do corte. Ela olha adimirada. Ele toma o gargalo e joga longe. Bate na porta. As vizinhas se assustam.
_Chama a polícia, Mazé! Eles tão ameaçando se matar!
_Vem Rogério, arromba logo a porra dessa porta! Sai do meio Euzira!
_Virgem santísima, Mazé, que palavriado é esse mulher?!
As duas se calam. Rogério se arrasta ao longo do corredor com sua barriga de cerveja, o chinelo velho e o roupão aberto. Seus olhos remelados e os pentelhos aparecendo por conta do pijama acabado.
_Vai pra casa vestir uma roupa Rogério!
Euzira baixa a cabeça e arruma os bobs. Ela fica vermelha com o que vê, aliada com o que já ouviu.. Ela certamente está toda molhada. Há quanto tempo não fica molhada aquela jovem senhora viúva há não sei quantos anos?
Dentro do apartamento, só se escutam sussurros.
_Eu mato e morro por você, sua vaca filha da puta. Você é a única.
_Você chamou por outra seu merda, você chamou por outra!
_Eu chamo por todas as que passaram, eu chamo pelas que virão... mas você permanece nêga.
_E pra que tanto palavrão, você não é assim...
_Eu tô bêbado caralho! Drogado, totalmente grogue, e você quer que eu...
_Eu quero você...
_Você já me tem...
_Até quando?! Os olhos cheios d'água.
_Você é cada dia um novo estranho, quando acho que já sei você é outro, e esses seus amigos, e esse povo que não te larga, essa sua vida louca, você, eu...
Ele cala a boca dela com um beijo enquanto sua mão aproxima seu corpo do dela de maneira interessante. A mão cortada que começa a sentir dor, a outra mão cortada que já não sente dor. O suor e o cheiro estranho, a pele pegajosa, os pêlos, o tapete, o sofá, a cortina, a sala.
O drama moderno que finda no sexo.
Os vizinhos na porta imaginando coisas e a solidão de cada um: uma que pensa no marido mais tarde, a outra que pensa no marido alheio qualquer hora dessas, ou no banheiro gostoso e no toque delicado que tem sido seu único parceiro desde... desde sempre? Elas se olham, vermelhas, e em seguida despedem-se. É melhor cada uma ir durmir mulher...
O amor na sala de estar, apesar do caos, dos sentimentos confusos, de tudo.
O amor sempre vence?
Onde reside aquele lindo amor? Onde estão os votos de perdão e compreensão? Para onde foram mandados os bons conselhos e olhares de peixe morto? Os clichês que tanto me dizes não valem para ti? Eu rio de sua desgraça e cuspo sobre ela e sobre todas as que vierem. Beba um pouco de seu próprio veneno, afogue-se em sua própria tempestade em copo d'água.
Morra, nesse triste repentino...
_ E preste atenção no que te digo! Gritou ela, com a garrafa de vodka na mão e os cabelos totalmente despenteados.
Eles não fumam. Ou pelo menos não fumavam até então. Mas as visitas deixaram um rastro de cigarro casa a dentro e a fumaça ainda empregnava os móveis e a sala; principalmente a sala, o cenário daquela tragédia moderna. As roupas pelo chão, a meia luz, o abajur atrapalhadamente colocado. Ele encostado no sofá, mas sentado no chão: camisa semi aberta e cueca, mais nada. As meias de algodão ainda nos pés mas os sapatos abandonados ao longo do corredor. Ela com outra camisa dele, também mal colocada, deixando seus lindos seios caídos à mostra. Uma calcinha de renda, as sandálias na porta. Os cabelos, eu já falei dos cabelos? Os cabelos despenteados e já encaracolados pelo suor do sexo e mesmo pelo calor do ambiente abafado. As cortinas que escondem a varanda, a rua tranqüila lá fora e, aqui dentro, tudo pesado, sobretudo a respiração. Ele não reage.
_Não me dê a sua indiferença seu merda! Agora ela chuta aquele corpo meio gordo e um pouco peludo. Ela chuta na altura de sua costela esquerda, mas a gordura localizada e os litros de álcool o fazem rir daquilo tudo. Ele cai para o outro lado, e por um segundo sai de sua transe:
_O que você quer, mulher?! Vai tomar nesse teu cú de merda... merda, cú, sacou?! Tudo a ver... Ri gostoso, despreocupado, escorregando até encontrar o chão. Ela está com muito ódio, chuta mais o seu ursinho, que rasteja pro meio da sala. A cada chute, um novo gole de vodka. Um último chute e ele agarra sua perna
_Vai pra puta que pariu, sua puta de merda! Ele puxa a perna com força, ela cai de costas pro chão. A garrafa espatifa-se e ela corta a palma da mão. Também bate com a cabeça na quina de alguma coisa que eu não sei se é a cadeira ou a mesinha. A mão sangra e a cabeça dói. Ele se preocupa. Acabou o transe?
_Puta que pariu! Olha o que você fez, sua doida... Ele não consegue se levantar.
_Você quer me matar seu porco imundo... Ela senta e põe a mão na cabeça. Na outra mão, o gargalo da garrafa e sangue.
_Você tá sangrando... Ele chora? Ou é suor? Ele está babando.
_Quem é a vagabunda? Uma dor de cabeça horrível e o mundo (a sala) girando alucinadamente.
_Me diz quem é aquela vagabunda!
_Eu não sei, eu tô bêbado porra, respeita minha viagem meu irmão! Puta que pariu! É você que eu como toda noite, deixa essas mulheres da rua em paz...
_Ah, quer dizer que tem mulher na rua?!
_Não, não tem meu amor, só tem você... Ele se aproxima dela, que está possessa e armada com um gargalo de garrafa na mão.
_Sai de perto de mim seu porco imudo, fedorento, suado; sai se não eu te mato! Ela aponta o gargalo para ele, ele olha desconfiado, certamente perguntando-se qual dos muitos gargalos seria o verdadeiro, e em seguida começa a rir, excitado:
_Vai me matar, vai?! Mata pra você tomar no cu bonito, mata. Mata e bebe meu sangue, porque aí pelo menos você é internada como louca e ninguém te mata na cadeia, sua cachorra, ingrata. O dedo na cara dela, os olhos sonolentos. Ela com os olhos chorosos de mulher traída.
_Mato - gargalo na cara dele - e faço questão matá-lo devagar, bem sofrível, bem... Ele apalpa o gargalo com a mão esquerda, não sente a dor do corte. Ela olha adimirada. Ele toma o gargalo e joga longe. Bate na porta. As vizinhas se assustam.
_Chama a polícia, Mazé! Eles tão ameaçando se matar!
_Vem Rogério, arromba logo a porra dessa porta! Sai do meio Euzira!
_Virgem santísima, Mazé, que palavriado é esse mulher?!
As duas se calam. Rogério se arrasta ao longo do corredor com sua barriga de cerveja, o chinelo velho e o roupão aberto. Seus olhos remelados e os pentelhos aparecendo por conta do pijama acabado.
_Vai pra casa vestir uma roupa Rogério!
Euzira baixa a cabeça e arruma os bobs. Ela fica vermelha com o que vê, aliada com o que já ouviu.. Ela certamente está toda molhada. Há quanto tempo não fica molhada aquela jovem senhora viúva há não sei quantos anos?
Dentro do apartamento, só se escutam sussurros.
_Eu mato e morro por você, sua vaca filha da puta. Você é a única.
_Você chamou por outra seu merda, você chamou por outra!
_Eu chamo por todas as que passaram, eu chamo pelas que virão... mas você permanece nêga.
_E pra que tanto palavrão, você não é assim...
_Eu tô bêbado caralho! Drogado, totalmente grogue, e você quer que eu...
_Eu quero você...
_Você já me tem...
_Até quando?! Os olhos cheios d'água.
_Você é cada dia um novo estranho, quando acho que já sei você é outro, e esses seus amigos, e esse povo que não te larga, essa sua vida louca, você, eu...
Ele cala a boca dela com um beijo enquanto sua mão aproxima seu corpo do dela de maneira interessante. A mão cortada que começa a sentir dor, a outra mão cortada que já não sente dor. O suor e o cheiro estranho, a pele pegajosa, os pêlos, o tapete, o sofá, a cortina, a sala.
O drama moderno que finda no sexo.
Os vizinhos na porta imaginando coisas e a solidão de cada um: uma que pensa no marido mais tarde, a outra que pensa no marido alheio qualquer hora dessas, ou no banheiro gostoso e no toque delicado que tem sido seu único parceiro desde... desde sempre? Elas se olham, vermelhas, e em seguida despedem-se. É melhor cada uma ir durmir mulher...
O amor na sala de estar, apesar do caos, dos sentimentos confusos, de tudo.
O amor sempre vence?
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Recado
Eu não quero ser só seu porto seguro, sua garantia de favores bem feitos em troca de um "muito obrigada" chocho.
Quero ser muito mais!
Quero ser o ar que te faz bem, não o ar quando te falta.
E também não quero ser o das horas vagas, mas o da hora exata.
E quero também achar a inspiração correta para numa única palavra dizer que quero ser, apesar do cansasso que me toma e de tudo.
Eu quero mais.
Quero ser muito mais!
Quero ser o ar que te faz bem, não o ar quando te falta.
E também não quero ser o das horas vagas, mas o da hora exata.
E quero também achar a inspiração correta para numa única palavra dizer que quero ser, apesar do cansasso que me toma e de tudo.
Eu quero mais.
Oito minutos e alguns décimos
Relatos de uma noite estranha: a ânsia por estar junto, a amizade aparentemente estremessida, a presença sempre mal vinda, a aniversariante estressada, todo mundo cansado e a cerveja quente. No céu, no céu, no céu, estão caindo as estrelas.
_Meu bem, você precisa vê-las brilar...
I
8 e pouco da noite.
Estou sozinho na mesa de um bar vazio. A cerveja quente, o clima úmido. Pernas e ombros cansados, coração palpitante, saudade. O que são os minutos que precedem o momento de prazer que vem logo em seguida? É tanta ânsia que cinco minutos são duros de esperar...
O copo de cerveja, a mesa vazia, os celulares com dez contos e pouco, onze reais de crédito. Não muito, mas o suficiente para me apegar a eles e ligar para todos, desesperadamente, na esperança de que não me abandonem mas, pelo contrário, venham todos até mim para que eu fique, por cinco minutos, feliz...
Mas que demora, eles não chegam! Já se passaram cinco minutos e nada!
Vocês não vêm? Onde estão?
Depois da garantia de que eles vêm, respiro. Mas será que vêm mesmo? Será que tudo isso não é um grande complô para me destruir, isso tudo não será em vão, será em vão? Eis a bendita dúvida que sempre me acompanha e, no fundo, é a única certeza nisso tudo: o que vem depois? Os amigos? Dez minutos de prazer, quem sabe ela, alegria, enfim a vida começaria a dez minutos, ou daqui a pouco, ou agora?
Onde estão todos, não agüento mais esperar...
Me calo!
II
8 e pouca da noite dez minutos depois.
Bêbado, depois de alguns copo de cerveja, acomodo-me confortavelmente na cadeira e peço outra cerveja. Observo o copo suado e começo com minha filosofia de solitário-dramático:
_Que deprimente essa solidão de dez minutos!
Ao fundo Marisa, e por todos os lados a fumaça de cigarros que exalam o prazer alheio e... Acabou-se! Chegaram, finalmente, todos!
Refaço-me rapidamente de toda minha deprimencia e procuro o sorriso mais forçado. Sentam-se todos ao meu lado com a cara de cansados e eu...
III
9 horas da noite.
Caminho meio mole pelas ruas, a cerveja me deixou mais tonto, mas a solidão foi o que embreagou deverdade, a decepção foi o que me destruiu por completo. O drama me corrói e a esperança me alimenta.
Vou para casa mais cansado. Desculpem... foi só uma forma de desabafar.
_Meu bem, você precisa vê-las brilar...
I
8 e pouco da noite.
Estou sozinho na mesa de um bar vazio. A cerveja quente, o clima úmido. Pernas e ombros cansados, coração palpitante, saudade. O que são os minutos que precedem o momento de prazer que vem logo em seguida? É tanta ânsia que cinco minutos são duros de esperar...
O copo de cerveja, a mesa vazia, os celulares com dez contos e pouco, onze reais de crédito. Não muito, mas o suficiente para me apegar a eles e ligar para todos, desesperadamente, na esperança de que não me abandonem mas, pelo contrário, venham todos até mim para que eu fique, por cinco minutos, feliz...
Mas que demora, eles não chegam! Já se passaram cinco minutos e nada!
Vocês não vêm? Onde estão?
Depois da garantia de que eles vêm, respiro. Mas será que vêm mesmo? Será que tudo isso não é um grande complô para me destruir, isso tudo não será em vão, será em vão? Eis a bendita dúvida que sempre me acompanha e, no fundo, é a única certeza nisso tudo: o que vem depois? Os amigos? Dez minutos de prazer, quem sabe ela, alegria, enfim a vida começaria a dez minutos, ou daqui a pouco, ou agora?
Onde estão todos, não agüento mais esperar...
Me calo!
II
8 e pouca da noite dez minutos depois.
Bêbado, depois de alguns copo de cerveja, acomodo-me confortavelmente na cadeira e peço outra cerveja. Observo o copo suado e começo com minha filosofia de solitário-dramático:
_Que deprimente essa solidão de dez minutos!
Ao fundo Marisa, e por todos os lados a fumaça de cigarros que exalam o prazer alheio e... Acabou-se! Chegaram, finalmente, todos!
Refaço-me rapidamente de toda minha deprimencia e procuro o sorriso mais forçado. Sentam-se todos ao meu lado com a cara de cansados e eu...
III
9 horas da noite.
Caminho meio mole pelas ruas, a cerveja me deixou mais tonto, mas a solidão foi o que embreagou deverdade, a decepção foi o que me destruiu por completo. O drama me corrói e a esperança me alimenta.
Vou para casa mais cansado. Desculpem... foi só uma forma de desabafar.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Faz uma loucura por mim
Faz uma loucura por mim
Sai gritando por aí bebendo e chora
Toma um porre, picha um muro que me adora
Faz uma loucura por mim
Fica até de madrugada, perde a hora
Sai comigo pra gandaia noite afora
Só assim eu acredito nessa história
Que você sentiu saudade de me ter
Põe na prática besteiras da memória
Pensa menos, faz de tudo, manda ver
Vem pra dentro, tenta ser da mesma escória
Como já fiz mil loucuras por você
Nós dois se é pra recomeçar que seja até o fim
Nós dois se não é pra ficar, não gaste o teu latim
Nós dois, só posso te aceitar ao ver que você faz
Uma loucura por mim
Depois que você me provar que vai fazer assim
Depois você pode provar o que quiser de mim
Depois já posso acreditar que você foi capaz
De uma loucura por mim
Faz uma loucura por mim
Se tem outra em tua vida manda embora
Um viva à Marron - SEMPRE!
(Chico Roque e Sérgio Caetano)
terça-feira, 10 de junho de 2008
Mágoa diária da ferida
Ao me renovar, me debato em mim mesmo e me arrasto, rastejo mas avanço: um passo, meio mal dado, em falso, fraco.
É o fado: tentar desesperado e avançar pouco, ou nada, mas sempre, porque o avanço, as dores, as melhoras e tudo pertence a um tempo que nem eu mesmo sei. Simplesmente vivo e espero, e fecho o olho por longos dias em frente ao espelho da alma para perceber de uma vez os pequenos passos de cada novo dia.
E debato, rastejo, avanço e me conformo: é preciso magoar a ferida mais uma vez.
É o fado: tentar desesperado e avançar pouco, ou nada, mas sempre, porque o avanço, as dores, as melhoras e tudo pertence a um tempo que nem eu mesmo sei. Simplesmente vivo e espero, e fecho o olho por longos dias em frente ao espelho da alma para perceber de uma vez os pequenos passos de cada novo dia.
E debato, rastejo, avanço e me conformo: é preciso magoar a ferida mais uma vez.
A minha poesia
A minha poesia não é instantânea e métrica, com versos rimados e sílabas contadas,
Muito pelo contrário, a minha poesia é instantânea porque é crua, livre, minha poesia é limo e suor, carne e sangue, lágrima e, acima de tudo, amor.
Minha poesia é isso: humanidade, confusão e sentimentos.
Muito pelo contrário, a minha poesia é instantânea porque é crua, livre, minha poesia é limo e suor, carne e sangue, lágrima e, acima de tudo, amor.
Minha poesia é isso: humanidade, confusão e sentimentos.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
O sopro - as esperanças de domingo na mata de Brennand
Corro depressa e o vento brinca com minha barba de três semanas.
Que gostosa a sensação de liberdade e tudo, que agora se segue: minhas pernas finas correndo em direção a não sei onde, cheiro bom de terra molhada e planta, ninguém a não ser eu e os seres da mata, um sonzinho bom e o pensamento, arrependido pela coragem que não tive de dizer o que sinto:
_ Gostaria tanto de voar, mas meu vôo é breve; é rasteiro, é pequeno, é... O meu vôo é um sopro, é contorno em volta de sombras que não existem, que não vão nem chegam, porque simplesmente não são, pura e simplesmente não são.
Paro.
Continuo:
_Gostaria de mergulhar rasante na sua vida, na vida dela e do outro também, mas minha coragem, amor, minha coragem é medrosa, minha força é fraca, minha forma de amar é separada, solitária, distante, gelada, apesar de renegar todos esses fados, todos eles, amor...
Respiro.
_Me perdoe amor se passar pela sua vida como um sopro que passou e pronto...
"É só isso"?
Não amor... Poderia ser mais, quem sabe quando eu aprender a voar...
Um dia eu aprendo, amor...
Que gostosa a sensação de liberdade e tudo, que agora se segue: minhas pernas finas correndo em direção a não sei onde, cheiro bom de terra molhada e planta, ninguém a não ser eu e os seres da mata, um sonzinho bom e o pensamento, arrependido pela coragem que não tive de dizer o que sinto:
_ Gostaria tanto de voar, mas meu vôo é breve; é rasteiro, é pequeno, é... O meu vôo é um sopro, é contorno em volta de sombras que não existem, que não vão nem chegam, porque simplesmente não são, pura e simplesmente não são.
Paro.
Continuo:
_Gostaria de mergulhar rasante na sua vida, na vida dela e do outro também, mas minha coragem, amor, minha coragem é medrosa, minha força é fraca, minha forma de amar é separada, solitária, distante, gelada, apesar de renegar todos esses fados, todos eles, amor...
Respiro.
_Me perdoe amor se passar pela sua vida como um sopro que passou e pronto...
"É só isso"?
Não amor... Poderia ser mais, quem sabe quando eu aprender a voar...
Um dia eu aprendo, amor...
Mau humor de sábado
O destino:
_Junte num coração confuso meio quilo de cansasso acumulado, mais algumas gotas de decepção, outras tantas de incerteza, uma pitada de saudade e só um pingo de decepção por o mundo não ser cor de rosa.
_Está feito seu sábado de manhã... Hahahahahaha!
Eu, a caminho do futuro, ou voltando dele (nem sei mais), mas de volta para o lar, no meio da rua, à chuva, sozinho, paro, olho para o céu e penso:
_O céu derrama as lágrimas que eu não tenho coragem de derramar.
Caminho calado, embaixo da chuva.
_Junte num coração confuso meio quilo de cansasso acumulado, mais algumas gotas de decepção, outras tantas de incerteza, uma pitada de saudade e só um pingo de decepção por o mundo não ser cor de rosa.
_Está feito seu sábado de manhã... Hahahahahaha!
Eu, a caminho do futuro, ou voltando dele (nem sei mais), mas de volta para o lar, no meio da rua, à chuva, sozinho, paro, olho para o céu e penso:
_O céu derrama as lágrimas que eu não tenho coragem de derramar.
Caminho calado, embaixo da chuva.
Recado
O celular está ligado;
O celular está sempre ligado;
O celular está diretamente ligado... a mim...
Você sabe muito bem disso, melhor até do que ninguém, melhor até do que eu mesmo.
Mas não cometa, como eu, esse erro absurdo: não dependa do aparelho para chegar a eu, porque esse mal, meu bem, só nos faz esfriar as relações...
A vida é tão viva no dia a dia, mas perde gosto e calor se vivida ao telefone.
Os meus poros estão abertos, bem, por isso não espere nada para manter-me perto de ti... O amor, por mais sereno, tem pressa, tem sede de ser vivido plenamente antes que... não tem mais tempo.
O celular está sempre ligado;
O celular está diretamente ligado... a mim...
Você sabe muito bem disso, melhor até do que ninguém, melhor até do que eu mesmo.
Mas não cometa, como eu, esse erro absurdo: não dependa do aparelho para chegar a eu, porque esse mal, meu bem, só nos faz esfriar as relações...
A vida é tão viva no dia a dia, mas perde gosto e calor se vivida ao telefone.
Os meus poros estão abertos, bem, por isso não espere nada para manter-me perto de ti... O amor, por mais sereno, tem pressa, tem sede de ser vivido plenamente antes que... não tem mais tempo.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Confuso
_Não adianta perguntar o que vem depois, diz ela, meio sem graça enquanto observa o céu escuro de núvens carregadas de água.
_Não adianta! Agora ri para mim.
No pequeno espaço que percorremos, aliado aos dez minutos diários de contato que estabelecemos entre um intervalo e outro, restam-me as dúvida, todas, de que tudo isso não passa de amor reprimido. E eu, pobre criatura especialista em drama-melancolia, vítima de minha própria solidão e das brincadeiras da vida; eu não sei o que pensar. Se bem que sei o que fazer, mas com medo de uma nova ferida, termino por me perguntar: valeria a pena tentar?!
_Claro que sim, ainda que eu não saiba o que é. Tá pensando alto é, me conta! Diz ela, com seu sorriso de menina.
Eu e minha mania de pensar alto: termino me prejudicando e me entregando! Mas a malícia da vida me ensina também a pensar rápido e contornar as situações. Que paradoxo: do idiota que entrega de graça o que pensa ao espertalhão capaz de enganar o mais perito dos seres! Esse sou eu?
_Que nada! Estou um pouco preocupado aí com os rumos que minha vida toma. meus pais brigados, um mês sem fazer sexo, dois meses sem beber uma grande... Tá pensando o que, que eu sou de ferro, é?!
Que idiota me sinto agora! Expondo minha intimidade para uma mimada que mal conheço e que...
_É claro que vale. Tudo vale. Na busca pela felicidade, toda forma de tentar é válida! Agora ela me olha com aquele ar de "auto-ajuda" que me destrói não pelo olhar, mas pelo vômito pronto que era tudo que eu não queria ouvir. Engulo a gosma e emendo:
_Sabe que você tem razão?! Meu Deus, o que seria de mim sem você?! Eu disse isso, penso, enquanto que me dou conta: estamos parados no meio da rua, ela com a mão em meu ombro, eu com duas sacolas de plástico na mão, ela vermelha até a alma, eu começando a suar frio, sua mão escorrendo gelada em direção contrária a mim e eu esperando uma resposta. Esperando, esperando, esperando...
_O que vem depois?! Perguntei. Pronto! Não consigo me controlar mais, será a esquizofrenia?! Meu Deus, quero logo sair daqui...
Silêncio ensurdecedor.
Segundo de duração eterna.
Oxigênio que nos falta.
Olhares que fogem um do outro.
Que chão interessante, cadê o bendito celular que não toca?! Poderia passar alguém, um raio poderia cair, quem sabe se dissermos adeus, o que fazer, o que vem depois?! Muito confuso...
Silêncio.
A rua vazia, a chuva fina, os postes vermelhos que com a massa de chuva tornam tudo mais charmoso apesar do frio abafado que ainda nos faz suar. O gosto salgado que se concentra no lábio superior da boca, a língua sedenta de outra língua, mesmo os hormônios todos desejosos por amor. E aí ser um homem, que deseja desesperadamente comer para mostrar-se, saciar-se e mostrar que fez; ou ser um Homem e querer bem, querê-la bem, sem se preocupar com o que os outros vão pensar?!
_Melhor eu ir. E lá se vai depressa.
E aí eu pergunto: suas bolsas!
E aí eu penso: se não é amor...
E em ambos os casos, uma única resposta, ou melhor, a falta de resposta...
_Não adianta! Agora ri para mim.
No pequeno espaço que percorremos, aliado aos dez minutos diários de contato que estabelecemos entre um intervalo e outro, restam-me as dúvida, todas, de que tudo isso não passa de amor reprimido. E eu, pobre criatura especialista em drama-melancolia, vítima de minha própria solidão e das brincadeiras da vida; eu não sei o que pensar. Se bem que sei o que fazer, mas com medo de uma nova ferida, termino por me perguntar: valeria a pena tentar?!
_Claro que sim, ainda que eu não saiba o que é. Tá pensando alto é, me conta! Diz ela, com seu sorriso de menina.
Eu e minha mania de pensar alto: termino me prejudicando e me entregando! Mas a malícia da vida me ensina também a pensar rápido e contornar as situações. Que paradoxo: do idiota que entrega de graça o que pensa ao espertalhão capaz de enganar o mais perito dos seres! Esse sou eu?
_Que nada! Estou um pouco preocupado aí com os rumos que minha vida toma. meus pais brigados, um mês sem fazer sexo, dois meses sem beber uma grande... Tá pensando o que, que eu sou de ferro, é?!
Que idiota me sinto agora! Expondo minha intimidade para uma mimada que mal conheço e que...
_É claro que vale. Tudo vale. Na busca pela felicidade, toda forma de tentar é válida! Agora ela me olha com aquele ar de "auto-ajuda" que me destrói não pelo olhar, mas pelo vômito pronto que era tudo que eu não queria ouvir. Engulo a gosma e emendo:
_Sabe que você tem razão?! Meu Deus, o que seria de mim sem você?! Eu disse isso, penso, enquanto que me dou conta: estamos parados no meio da rua, ela com a mão em meu ombro, eu com duas sacolas de plástico na mão, ela vermelha até a alma, eu começando a suar frio, sua mão escorrendo gelada em direção contrária a mim e eu esperando uma resposta. Esperando, esperando, esperando...
_O que vem depois?! Perguntei. Pronto! Não consigo me controlar mais, será a esquizofrenia?! Meu Deus, quero logo sair daqui...
Silêncio ensurdecedor.
Segundo de duração eterna.
Oxigênio que nos falta.
Olhares que fogem um do outro.
Que chão interessante, cadê o bendito celular que não toca?! Poderia passar alguém, um raio poderia cair, quem sabe se dissermos adeus, o que fazer, o que vem depois?! Muito confuso...
Silêncio.
A rua vazia, a chuva fina, os postes vermelhos que com a massa de chuva tornam tudo mais charmoso apesar do frio abafado que ainda nos faz suar. O gosto salgado que se concentra no lábio superior da boca, a língua sedenta de outra língua, mesmo os hormônios todos desejosos por amor. E aí ser um homem, que deseja desesperadamente comer para mostrar-se, saciar-se e mostrar que fez; ou ser um Homem e querer bem, querê-la bem, sem se preocupar com o que os outros vão pensar?!
_Melhor eu ir. E lá se vai depressa.
E aí eu pergunto: suas bolsas!
E aí eu penso: se não é amor...
E em ambos os casos, uma única resposta, ou melhor, a falta de resposta...
INVEJA BOA
Invejoso de uma pérola que acabei de achar (www.domingodelori.blogspot.com), dou esse presente para nós: Clarice.
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Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
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(nota minha: quero muito voar...)
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Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual porque, sinceramente, sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre...- E daí? Eu adoro voar!
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(nota minha: quero muito voar...)
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Explicação (inspiração por pedaços)
Por que não respeitas meus altos e baixos?
Longe de querer ser ditador
Quero antes de tudo um pouco de amor...
A esquizofrenia que embriaga e engana é nada se comparada ao mundo do qual venho e que mal conheces apesar de achares iludidamente que conheces...
Você não entende nada, mas não caia, porque não reclamo por seres assim, reclamo porque só preciso de afago e carinho.
Carinho... carim.
Longe de querer ser ditador
Quero antes de tudo um pouco de amor...
A esquizofrenia que embriaga e engana é nada se comparada ao mundo do qual venho e que mal conheces apesar de achares iludidamente que conheces...
Você não entende nada, mas não caia, porque não reclamo por seres assim, reclamo porque só preciso de afago e carinho.
Carinho... carim.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Instantâneo
Um passo e outro, desviando da chuva e das poças, todas; e na frente as pessoas queridas em meio às desconhecidas. Um segundo e o problema se resume a um: o que dizem, o que acham de mim, o que sinto agora, o que será de mim...
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Aquilo que flutua pesado na superfície fina que cobre o meu corpo e capta o mundo;
Meus poros e a pele seca e enrugada do sol do meio dia, de angústia, de melancolia;
O mistério de sentir o mundo estranho e não achar explicação;
O absurdo de querer crer em coisas que talvez seja melhor não crer.
A confusão desse coração solitário e eternamente machucado, carente e esperançoso de que o amor nos tome e vivamos felizes para sempre...
O que vem depois, pergunto, perplexo ao me deparar com a vida e o mais confuso de seus temperos: a crise. Seguida do medo e inveja e incerteza e solidão.
Deu-se o caldo desse caldeirão borbulhante de coisas inexplicavelmente dolorosas mas saborosas. Minto: coisas incômodas mas deliciosas.
E tudo que se segue mais a esperança, e também o celular, que vibra no bolso e que soa agora como a garantia de dias melhores para sempre; e depois o engano pela ligação ser qualquer uma menos a que se gostaria de ter, e aí os limites da loucura que te estressam e te fazem balançar na base...
Tudo conspirando para que nada fique certo e você naquele segundo de crise, sem palavras, esperançoso também pelo próximo momento?!?!
O que vem depois?
O que vem depois?
A lágrima salgada?
O suor pegajoso que brinca em minhas costas?
O frio na barriga?
A mão que treme inconsolavelmente?
A crise...
O limite da loucura é a lágrima doce e nua, já despida de qualquer preocupação, temor ou tudo.
A lágrima doce...
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Aquilo que flutua pesado na superfície fina que cobre o meu corpo e capta o mundo;
Meus poros e a pele seca e enrugada do sol do meio dia, de angústia, de melancolia;
O mistério de sentir o mundo estranho e não achar explicação;
O absurdo de querer crer em coisas que talvez seja melhor não crer.
A confusão desse coração solitário e eternamente machucado, carente e esperançoso de que o amor nos tome e vivamos felizes para sempre...
O que vem depois, pergunto, perplexo ao me deparar com a vida e o mais confuso de seus temperos: a crise. Seguida do medo e inveja e incerteza e solidão.
Deu-se o caldo desse caldeirão borbulhante de coisas inexplicavelmente dolorosas mas saborosas. Minto: coisas incômodas mas deliciosas.
E tudo que se segue mais a esperança, e também o celular, que vibra no bolso e que soa agora como a garantia de dias melhores para sempre; e depois o engano pela ligação ser qualquer uma menos a que se gostaria de ter, e aí os limites da loucura que te estressam e te fazem balançar na base...
Tudo conspirando para que nada fique certo e você naquele segundo de crise, sem palavras, esperançoso também pelo próximo momento?!?!
O que vem depois?
O que vem depois?
A lágrima salgada?
O suor pegajoso que brinca em minhas costas?
O frio na barriga?
A mão que treme inconsolavelmente?
A crise...
O limite da loucura é a lágrima doce e nua, já despida de qualquer preocupação, temor ou tudo.
A lágrima doce...
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Adeus amor!
Apaixonado!
Apaixonado por Tereza, por Joaquina, por Marinês, por Justine.
Apaixonado por Maria, apaixonado até por João...
Apaixonado pela vida, apaixonado por estar agora
Apaixonado por tentar e às vezes acertar e outras vezes errar
Quantas vezes? Duas, três, cinco vezes ou mil?
De que importa que eu erre? Eu estou vivo!
Não veio com manual, amor; mas se serve de consolo, o manual se constrói.
Sabe aquela ferida, meu bem?
Está intacta!
Não a casca, porque essa o tempo sara, mas a marca, meu amor; ah, a marca!
A marca está marcada e para sempre marcará aquela hora
De certo que, de outro ângulo poderia ser acerto, mas a vida, minha amada, a vida tão ingrata nos faz cometer erros atrás de erros e, coitados, nos achamos tão certeiros, tão corretos, tão seguros do que acreditamos, que esquecemos de amar, que esquecemos de sentir, e perdemos o mais importante: viver.
Adeus meu bem. Já é tarde. Olhe pra frente, meu bem: veja! É a caravana da vida, qe lá se vai, e já é tarde por demais!
Adeus amor, nos encontramos, quem sabe, assim que der... Já errei tanto, meu bem, que não tenho mais paciência para passar um único segundo parado no passado!
Adeus meu bem. Um dia, se nos encontrarmos, quem sabe mais maduros ou mais sedentos de desejo, nesse dia que nos encontrarmos, quem sabe não retomamos de onde não tivemos coragem de partir? Ou se tivemos, quem sabe não retomamos o que amistosamente iria vir se não fossemos todos tão...
Adeus amor. Já é tempo.
Apaixonado por Tereza, por Joaquina, por Marinês, por Justine.
Apaixonado por Maria, apaixonado até por João...
Apaixonado pela vida, apaixonado por estar agora
Apaixonado por tentar e às vezes acertar e outras vezes errar
Quantas vezes? Duas, três, cinco vezes ou mil?
De que importa que eu erre? Eu estou vivo!
Não veio com manual, amor; mas se serve de consolo, o manual se constrói.
Sabe aquela ferida, meu bem?
Está intacta!
Não a casca, porque essa o tempo sara, mas a marca, meu amor; ah, a marca!
A marca está marcada e para sempre marcará aquela hora
De certo que, de outro ângulo poderia ser acerto, mas a vida, minha amada, a vida tão ingrata nos faz cometer erros atrás de erros e, coitados, nos achamos tão certeiros, tão corretos, tão seguros do que acreditamos, que esquecemos de amar, que esquecemos de sentir, e perdemos o mais importante: viver.
Adeus meu bem. Já é tarde. Olhe pra frente, meu bem: veja! É a caravana da vida, qe lá se vai, e já é tarde por demais!
Adeus amor, nos encontramos, quem sabe, assim que der... Já errei tanto, meu bem, que não tenho mais paciência para passar um único segundo parado no passado!
Adeus meu bem. Um dia, se nos encontrarmos, quem sabe mais maduros ou mais sedentos de desejo, nesse dia que nos encontrarmos, quem sabe não retomamos de onde não tivemos coragem de partir? Ou se tivemos, quem sabe não retomamos o que amistosamente iria vir se não fossemos todos tão...
Adeus amor. Já é tempo.
O vidro da janela (A viagem)
Pingos humildes embaraçam o pedaço frio, a lâmina de vidro que me separa do mundo e embriaga tudo.
Os postes, ao fundo, e suas lâmpadas vermelhas contrastam com a fascinante brincadeira de quebrar a luz que a água faz e eu, protegido da água pelo vidro da janela agora aberta para que nada passe, nem mesmo as gotas singelas de água pura misturadas com poeira que não se confundiram nunca com minhas lágrimas de tão puras que ainda são, todas; tudo isso conspirando com o meu momento de contemplação singela, e de esperança:
_Se quebrar, oh Deus, àquela rajada de luz a simpática gota de chuva; se quebrar, um arco-íris há de criar?
Os postes, ao fundo, e suas lâmpadas vermelhas contrastam com a fascinante brincadeira de quebrar a luz que a água faz e eu, protegido da água pelo vidro da janela agora aberta para que nada passe, nem mesmo as gotas singelas de água pura misturadas com poeira que não se confundiram nunca com minhas lágrimas de tão puras que ainda são, todas; tudo isso conspirando com o meu momento de contemplação singela, e de esperança:
_Se quebrar, oh Deus, àquela rajada de luz a simpática gota de chuva; se quebrar, um arco-íris há de criar?
Pra que a pressa?
O Trânsito não te deixa evoluir, apesar de tentares insistentemente e por todas as frentes.
O trânsito que não te deixa evoluir pelos sinais se fecham, todos, a cada momento que andas mais um pouco. Um pouco... e pouco.
O trânsito que não te deixa evoluir pelos sinais se fecham, todos, a cada momento que andas mais um pouco. Um pouco... e pouco.
o caos
deslizo calmamente pela vida, meio que sem vida, mas com um certa vida que vem não sei de onde... vivo, caminho, caótico, doloroso, feliz, triste.
Tudo junto, como sempre, meio dramático, meio inexplicável, meio inacreditável, meio desesperador e irreal para quem não sente na pele.
E subo...
E desço.
O TRâNSITO ENLOUQUECE
O CORPO DóI
AS COISAS PERDEM UM DIA A VALIDADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABA
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
O NOVO ENVELHECE
AS CARTAS ERRAM
A VIDA PASSA LENTA SEM VONTADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABANEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A MáQUINA DESLIGA
A TINTA SOLTA
O ESPELHO PERDE UM DIA A VAIDADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABA
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A MODA PASSA
A MALHA ESGARçA
ACABA A GRAçA E A NOVIDADE
O TEMPO CORRE
A ROSA MORRE
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A ROUPA SUJA
O FERRO ENFERRUJA
A DOR SOBREPUJA A FELICIDADE
A BARRIGA CRESCE
A MAçã PERECE
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
...
(Nem Tudo Funciona de Verdade: Tenison Del Rey e Gerson Guimarães)
Tudo junto, como sempre, meio dramático, meio inexplicável, meio inacreditável, meio desesperador e irreal para quem não sente na pele.
E subo...
E desço.
O TRâNSITO ENLOUQUECE
O CORPO DóI
AS COISAS PERDEM UM DIA A VALIDADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABA
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
O NOVO ENVELHECE
AS CARTAS ERRAM
A VIDA PASSA LENTA SEM VONTADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABANEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A MáQUINA DESLIGA
A TINTA SOLTA
O ESPELHO PERDE UM DIA A VAIDADE
OS APARELHOS QUEBRAM
O AMOR ACABA
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A MODA PASSA
A MALHA ESGARçA
ACABA A GRAçA E A NOVIDADE
O TEMPO CORRE
A ROSA MORRE
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
A ROUPA SUJA
O FERRO ENFERRUJA
A DOR SOBREPUJA A FELICIDADE
A BARRIGA CRESCE
A MAçã PERECE
NEM TUDO FUNCIONA DE VERDADE
...
(Nem Tudo Funciona de Verdade: Tenison Del Rey e Gerson Guimarães)
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