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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Oito minutos e alguns décimos

Relatos de uma noite estranha: a ânsia por estar junto, a amizade aparentemente estremessida, a presença sempre mal vinda, a aniversariante estressada, todo mundo cansado e a cerveja quente. No céu, no céu, no céu, estão caindo as estrelas.

_Meu bem, você precisa vê-las brilar...

I

8 e pouco da noite.
Estou sozinho na mesa de um bar vazio. A cerveja quente, o clima úmido. Pernas e ombros cansados, coração palpitante, saudade. O que são os minutos que precedem o momento de prazer que vem logo em seguida? É tanta ânsia que cinco minutos são duros de esperar...

O copo de cerveja, a mesa vazia, os celulares com dez contos e pouco, onze reais de crédito. Não muito, mas o suficiente para me apegar a eles e ligar para todos, desesperadamente, na esperança de que não me abandonem mas, pelo contrário, venham todos até mim para que eu fique, por cinco minutos, feliz...

Mas que demora, eles não chegam! Já se passaram cinco minutos e nada!
Vocês não vêm? Onde estão?

Depois da garantia de que eles vêm, respiro. Mas será que vêm mesmo? Será que tudo isso não é um grande complô para me destruir, isso tudo não será em vão, será em vão? Eis a bendita dúvida que sempre me acompanha e, no fundo, é a única certeza nisso tudo: o que vem depois? Os amigos? Dez minutos de prazer, quem sabe ela, alegria, enfim a vida começaria a dez minutos, ou daqui a pouco, ou agora?

Onde estão todos, não agüento mais esperar...

Me calo!

II
8 e pouca da noite dez minutos depois.
Bêbado, depois de alguns copo de cerveja, acomodo-me confortavelmente na cadeira e peço outra cerveja. Observo o copo suado e começo com minha filosofia de solitário-dramático:

_Que deprimente essa solidão de dez minutos!

Ao fundo Marisa, e por todos os lados a fumaça de cigarros que exalam o prazer alheio e... Acabou-se! Chegaram, finalmente, todos!

Refaço-me rapidamente de toda minha deprimencia e procuro o sorriso mais forçado. Sentam-se todos ao meu lado com a cara de cansados e eu...

III
9 horas da noite.

Caminho meio mole pelas ruas, a cerveja me deixou mais tonto, mas a solidão foi o que embreagou deverdade, a decepção foi o que me destruiu por completo. O drama me corrói e a esperança me alimenta.

Vou para casa mais cansado. Desculpem... foi só uma forma de desabafar.

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