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quarta-feira, 30 de junho de 2010

CANÇÃO dos novos dias

Deixo meu coração. Absolutamente deixo-o nessa triste província. E também esses amores pelos quais ele, doentio, procura desesperado e sedento. Deixo também esse amor ao trabalho que até é digno mas, por um instante menos, trabalhe menos, porque essa alma ferida de saudade e utopias até tem forças para continuar mas... como?
Essa bendita alma quer paz por cinco minutos que seja, não pensar em nada, dormir tranquilo como no passado, uma gestação e eu aquele feto, fecundo. Essa boa alma quer minutos para reencontrar na fonte de tudo a essência que se confundiu com os sonhos rasos e de mentira que essa província má ofereceu a nós.
Não, esse nobre coração vagabundo de alma cansada não quer lembrar da solidão, nem daqueles amores do começo que te deixaram esperando... porque se tudo que se quer é perguntar 'até quando?' ou 'como você aguenta esperar?', que antes, esse nobre esqueça as perguntas e as bocas e relembre a simplicidade que foi o antes de tudo isso, não para viver de passado, mas para revigorar a esperança e torcer para que, nesse intervalo em que deixo, também as vontades, as perguntas e os amores se percam nesse intervalo solto e, aí, que só se sofra pelo que for novo, pelo que o futuro pode oferecer... Ao passado, um beijo de boa sorte e nunca mais...
Porque simbolista como sou, apenas isso - um novo ar, ainda que pouco e tão próximo - simbólico mas suficiente para cravar nessa carne essas mudanças todas e, enfim, quem sabe no mínimo não sofrer mais, ou ao menos sofrer pelo novo, não pelo que, há tempos, deixou a nós esperando sem avisar que não mais irá voltar...

sábado, 26 de junho de 2010

Sem título - a menina do papai

Sentada ao meio fio, ela olhou mas não viu qualquer perspectiva de presente ou de futuro; olhar de vazio, como sempre era assim, e apenas seu passado de menina ela via: o cabelo penteado ao meio, o sol na grama úmida e o pai, com sua máquina de aparar 'mato', o motor barulhento que a fazia gritar, "Mas não precisa gritar minha querida", dizia papai, que desligava a máquina para ouvi-la melhor.
_Mas não é contra a natureza da planta o senhor cortar ela papai?!
_A gente corta para ela ficar mais bonita... mais verde... 
O olhar de obediência dizia que ela respeitava mas ainda assim não entendia. Talvez fosse o sol forte que fazia ela olhar com aquela cara... mas aquela não era a resposta que ambos queriam ouvir... Ele largou a máquina, sentou-se ao seu lado e disse:
_O que você acha? Vamos deixar, então, a grama crescer?
_Pode pai? O brilho no olhar agora era verdadeiro, não era o sol, era alegria, concluiu.
_Se você quiser, assim será.  
Ela caminhou então, o pesinho 28 descalso, a grama fria e aquele vento leve; ela se pegou sorrindo, agora com pesinhos 35 e a brisa igualmente feliz, agora ela para e olha, e pensa:
_Essa grama sou eu, querendo crescer livre e pesada; é sobretudo o meu amor e tudo que eu sou... Se pedes que eu pare ou me cale, você é essa máquina infeliz e barulhenta, triste, cortando meus sonhos e meus desejos e o que eu sou - tornando-me só mais um alguém em meio a todos... E eu não sou igual a eles, nem eles são iguais entre si, mas por que o mundo insiste em se assustar com o que se realmente é? Por quê?
Só, ela olhou para trás, ele continuava parado, estático, morto?
_Pois eu morro, agora gritava, mas não deixo de ser assim, porque morte miserável é isso que você faz por mim...
_Cala a boca, ele disse...
_Eu me calo, para sempre...
O olho no olho
_...apenas para ti... e se prometi isso das outras vezes mas não cumpri, prometo novamente hoje, e depois de tudo que sofri, eu mostrarei a ti se não consigo... Nunca, escute bem...
Pota do dedo ao rosto
_Nunca mais arranco meu coração de meu peito para não mais sofrer...
Olhos marejados
_Antes disso arranco você de mim.


Deu as costas e foi. Não olhou para trás.
Para ouvir: Equalize

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

terça-feira, 22 de junho de 2010

NOVO HOMEM como quem deixou os velhos cacos pelo caminho...

O simbolismo.
A poesia.
A brevidade dessas horas que separam esses amores todos de meu beijo, corpo e desejo.
É tudo tão grande e, ao mesmo tempo, é tudo muito simples e raso até... Não interessa a ninguém...
Pois eu me sinto outro homem, e são apenas poucas horas e algumas centenas de distância, mas sou outro sim, e essa simbologia toda só vai servir para, quando eu voltar, tentar não insistir, não esperar, não me consumir mais, não, absolutamente não a tudo isso que eu vinha fazendo até agora e muito mais me consumia do que me bastava.
O novo homem é de pedaços de não, que agora se voltam para fazê-lo mais forte, mais forte, mais forte e mais forte, repito, para ver se aredito.
E repito, mais forte.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saudade

_Que gosto tem?, perguntei a mim mesmo, depois de quarenta e poucas horas isolado do mundo.
_De que importa?!, respondi. É salgada acima de tudo...
Então me calei enquanto o outro jogava fora os celulares.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Exposto

É assim que estou, é assim que você me deixou, e é assim que decidi me deixar para você naquele domingo abafado em que jogamos conversa fora. É também medo de tudo isso o que tenho, assim como seu susto e, por consequência, também deves ter medo. Mas o medo meu é que apontes para o que está exposto e me digas a verdade - e não, eu ainda não estou preparado para ouvir todas essas verdades que me envergonham e entristecem a alma. Ao mesmo tempo que, dicotômico, eu sei que tudo que preciso é da pessoa certa para me apontar essas verdades agora em exposição - achei que era você, mas você tem outras prioridades e, um pouco eu já sei, não é direito meu cobrar de você o que não tens para me dar.
Pois, ainda exposto como estou, vou, e te deixo livre, eu não quero mas preciso te deixar livre para tentar não te assustar mais do que já o fiz e, nessa eterna tentativa de arrumar o passado, eu tento consertar o que o medo de estar exposto causou em nós. E peço que me desculpe.
Eu tenho medo, queria um gesto seu de que vale esperar você e não queria perder você, mas pela enésima vez, como perder aquilo que não se tem?
Sobre o que está exposto, nem tudo eu consigo entender, mas há algo claro e límpido que agora eu sei que não sei: esperar. Eu não sei onde ou porquê há tanta paciência em umas coisas e nessas, de coração, não há a mínima que seja. Mas eu aprendo, eu erro milhares de vezes e, a cada nova vez, o erro da vez passada me fará lembrar que dói, e aí eu começarei a não fazer e mudarei, enfim... a explicação mais simples para tudo que quis dizer-te antes.
Exposto, eu permaneço, me preparo para ouvir outras verdades e vou.

PRESENTE pra você

Eu escolhi a você para mostrar o que sou e deixar que toque em minhas feridas, quem sabe assim elas curam, todas, e ficam só aquelas cicatrizes? Mas talvez você não queira, talvez eu esteja com medo e por isso ponho os pés pelas mãos, mas foi a partir dessa possibilidade de sim que veio de você que eu abandonei aquela armadura velha e pesada e deixei que o sol e você brincassem com minhas feridas... Pois antes que o fraco Leonardo volte a bancar o forte e altivo, saiba que queria te oferecer a felicidade de ser amado por mim - e não é pretenção minha, porque não é muita coisa mas é honesto e puro - , sou eu o que gostaria de te dar de presente, mesmo que simbólico ou em segredo, eu sou meu presente a ti, e não aceita se não quiseres, mas foi um presente tão bom e bonito aquele que você me deu - esperança, possibilidade, sim - , que eu só queria retribuir a gentileza com o que há de melhor em mim: eu, complicado e misterioso... e queria, quem sabe, plantar um eu no teu coração e apaixonar você por eu... Mas nem sempre dá para ter o que se quer, logo, só me resta agradecer a você, e... sigamos... hoje é dia de alegria!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brinquedo

Você não é, nem eu, ainda que sejamos um para o outro. Se for, então brinquemos!
De minha parte te quero para o prazer de viver contigo e te fazer um jantar, tomar alguma coisa e depois alguns beijos e depois alguma coisa no meio da noite para sentir que não durmo só, o apertar de tua mão estranha e mais nada. Ou tudo que eu não sei porque não me conheço e, por isso, não sei o que pode vir.

Há uma música que diz: "Tentativas vãs de descrever o que me calou/ Me robou palavras e chão e ar/ Me robou de mim...", em nada tem haver comigo e você, exceto esse treco e o seu nome, "Perdida e Salva": é como estou, perdido mas salvo - perdido por saber que esse mal tão meu não vai mudar, mas salvo porque esse sou eu, esse é o meu amor, não é mais nem menos, é simplesmente esse... 

E se te amedronta, que Deus que é pai e mãe de tudo me dê a luz e a força para que eu me afaste de você.

Pois você seria mais que um brinquedo meu e eu seu, mesmo que brincasse com você, mas eu não brinco, no máximo te uso, como podes usar a mim... Agora mesmo eu tento entender minhas loucuras, o ciúme por achar que você fala com todos menos comigo, que você está invisível nessas mídias eletrônicas dos infernos - a conspiração do mal para destruir minha felicidade. Louco... eu sou. Mas como entender essa vontade de falar com você em todas essas mídias eletrônicas que me deixam tão perto de você mas, como(?!), se você não responde? E o celular então, que eu gostaria de acabar meus crédtitos todos para falar com você, e para o quê, se para você já não sou aquele fantasma, bom ou ruim, aquele fantasma que você imaginava antes de ver, a um pedaço que seja, mas que sim, viu esse que eu sou de verdade. Isso. Assustadoramente isso.
Eu não brinco com você. Não brinco. Mas eu entrego os pontos. Diria "entrego" antes de me apaixonar por você mas, como (?!), não é apenas paixão, é quase uma filosofia que eu queria cantar contigo, mas agora não, porque esse pedaço de mim deve ter assustado você e o que eu queria era não te envolver nessa minha loucura que assusta... Queria, sim, que você se arriscasse e vivesse isso, mas você tem medo, e se há algo que me resta, isso eu chamo de respeito...
Perdido porque esse meu veneno eu sei que é aquilo que me mata e incomoda tanto, mas salvo também porque é nele que eu vou acreditar a cada dia até encontrar quem beba filosofia comigo. Mas talvez não seja você... se for, me avise, que eu jogo fora esses fantasmas e recebo apenas a você. E aí brincaremos mais um pouco de ser feliz.

Carne

Não peça para que eu mude. Você entende que um pedido assim é demais para mim? E a resposta é não: não que eu não possa mudar, pelo contrário... já, até, devo tê-lo dito, antes, que o ser humano muda por natureza, logo não tenho como ir de desencontro à minha e sua natureza; mas entenda, mudar obrigado, sabe, mudar forçado ou em qualquer circunstância que não seja a natural é atropelar... a minha natureza?
Pois bem explico como devo mudar, e nisso me apego com unhas e dentes para ver se não me jogo da próxima janela da vida. Ai você me entende e deixa, como muitos outros me deixaram e ainda me deixarão... Disso eu sei, minha mutação é única e é essa, e de minha mutação, garanto, ninguém mais sofre na face desta provincía ou de qualquer outra.
E tome nota: você vai gostar de mim, meu caro amigo, e vamos nos querer bem. Aí eu confiarei em ti e mostrarei a ti um pouco de minha loucura, aquilo que meu coração quiser na hora (não há métodos certos, desculpe...). Então você vai se assustar e fugirá de mim: invisível nessas mensagens instantâneas, sms ou ligação nenhuma para esse bendito celular que nos junta e isola mais, e, ao ter que responder-me e sem saída para isso, darás a mais simples das respostas. E em cada vírgula, acento ou falta de um para que eu caia de decepção, também em suas palavras e até nas vírgulas, já disse (?!), eu tentarei, em vão, encontrar a conspiração que está dentro de tua cabeça, mas tolo encontrarei sim milhões de fantasmas que já estão na minha cabeça, e se ainda não estão passarão a estar, a serem fantasmas meus, a serem todos mais um pedaço de minha loucura.
Tolo, disse ela, e deves dizer você também, e todos os outros bons amigos que passaram por aqui. Mas não tem problema. Um dia eu acordo com auto estima alta e presto atenção a cada milésimo desse dia para, no outro em que a auto estima for baixa, ao menos eu repetir os paços e quem sabem, enfim, me dopar com essa auto estima e não sentir mais dor.
Ah, só não expliquei como se dá a mudança - simples e pura... Como o dia de hoje, dias de arrependimento por ter errado com você e com todas as outras e outros virão, e eu vou cada vez mais desistindo de ser assim, aí pelos erros meus eu mudarei, deixarei um pouco de mim a cada passo que dou para ver se nos reencontramos num futuro e, aí, eu te direi 'olha como agora eu sou', na esperança de que agora sim esteja ao teu gosto. E torço para que você sim, perfeito, não tenha mudado, e assim me receba, e vivamos, enfim.

Eis o futuro

[é egoísmo mesmo...] É isso, e não é pouco! Mais que um beijo ao que pesa nas minhas costas e esse adeus, dói tanto deixar esses amores aqui, esses tudo que já não são úteis... mas que daqui para frente venha, ao menos e apenas aquilo que me interessa.

Fardo

É preciso ter coragem, e tudo mais, mas como, se só?!
Pois caminhe sozinho por essas estradas da vida, leve pedradas daqueles que não te endendem, sacie apenas com suas saliva e lágrimas, tenha poeira como companhia... e ainda assim qual será o segredo para não desistir de tudo e dar um fim?
É pesado esse fardo, e nem sempre dá para ser sempre forte; hoje eu já não estou forte.

domingo, 13 de junho de 2010

Transparente

Pois se quer saber eu vou encontrar forças para não me mostrar a mais ninguém. Igualmente vou controlar-me em tudo para não dizer mais do que devo nem oferecer mais do que queiram... Não vê que sou mutante porque sou sozinho no meio de uns tantos diferentes que insistem em ser iguais?  Pois ao teu nome no msn ou orkut meu pensamento e todas as forças de meu corpome impulsionam até a barra de tarefas onde poderia te dizer qualquer coisa boba e começar de onde parou quando... quando.... quando nem eu lembro bem quando.
Pois anote, porque quando eu erro por diversas vezes eu me machuco. Sim, eu me machuco ao mandar-te trinta mensagens e obtenho uma resposta ríspida, ou um sorrisinho bobo, ou nada, como vem sendo nesses dias. Ouça: eu não sofro tanto, minha alma que é muito exagerada, mas agora eu já sei que charmoso mesmo é ser intenso, não exagerado. Por isso meus passos de agora em diante serão equilibrados e claros, harmoniosos como o bicho da seda, lento, paciente... mas ainda transparente. Mas triste: isso que te assusta nada mais sou que eu - cada pedaço sou eu, melhorado (achei), mas se não sou melhor que antes, saiba que ainda sim prefiro esse porque foi pensado e respeitado por mim mesmo.
O problema é essa sede, esse amor todo, essa vontade de amar e ser feliz, esse exagero todo em que a tudo em minha vida é aplicável - o exagero... mas saibam todos que eu não sei se vou mudar. Talvez eu aprenda mais alguma coisa com esses desencontros e não erros meus e passe para outra... É engraçado como a cada dia queria correr do passado mas, que grande bobagem, o passado também sou eu, aquele lá atrás sempre será eu, e renegá-lo e como me tirar uma das pernas - como seguir sem um pedaço de si?
Não, não sofro nem mudo, talvez melhore aos seus olhos, aos meus eu me adaptarei ou tentarei ser diferente ou sei lá eu - vou fazer diferente para que cuidem bem de meu coração vagabundo. Mas sigo, louco e curioso. Vagabundo.

Nana

Tolo, foi o que ela disse depois de abrir meu coração a ela, justo ela, aquele gosto bom de passado mal vivido mas, quem se importa, se ainda há futuro? Não, ela não disse exatamente tolo, ou disse, mas minha cabeça estava tão cheia de sentimentos e adrenalina, e eram o que? Oito horas e poucos minutos de uma manhã mal começada? Eu não posso dizer se ela me chamou de tolo. Mas foi tolo que me veio à cabeça. Foi sim.
Na noite passada eu pensei nisso tudo, nos meus sentimentos que não são medos, são apenas abusos de tudo e a tudo, a alma prolixa de Clarice, mas eu pensei nisso tudo e pensei também em como seria bom entrar em uma das tantas igrejas para tapar esse vazio aqui com a Palavra do Senhor... seria cômodo: eu deveia virar logo pastor, porque aí, à hora a tentação, eu correria ao palco e diria milhões de améns até que meu tesão ou sede ou loucura passasse... anestesiava-me de qualquer droga lícita e viveria até os sessenta, também ão precisaria trabalhar... pensei. E achei melhor não.
Aí ela me chama de tolo, ou algo parecido, e diz que esse meu vazio e essa procura me deixarão louco; mas louco eu já sou, pensei, e mais: e se você ficar louca primeiro, arrisquei. Como?, respondeu. Eu reinterei - A mesma possibilidade que tenho de ficar louco você também tem. E arrebatei: quem pode dizer?!
Calamos.
Pois você era o homem que eu queria quando estava internada com meu filho, eu sozinha na Província de Arrecifes e você o único homem para me ajudar, blá blá blá, até ali eu sabia que era você...
E pronto. Aqui aqueles laços de passado que persistiam nesse presente e ainda davam aquela esperança de futuro foram desatados - eu amava a uma Nana transloucada, aquela que essa nova Neidjane matou cada dia um pouco mais, e aquela sim era ousada, bonita, má, era aquela que eu necessitava para preencher esses devaneios meus. E eu, exatamente, também não era mais o menino que ela queria que eu fosse, parado no tempo mas maduro, com a doçura de antes mas sem questionar, apenas olhar para frente e confiar... Sem perceber, eu segui a linha dela e ela saiu da dela para aprimorar ainda mais a minha. Que linha? A linha de vida. A dela era torta, agora é a minha, e ela, igualmente torta, mas na que era minha.
Ela disse ainda que eu usava de uma poesia superficial e parnasiana, cheia de metáforas, para esconder meus vazios e frustrações...
Ela me analisou como sou e, DANADA! Ela ainda me tem em suas mãos. Nossas almas, disse a ela, nossas almas são irmãs, minha querida amiga. E antes que entendessemos isso, nossos corpos e hormônios confundiram tudo. Mas isso não é ruim, conclui comigo mesmo, já sem escrever mais nenhuma palavra. Antes, no começo dessa conversa, em comum tinhamos também a tristeza em nossos corações, mas ao fim, não sei a ela, mas a mim sobrou um coração aliviado e tranquilo.
Você me faz bem, conclui. E agora tenho que sair. Nos vemos, sempre.
Ela deve ter dito alguma coisa que não vi porque fui trabalhar. Havia expediente na caverna.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Aquele beijo

Sonho meu.
Pois aquele beijo não era um pouco mais nem era um pouco menos, nem bom nem ruim, era exatamente do tamanho de meu desejo; um pouco seco pela sede e temperaturas de 30 e poucos graus, de 40 deveria ser a febre que nos tomou naquele sonho, mas que beijo foi aquele - perfeito - como nos melhores sonhos e do jeito que tem que ser: quente, seco no começo, encaixado e pronto. Do tamanho do meu desejo, do tamanho de seu possivel, do jeito que precisava ser para acalmar essas cabeças e coração bobo, um sonho - fofo.
Mas que doce foram aqueles beijos. Doces!

Puta louco

"Na rua do Hospício às 8h", dizia, e eu, meio que desentendido, fazia que sim com certo desdém mas, pontualmente, às 7h 30 estava eu, lá, louco, e a cabeça bem antes, desde quando disse "lá às 8h", desde sempre à espera disso, como uma puta na esquina da rua do Hospício com a Boa Vista, meio puta, meio louco, só, como sempre, na rua do Hospicio.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Te dou um doce

Pois ache o segredo da felicidade, ache o manual de instruções que manipule qualquer coração vagabundo e translocado, conte-me como é possível e ainda assim é provavel que eu diga não, que eu repudie, que eu me desespere e fuja, só não consigo desistir...
Que minhas ideias cheguem a uma ideia de suicídio, o fim disso às vezes parece ser a melhor saída mesmo, mas depois me vem uma sede de não sei o quê; ruim ou bom, me chega a paciência; me chegam também as migalhas e, por hora, bastam... pior não tê-las... Não, eu não desisto de alguma coisa que eu sei.. e olhe que não sei de o quê... é a exata brincadeira na qual entra meu coração e, de bandeija, eu; mas aí o coração sai da brincadeira e não me avisa e eu fico, e aí a consciência acredita e, ache o segredo da felicidade, ache... ache.
Pois me conte, quando chegar a hora. Quem sabe num momento qualquer desses meu coração desista e deixe a consciência fazer o papel dela, e a testosterona o dela, e igualmente os testículos e tudo mais nessa jovem velha carcaça ser tudo que é conforme quer a sagrada mãe natureza?! Quem sabe assim, à lei natural das coisas, finalmente dê para ser feliz?!

sábado, 5 de junho de 2010

JUSTÍSSIMO

De meu estagiário preferido, em sua página de orkut:

Diego Robeh-09:32--diz
"Se você não sabe lidar com o meu pior não merece o meu melhor"

"Justo", respondi

A semente de vida que brota de teu coração

Há alegria maior que a a coisa boa que é despertar amor no outro, sem querer ou querendo querer? Pois meu remédio e veneno é o amor; a coisa que mais me agrada nesse mundo é dar amor, gratuito àquelas pessoas que gosto, ou simplesmente por aquelas que, por hora, tenho apenas tesão - a essas depois terei amor... talvez... se não, pelo menos um sentimento de respeito.
E igualmente me agrada esse exercício instavelmente transitível que é o verbo amar. Essa descoberta eterna de como será dessa vez, afinal é o mesmo amor de sempre, mas em células novas, bocas novas, suores novos. Pois amanheço e depois durmo, agora sei, não exatamente por aquelas que juro amor eterno - a essas também -, mas sobretuto durmo para acordar no outro dia na esperança de achar alguém - encontrar alguém - que queira de bom grado o meu amor, e que até se irrite com a pessoa chata e louca que sou eu, mas que aceite meu amor, enfim, me tome como seu melhor caso clínico e, fim, FLUAMOS.

PORQUE não quero mais arrancar esse coração de meu peito: quero arrancar àqueles amores todos que já nem sei...

A DOR com música cura

Apresento aos senhores e senhoras: LUKA

"Eu vou levando a vidaa/ E vou tentando disfarçar/ Mas vou deixas a porta do meu quarto aberta/ Caso você queira voltar..."
Composição: Luka


Os dias passam devagar/ A noite me diz que você não vai voltar/ Os móveis saem do lugar/ Eu corro o mundo e não consigo te alcançar... / Sem você meu rádio fica mudo / Minha TV fica sem cor/ Meu violão fica sem som/ Sem você meu corpo não reflete mais no espelho/ Minha casa cai/ Sem você eu perco o chão.../ Então me aceite como eu sou/ Não me peça pra mudar essas manias que você já perdoou/ Eu vou levando a vidaaah/ E vou tentando disfarçar/ Mas vou deixar a porta do meu quarto aberta/ Caso você queira voltaaaaaaahr/ Ah, Ah, Ah, Ah... Ah, Ah, Ah, Ah.../ Caso você queira voltar/ Ah, Ah, Ah, Ah... Ah, Ah, Ah, Ah.../ [repete...]/ Caso você queira voltar...


"Mas não me deixe aqui sozinha sem respostas que eu nem sei onde encontrar..."
Composição: Luka/Rick

Tire um pouco o peso das minhas costas/ Falta pouco tempo prá eu ir embora e eu nem sei se vou voltar...
Trilhe seu caminho, faça suas apostas/ Mas não me deixe aqui sozinha sem respostas que eu nem sei/ Onde encontrar... / Eu sou apenas uma criança indefesa/ Você parece uma caixinha de surpresas/ Se for assim meu bem... adeus! / Não tô te pedindo prá ficar/ E não vou te encher de promessas/ Eu te quero bem, mas no amor eu tenho pressa... / Vá se acostumando com a minha ausencia/ Faça logo as pazes com a sua consciência e veja se você errou... / Trilhe seu caminho, faça suas apostas/ Mas não me deixe aqui buscando as respostas que VOCÊ nunca encontrou... / Eu sou apenas uma criança indefesa/ Você parece uma caixinha de surpresas/ Se for assim meu bem... [segue...]

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Lilo

_"...deixa assim ;D", disse ele.

E assim nasceu uma nova amizade.