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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Palavra de consolo

Queria escrever que sou um garfanhoto que ama e depois vai embora, fica enquanto precisa, e depois some.
Também sou um pedaço de carne podre, vagando num pedaço de vida; sou o comedor de migalhas, o Policarpo Quaresma, a utopia, a contradição; sou um nada, um coitado, mal amado, tímido, vítima e bandido, contradição!
Sou um desequilibrado, a esquisofrenia, sou qualquer coisa que não se pode explicar, uma mentira, uma tentativa, a esperança; eu sou a vida!
Eu posso ser, seu, ser seu; ser; seu... infinitamente seu, e sob todas as formas de ser, sou, de todos, do mundo, porque de tudo eu sou a caixa de pandora, eu continuo a carne viva, continuo o poço, o esperançoso, a vida, continuo sendo: pra mim, para você; ser: para ser seu e meu; seu para satisfazer eu...

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