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sábado, 12 de julho de 2008

Tempo

O espaço para o beijo. O beijo à vida, o beijo à morte, o beijo à incerteza e o beijo a você mesmo. O tempo para reflexão, para o esconderijo, o tempo para a fuga e o tempo para tudo, ou nada. O tempo que precede a lágrima ou a vontade de chorar, e o músculo do queixo que não conseguimos controlar quando choramos...

O tempo que precede a lágrima mas como se esse tempo simplesmente permite a lágrima e o movimento?

E finalmente se deixa derramar a lágrima por tudo que te cerca. Mas como não deixá-la derramar se não com o tempo?

Um sopro leve que beija meu rosto em meio a essa jornada que insiste em ser batalha mas pra mim é caminhada...O sopro leve em meio a essa dura jornada de mim comigo mesmo, e no meio disso tudo, o tempo, que não pára, mas como, se para isso ele necessitaria de tempo?

Pensamentos soltos como o vento que me beija e a confusão preguiçosa que me enrola todo e me faz agir assim. Polui minhas entranhas, minhas palavras, minha filosofia, meu pensamento (outro pensamento?!)

Reflexão bucólica que me enrola todo e me faz agir assim: melancólico, bucólico, fugitivo, vingador... Saudosista e triste, enlouqueço um pouco mais a cada dia e insisto. Insisto. Insisto. Insisto?

Doido e sangrante como sempre, ou como nunca... desde quando meio louco?!

Mais um vento e lá se vai com ela o fio de minha inspiração...

Bilhete

Minha cara amada, peço insistentemente para que fujamos enquanto há tempo, porque a loucura está me tomando todo, e a cada dia essa solidão estranha e amarga me mata um pouco mais e um pouco mais.

Mata mais e mais, mas não me mata de verdade, amada minha, pelo contrário: me deixa vivo para os detalhes e sensível à estupidez alheia e afim, de maneira que meu maior desejo nos últimos momentos, depois de suas doces entranhas, é a destruição do outro por métodos malignos e delicados, mas maus, todos, e muito sangrentos, estraçalhados resumidamente. À boçalidade e idiotice alheia desejo matar devagar e pausadamente; amarrar num tronco e esfaquear até vê-lo secar; cortar aos pedaços; passar por cima e tornar uma massa homogênea; matar simplesmente.

E para que eu não mate nem morra, amada minha, peço que fujamos para aquele doce refúgio que só encontro no balanço doce de seus cabelos limpos e cheirosos, no embaraço mágico de suas pernas, na sua boca, nos seus olhos, no seu ser, enfim.

Salve-me amada minha, enquanto há tempo. Salva-me, amada minha.

Ânimo

Quando o raio de sol invade meus poros e uma força estranha me toma, estranhamente, por mais seca que esteja essa fonte, uma inspiração me vem... Uma sede de viver, um não sei o que desesperado, salgado como o suor gelado que sai do meu corpo, um tudo que me refaz apesar de tudo o que veio até então e me faz sentir mais forte e certeiro:é esse o caminho correto; é esse!

E me debato dentro de mim mesmo, me repito, me reciclo, me reencontro e de novo, tudo de novo.

04 de abril de 2008

Certamente você não se lembra, e para que se lembrar, não é mesmo?

As bobagens todas deveriam ficar no passado, penso, e quando digo bobagens, digo as bobagens todas, as minhas e as suas, se bem que não sei se as suas porque são suas e sobre você nada posso fazer, muito menos dizer, pois tão pouco sei sobre você... Mas as minhas estão todas enterradas!

Todas!

Um adeus à disciplina, responsabilidades e compromissos. Um adeus à preocupação de encontrar alguém e um abraço, forte, ao acaso, ao esmero, ao efêmero...

Vai ser assim daqui pra frente, amor, apesar da saudade fina daquele fatídico quatro de abril. Ainda sinto o doce estranho daquela cerveja...

Decepção

_ O número de seu celular eu fiz questão de apagar, cachorra, apesar da brincadeira do destino em apresentá-lo tão fácil para a minha memória desmemoriada e fraca. O celular, os perfumes, o relógio, as fotos e tudo mais. Aqueles bilhetes, sua vagabunda, são todos poeira agora. Poeira, ta me ouvindo?!

Outro gole de cachaça

_E não me apareça mais com aqueles beijos doces porque esse seu tabaco eu não como mais ta me ouvindo? Olha pra mim quando eu to falando sua vadia!

Os vizinhos olham, perplexos

_Tão olhando o que? Vão todos para a puta que pariu! E você, sua cahcorra...

A lágrima

_...Você não me engane mais... O meu amor não é brinquedo não, ta certo?! Não brinca comigo não... Oh meu Deus...

O choro de menino, sentado no meio da rua. O carro policial, os vizinhos fechando as janelas, o cachorro que se aproxima e o vento frio. A janela permanece aberta, a cortina dança melindrosa. A sombra permanece,na janela.

Será ela?!

Desespero

Onde está? Onde estão?! Localizem para mim a inspiração que me toma por um segundo e, derrepente, vai embora... localizem também o bendito novo homem, que não durou um minuto: fraco, coração vazio e solitário, vontade de chorar e mandar ao inferno o mundo. Onde estamos? Onde está? Mergulhar mais fundo para encontrar o novo homem, e a nova mulher, e o carinho, e o beijo, e o amor? Meu Deus, o que está acontecendo?