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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Engarrafamento

O fluxo da grande metrópole foi interrompido, está interrompido, permanece interrompido. Tudo está parado. Tudo.

Enquanto caminho por entre calçadas sujas e esburacadas, enquanto vivo vazio e sem muita vida, enquanto respiro ares poluídos de esgoto e gases afins, enquanto tento viver, ou melhor, sobreviver, caminho rumo a um futuro sombrio e observo, observo a vida a meu redor, ou aquilo que deveria ser vida. Observo as pessoas, essas pessoas tão estranhas que mais parecem objetos, seus brinquedinhos, seus hábitos. observo...

As pessoas, em seus carros, estão todas mortas! Seus olhares já não dizem muita coisa, não há vontade de viver. A vida apenas permanece ali porque se há uma tarefa para fazer. Todos temos que fazer, mas a vida não melhora, não dá prazer, não evolui. Em plenas horas da manhã, as pessoas estão, trancadas em seus carros, com olhos sem brilho, corpos cansados e alma sem vontade, exaustos por uma noite de sono certamente mal durmida. Ou será que não foi a noite, mas o dia? E se foi a vida, e não o sono? São todos pedaços da engrenagem da grande cidade...

Eu, como eles, não sei o que faço, nem mesmo para onde vou. Mas, daqui de fora, é mais doloroso observar o pouco de vida que há em nossas vidas, o pouco de tudo que há em tudo (ou seria o nada que ocupa quase tudo?), é mais difícil observar a engrenagem e suas facetas...

O fluxo está interrompido. A vida já está parada há muito tempo... caminhamos pra onde? Vamos chegar a onde? E, se chegarmos, encontraremos quem?
O fluxo está interrompido? Tudo bem, já não há pressa, já não há mais ânimo, já não há mais vida... entendeu que fluxo está interrompido?
O fluxo está interrompido...

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