Ele mastiga o pedaço de pão velho achado em cima da mesa como quem come um doce. E caminha depressa, está atrasado, está cansado da noite mal dormida, está com muitas olheiras. Também está pensativo, está ansioso, está assustado.
_Decepcionado?!, pergunta-se
Na noite anterior, a conversa com os amigos e a descoberta de que sua casa não é a única a desconfiar do menino...
_Ora! Todos me acham uma mentira?, questiona-se, agora realmente irritado.
Qual a coisa certa a fazer, há o trabalho me esperando, mas ainda tem a declaração è mulher que amo, a conversa com os amigos, a avaliação com os pais...
_O que é que vê primeiro? Por que tantas pessoas não confiam em mim?
Na encruzilhada, pronto para atravessar a rua, ele mira o farol e dá seus passos simples, rápidos, seguros...
_Eu tenho tempo.
E tenho um tempo.
Que não me venham as más companhias convencer-me do contrário porque simplesmente meu tempo grita, meu tempo berra, meu tempo suplica: tempo!
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