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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Descoberta

Ele mastiga o pedaço de pão velho achado em cima da mesa como quem come um doce. E caminha depressa, está atrasado, está cansado da noite mal dormida, está com muitas olheiras. Também está pensativo, está ansioso, está assustado.

_Decepcionado?!, pergunta-se


Na noite anterior, a conversa com os amigos e a descoberta de que sua casa não é a única a desconfiar do menino...

_Ora! Todos me acham uma mentira?, questiona-se, agora realmente irritado.

Qual a coisa certa a fazer, há o trabalho me esperando, mas ainda tem a declaração è mulher que amo, a conversa com os amigos, a avaliação com os pais...


_O que é que vê primeiro? Por que tantas pessoas não confiam em mim?

Na encruzilhada, pronto para atravessar a rua, ele mira o farol e dá seus passos simples, rápidos, seguros...

_Eu tenho tempo.
E tenho um tempo.
Que não me venham as más companhias convencer-me do contrário porque simplesmente meu tempo grita, meu tempo berra, meu tempo suplica: tempo!

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