Contemplando a magnitude que traz o poder do homem, como sempre, eu observo a vida moderna e todas as mazelas de selva de pedra: o calor pelo vento que não chega graças às paredes de concreto, o ar pesado seguido da alergia graças aos carros e aos outros, a pouca vida em meio a tantos seres humanos, enquanto uma mizera planta tenta sobreviver ao asfalto fervilhante e apressado.
No meio disso, voa livre por entre os passos descompassados daqueles que caminham sem saber pra onde, e movimenta-se sábia; desvia e procura, mas não a uma flor ou a um copo d'água. Não a um galho seco ou a um lugar seguro, livre do vento. Ela simplesmente procura e depois acha...
Me acha.
Me beija.
Me pica.
Me mata.
Lá vem a benedida borboleta, trazendo um pouco de não sei o quê pra minha vida. Mas não se aproxime, oh duvidosa borboleta: se não sei a tua sina, como confiar em tua vinda?
Mas é tarde, pobre vagabundo; a borboleta é impiedoza, sugiro maliciosa, melindosa, espaçosa? Tomou-me de uma vez, derrubou minhas forças, coloriu minha vida e transformou meu espaço num grande jardim de rosas, num canteiro estranho, familiar mas distante, remoto, amedrontador mas instigante.
É o amor, pois?
Como saber? A borboleta, danada, já se foi...
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário