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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Testamento

Pego o bilhete amassado. Leio com pressa aquelas linhas tortas, um pouco tremidas, mas muito amigas... "São suas, sei que são", penso.

"Caro amigo...

Sei que não tenho sido um bom companheiro, se quer tenho te tratado direito... desculpe-me, inclusive, essas linhas tortas. Imagino sua cara de idiota lendo essas minhas besteiras... como sempre, recorro à escrita para sanar aquilo que deveria fazer com a palavra. Ou melhor, com a fala. Adoro o olho no olho, você sabe, mas estou estagnado, realmente muito cansado... enfim, estou cansado... não sei se aguento olhar em seus olhos de novo. Também não quero olhar em seus olhos de novo. Chega de sofrer com ações desnecessárias. Posso paracer um fraco, e sei que sou, mas sinceramente, prefiro... prefiro dar um fim a isso tudo. Chega de tentar manter uma coisa sem sentido, essa relação mesmo tão sem sentido. Desculpe-me a franqueza, mas reconheça sua culpa: você é tão fraco quanto eu, você é tão imoral quanto, tão pobre quanto... você nem ao menos fala, meu Deus, você não fala... sei que sou pedante, irritante, cansativo e frustrante... sou até mais que o que queiras dizer, mas meu Pai, só queria que reconhecesses tua culpa nisso tudo. Enfim, quero que te fodas, na moral não chore nem... nem ouça? Rima né, mas não fique triste, a metáfora do "garfanhoto" é verídica, sou isso aí mesmo, faço mal e depois parto pra outra, como agora, como sempre... como sempre...

Espero que me perdoe, que sejas feliz, que reconheças todas as culpas e que, honestamente, não erres novamente. Acreditas que, um dia, todas as verdades te serão reveladas? Insisto nessa parada porque é ela que me agrada...

Acabou o tempo... Cuide-se.

Te amo, mas não dá mais. Embora... adeus..."

Um comentário:

  1. Estou notando você muito abatido... quieto, fechado.

    O que houve, menino?
    Há algo que possa fazer por você?

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