Ao fim do corredor escuro, apenas da última porta havia uma fresta de luz, mas o som era nítido, uma voz bem mais ao fundo que o fim do corredor, e os socos na parede ou na porta, quem poderia saber... eles eram dele, certamente.
Procurou fechar os olhos, esse lado obscuro das coisas é melhor não dar ouvidos.
E bateu mais forte, e era sua voz que vinha do fundo do corredor; já não dava para rejeitá-la ou mesmo não ter interesse, era sua voz, dizia o outro ele... mas quantos de nós estão soltos? perguntou ao primeiro; vá até lá e veja quem é, respondeu um terceiro, e ele entrou corredor a dentro; e os gritos eram mais fortes, e a dor em seu maxilar também crescia, seu suor frio naquele ambiente quente era agora a umidade daquelas paredes tristes e sua voz ao fundo que faziam seu coração bater mais forte e por isso quente... Aproximou-se, abriu a janela, viu-se amarrado a uma camisa, de força?
_...porque eu queria rasgar você e achar os insultos mais violentos, e dilascerar sua carne com a minha unha roida e, absolutamente, fazer com que me vejas, fazer com que me sigas... Não entende que eu quero você da boca para dentro? Eu quero você, eu quero você, eu queeeeeeeeee...
Fechou a porta. Não aguenou encontra-se consigo, aquele era ele mesmo?! Fechou a janela e tapou os ouvidos, saiu correndo daquele lugar escuro, voltou a novamente fugir de si.
_Enfrente ele, dizia um dos outros;
_Vá lá e dê um jeito, disse o outro...
_Coragem, homem de Deus, dizia seu eu preso naquela sala clara e amoraçante, coragem...
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