"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver 'apesar de'. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio 'apesar de' que nos empurra para a frente. Foi o 'apesar de' que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi 'apesar de' que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
É com ela que eu recomeço. Clarice Lispector. Não gosto de esperar, não aprendi a esperar e nem sei por quanto tempo consigo.
[do blog encontrandocaminhosperdidos.zip.net// a musa favorita de todas]
terça-feira, 27 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
"Antes de mais nada"
Antes de mais nada eu quero ser feliz
Mesmo que meu marido me traia
Sem que eu seja rica
Mesmo travesti
Até preconceito vestir.
Antes que eu me case
E mesmo que eu me case
Quero primeiro ser feliz
Porque porque e porque.
Sem tatibitati.
Para que a vida comece de verdade
Uma felicidade
Por inteiro
E não pela metade.
Combinado?
Riscado e cospido por thiago kuerques em http://thiagokuerques.blogspot.com/ [eu sou mais forte do que eu]
Mesmo que meu marido me traia
Sem que eu seja rica
Mesmo travesti
Até preconceito vestir.
Antes que eu me case
E mesmo que eu me case
Quero primeiro ser feliz
Porque porque e porque.
Sem tatibitati.
Para que a vida comece de verdade
Uma felicidade
Por inteiro
E não pela metade.
Combinado?
Riscado e cospido por thiago kuerques em http://thiagokuerques.blogspot.com/ [eu sou mais forte do que eu]
Sopro de vida
Numa semana em que tudo deveria ter dado certo, me desespero por pegar-me pensando que dias serão bons e dias serão, inevitavelmente, ruins. Não deveriam ser assim: os dias deveriam ser sempre bom ou, no mínimo, os dias deveriam ser menos dolorosos pela dor de tudo aquilo que deixei de fazer por medo, mais uma vez indo contra minha natureza e, aí, morrendo mais um pouco na frente dos outros e debruçando-me em sofrimento quando estou comigo mesmo e minha consciência grita mais que qualquer outra coisa morta ou viva na face desta triste existência.
É superficial! Foi preciso, apenas, uma pequena perca para o paraíso ir embora e o mundo cair, o cinza tomar conta, o coração voltar a doer apertado e tudo mais.
Poderia dizer "que decepção com o mundo", mas não posso antes de dizer que a decepção é contra mim. A dor é contra mim, a frustração é por tudo que deixo de fazer por medo, incompetência, prudência com o outro... A prudência com o outro é o pior de tudo: como é possível amar tanto ao próximo que não se pode ferrá-lo ou fazê-lo tomar no cu lindamente, sem pena nenhuma? Até quando aguentarei sofrer pelos outros para que eles pisem em minhas costas cansadas? Não sei. Parece que não há tempo.
Há ainda o amor, que não se materializa por uma série de medos - mandingas de séculos atrás - conspirações astrológicas físicas escatológicas, quem sabe, que fundidas fodem-me no mais profundo poço da solidão a dois, a três, a mil pessoas ao redor. Não falta amor, no fundo talvz faltem, apenas, seres humanos, artigo raro nesses dias cinzas coloridos por abraços artificiais, presentinhos de mentira e conveniências.
Sopra-me, oh vento que vem de não sei onde, e sopra-me vida, sopra-me coragem, sopra-me a luz divina para fazer o que é certo sem ter que sofrer mais um segundo... não morreu, Cristo, para que eu não passasse por isso?!
É superficial! Foi preciso, apenas, uma pequena perca para o paraíso ir embora e o mundo cair, o cinza tomar conta, o coração voltar a doer apertado e tudo mais.
Poderia dizer "que decepção com o mundo", mas não posso antes de dizer que a decepção é contra mim. A dor é contra mim, a frustração é por tudo que deixo de fazer por medo, incompetência, prudência com o outro... A prudência com o outro é o pior de tudo: como é possível amar tanto ao próximo que não se pode ferrá-lo ou fazê-lo tomar no cu lindamente, sem pena nenhuma? Até quando aguentarei sofrer pelos outros para que eles pisem em minhas costas cansadas? Não sei. Parece que não há tempo.
Há ainda o amor, que não se materializa por uma série de medos - mandingas de séculos atrás - conspirações astrológicas físicas escatológicas, quem sabe, que fundidas fodem-me no mais profundo poço da solidão a dois, a três, a mil pessoas ao redor. Não falta amor, no fundo talvz faltem, apenas, seres humanos, artigo raro nesses dias cinzas coloridos por abraços artificiais, presentinhos de mentira e conveniências.
Sopra-me, oh vento que vem de não sei onde, e sopra-me vida, sopra-me coragem, sopra-me a luz divina para fazer o que é certo sem ter que sofrer mais um segundo... não morreu, Cristo, para que eu não passasse por isso?!
ESTOU FORA
Perdido e sem inspiração, por isso um mergulho sem hora para voltar naquilo que um dia escrevi; pra ver se me recupero dos amores, dos amigos, de Recife, do que fiz e do que tenho que fazer: voltar ao passado para me recuperar de mim...
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