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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Malassombro

Depois de uma dor intensa, ele se recompôs mas não levantou-se. Passaram-se o quê, trinta minutos nesse estado? Eram onze e poucos minutos da noite, aquele caroço latejando em sua nuca e, agora, ele realmente entendia o significado do medo, verdadeiramente sentia-se como aqueles que diziam ver um filme diante de si antes do fim.
Arrastou-se até o travesseiro, um suor frio que tomava seu corpo e uma respiração difícil, quase inexistente, porém ali, presente, o sufuciente apenas. Arrastando-se e, como o condenado que já não sente mais a garganta cortada pela lâmina fria das justiças humanas há menos de segundo, ele acalmou-se e, pacientemente, começou a pensar como tal, caso fosse a hora da morte.
No fundo, ele sabia que não era, mas o momento talvez pedisse mesmo uma reflexão sobre o mundo, sobre ele e sobre tudo.
A lágrima que escorre à direita do rosto triste, possivelmente, não é mais de medo mas do tudo que ele mal refletira em poucos segundos e não gostara: era muito, e ao mesmo, tempo muito pouco.

Muitos contatos. O carro era dos sonhos.
Alguns bons amores, 12 livros e 14 relações sexuais
veladamente contadas por ele e só para ele. Para o
mundo, infinitas... mentiras.


Bem, já era mais de meia noite e o cansaço definitivamente o tinha beijado.
Vivo, acordou às 6h e, vendo-se ainda vivo, pensou em quem sentiria sua falta. Então, arrumou-se e foi para o trabalho.

Um comentário:

  1. E depois do trabalho foi "tomar uma" no Central com uma amiga que não é velha, mas é fiel. E riram juntos.

    (Bem que podia terminar assim, né?)

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