Vejo um velhinho.
Vejo muito amor.
Verdadeiro calor.
As mãos cansadas puxam a cordinha.
Os pés exaustos do dia freiam bruscamente.
Vai pra frente não somente o velhinho, mas também todos os presentes.
Todos!
Desce na frente o velhinho.
E por trás desce o menino.
Desce também o meu sono, meu vício, minhas tristezas e desatinos.
Tudo em mim se volta para olhar pela janela o encontro de carinho.
A mão cansada de tanto carregar os fados agora abraçam delicaos uma mão tão cheia de futuro...
Os olhares se cruzam, cúmplices.
E no meio do calor da selva de concreto;
Em meio ao barulho que enlouquece, os buracos fundos, à sujeira e às pessoas;
Em meio ao mundo duas almas se encontram, se seguram, se completam:
Com um simples olhar.
Um apertado encontro de mãos
A segurança de estar junto, já que antes só separados pela catraca.
E agora juntos
Seguros...
E o abraço para matar de inveja alguém que há tempos vaga perdido na selva da solidão.
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