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segunda-feira, 3 de março de 2008

Despedida e o laço de fita

Lá vem a menina com seu laço de fita.

E o vento balança o cabelo sedoso da menina amarrado apenas com um fino laço de fita.

Fita...

Fito a menina.

...

O pior das despedidas, penso, enquanto a mãe agarra o braço da menina, são os laços. E o pior do ser humano, concluo, é o sentimento indevido, que estraga todo o ser, e em tudo no ser. Malditos laços.

Levanto da cadeira e consumo o último gole de café. Caminho mais um pouco até a frente do seleiro, entro sereno e caminho. Despisto. Chego com frio ao fim do coredor e respiro (fundo), antes de aproximar a mão serena na porra da maçaneta. Geladas, elas se repelem, como a coragem e o medo nesse momento de desespero.

O que espera de tamanho descontento? Hoje, porém, eu preciso ser mais forte que o meu medo, penso, enquanto deliro e suo. A febre, sinto a febre, mas não há tempo. A febre... Há febre.

Concentro-me.

Agarro a maçaneta com força, como quem se agarra à vida... Abro a porta e, o ar perfumado e gelado me toma o corpo, amedronta a mente. Fortalece o Espírito. Sobreviverei sem o alimento do espírito, deliro novamente, até que me concentro e centro.

Ou não centro?

Desculpe. Fecho a porta e saio correndo. Saio do seleiro, dobro a esquina e sento, novamente, no cafá "centro".

Outro café, um analgésico e comprimidos. Amanhã eu findo, mas hoje sobrevivo...

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