Lá vem a menina com seu laço de fita.
E o vento balança o cabelo sedoso da menina amarrado apenas com um fino laço de fita.
Fita...
Fito a menina.
...
O pior das despedidas, penso, enquanto a mãe agarra o braço da menina, são os laços. E o pior do ser humano, concluo, é o sentimento indevido, que estraga todo o ser, e em tudo no ser. Malditos laços.
Levanto da cadeira e consumo o último gole de café. Caminho mais um pouco até a frente do seleiro, entro sereno e caminho. Despisto. Chego com frio ao fim do coredor e respiro (fundo), antes de aproximar a mão serena na porra da maçaneta. Geladas, elas se repelem, como a coragem e o medo nesse momento de desespero.
O que espera de tamanho descontento? Hoje, porém, eu preciso ser mais forte que o meu medo, penso, enquanto deliro e suo. A febre, sinto a febre, mas não há tempo. A febre... Há febre.
Concentro-me.
Agarro a maçaneta com força, como quem se agarra à vida... Abro a porta e, o ar perfumado e gelado me toma o corpo, amedronta a mente. Fortalece o Espírito. Sobreviverei sem o alimento do espírito, deliro novamente, até que me concentro e centro.
Ou não centro?
Desculpe. Fecho a porta e saio correndo. Saio do seleiro, dobro a esquina e sento, novamente, no cafá "centro".
Outro café, um analgésico e comprimidos. Amanhã eu findo, mas hoje sobrevivo...
segunda-feira, 3 de março de 2008
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