Os lamentos de um fã que gostaria muito de assistir um novo clipe ou mesmo um show, comprar o DVD desse show e assisti-lo em finais de semana com chuva
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Chistina Aguilera na bela capa do bom ábum de música pop Bionic, lançado em maio/junho de 2010. |
Os fãs da cantora americana Christina Aguilera estão, de certo modo, em festa pelos anúncios informais dados pela própria artista sobre um novo CD que estaria sendo gravado. Mas Aguilera não é uma artista fácil de ser admirada. Além de ser apontada como "metida" e bastante emotiva por críticos da indústria pop, Aguilera é, de fato, uma artista sem uma identidade definida - a cada novo trabalho a musa apresenta uma nova Christina e, por isso, poderíamos classificá-la apenas como uma cantora que está em busca de novas sonoridades. Isso, contudo, não a torna inovadora; mas é louvável não permanecer estática, parada no tempo.
Porém, até onde essa busca por sonoridades pode ser considerada sede artística, infelizmente, está posto a prova.
Bionic, o último (e bom) álbum lançado por ela a menos de um ano é tudo que o mercado de música pop atual desejaria de uma artista - Aguilera apresenta-se despreocupada e renovada em músicas boas para arrasar na pista sem deixar de lado as baladas românticas – é de longe o álbum mais divertido da cantora. E biônica, Aguilera foi também muitas mulheres em uma só: foi nova e atrevida (Not Myself Tonigth), ‘safadona’ (WooHoo e Sex for Breakfast), vadia (Vanity) e feminista (I Hate Boys e My Girls), sem deixar de ser mãe (na linda All I Need) e apaixonada (You Lost Me); sonhadora (Little Dreamer) e transparente, na medida do possível (I Am).
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As várias Christinas: nova, atrevida, ‘safadona’, vadia, feminista, mãe, apaixonada, sonhadora e transparente. Quem é Christina Aguilera? |
Christina tentou ser todas as mulheres que conseguisse ser e ainda assim não foi ninguém: lançou apenas quatro singles e dois clipes, além de cancelar os shows e limitar-se a aparições em programas de tv.
Em dias de mercado menos preocupado com conceitos e mais interessado em estética e performances, a dona Aguilera foi criticada por muitos, comparada com Lady Gaga (foto) e, no meio de trabalhos para cinema, música e vida pessoal, a biônica Aguilera experimentou o primeiro fracasso comercial de seus quase 15 anos de cantora, deixando claro, por volta de setembro de 2010, que os trabalhos para Bionic estavam encerrados, e seu foco dali em diante seria inteiro para o filme Burlesque. Seus promotores, porém, juravam de pés juntos que a turnê cancelada por causa do filme (ou do divórcio) voltaria com tudo em 2011, bem como os trabalhos do álbum.
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Aguilera em Not Myself Tonight e Gaga em Bad Romance: diversas comparações num universo onde tudo se copia por natureza. |
Já estamos quase que no meio de 2011 e até agora não há sinais de uma turnê ou trabalho qualquer que seja com alguma faixa do álbum Bionic.. E aquilo que mais me desagrada é justamente o fato dos trabalhos terem acabado assim - ninguém mais questiona à própria artista se haverá a cancelada turnê, ou se outros trabalhos virão através de clipes do álbum... nada. E quem é fã que permaneça à espera.
Não sou o último a saber que a indústria da música pop é excêntrica por natureza; muito menos sou ingênuo de dizer que não sabia que Aguilera era assim, uma incógnita, uma artista para lá de passional que transmite para sua arte aquilo que está sentido. E se nos dias de hoje ela não se sente mais tão renovada como em Not Myself Tonight, tão dona de si como em Prima Donna ou mesmo tão maravilhosa como em Vanity, é melhor que não imprima um grau tão grande de personalidade ao próximo álbum. Há um ano atrás Bionic era tudo que havia de bom na vida de uma Christina Aguilera provocante e segura de si, muito sexy e casada. Alguns meses depois vieram as quedas nas vendas e um divórcio. E daí o fim dos trabalhos com o álbum. Hoje Bionic não é nada na vida de Aguilera? Ok, ela é humana, merece descanso, mas os fãs também são ‘gente’, no maior sentido dessa palavra, e essa gentalha aqui espera por clipes bem produzidos, turnês, ainda que minimalistas e mais atenção por parte de seus ídolos. Se não aguenta o ritmo da indústria, então que também não use os artifícios e a própria cultura da indústria para atrair e catvar os fãs. Infelizmente, Bionic vai ficar no imaginário dos fãs como um trabalho que "poderia ser...", enquanto para os críticos e pessoas que olham de fora, como um trabalho aí que fracassou e a artista partiu para outra; mas nós bem sabemos que ele não fracassaria se a Dona Aguilera não tivesse parado no meio do caminho, afinal, não esqueçamos também que, além de tudo, há os milhões das gravadoras que tudo conseguem na indústria da cultura pop. E fã nenhum faria questão por primeiros lugares quando se tem uma turnê e clipes bacanas para assistir.
Fica aqui, enfim, o meu protesto pelo fim dos trabalhos com Bionic, pela turnê que viria em 2011 e até agora nada, e pelo anúncio de um novo CD. Não que não o queira, mas ainda gosto muito de Bionic para deixá-lo no fundo da gaveta e passar a ouvir um outro. Pergunto-me se o próximo CD não der certo o que irá acontecer... vamos passar por tudo novamente até um outro lançamento que finalmente agrade aos críticos e aí sim passem a existir os shows, clipes e trabalhos, enfim? Só vivendo para saber...
Para quem gostou das fotos do álbum,
veja todo o encarte clicando aqui.
P.S.: Não costumo usar esse blog para discutir esse tipo de temática, por isso peço desculpa aos seguidores que tenham estranhado; é só uma maneira de treinar jornalismo argumentativo.. logo mais vem (tentativa de) poesia por ai.
P.S.2: Algum fã que esteja também revoltado e queira traduzir essa bagaça para o inglês e mandar para a moça faça-o, porque reunir-se por bobagem todo mundo se reune, mas para pedir uma turnê, por exemplo... muito contente ficarei!