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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pra ontem...

"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver 'apesar de'. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio 'apesar de' que nos empurra para a frente. Foi o 'apesar de' que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi 'apesar de' que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."



É com ela que eu recomeço. Clarice Lispector. Não gosto de esperar, não aprendi a esperar e nem sei por quanto tempo consigo.



[do blog encontrandocaminhosperdidos.zip.net// a musa favorita de todas]

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Passado, presente ou futuro.

..e depois deixou tudo o que não servia para trás e foi ser feliz.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Antes de mais nada"

Antes de mais nada eu quero ser feliz


Mesmo que meu marido me traia

Sem que eu seja rica

Mesmo travesti

Até preconceito vestir.



Antes que eu me case

E mesmo que eu me case

Quero primeiro ser feliz

Porque porque e porque.

Sem tatibitati.



Para que a vida comece de verdade

Uma felicidade

Por inteiro

E não pela metade.

Combinado?



Riscado e cospido por thiago kuerques em http://thiagokuerques.blogspot.com/ [eu sou mais forte do que eu]

Sopro de vida

Numa semana em que tudo deveria ter dado certo, me desespero por pegar-me pensando que dias serão bons e dias serão, inevitavelmente, ruins. Não deveriam ser assim: os dias deveriam ser sempre bom ou, no mínimo, os dias deveriam ser menos dolorosos pela dor de tudo aquilo que deixei de fazer por medo, mais uma vez indo contra minha natureza e, aí, morrendo mais um pouco na frente dos outros e debruçando-me em sofrimento quando estou comigo mesmo e minha consciência grita mais que qualquer outra coisa morta ou viva na face desta triste existência.
É superficial! Foi preciso, apenas, uma pequena perca para o paraíso ir embora e o mundo cair, o cinza tomar conta, o coração voltar a doer apertado e tudo mais.
Poderia dizer "que decepção com o mundo", mas não posso antes de dizer que a decepção é contra mim. A dor é contra mim, a frustração é por tudo que deixo de fazer por medo, incompetência, prudência com o outro... A prudência com o outro é o pior de tudo: como é possível amar tanto ao próximo que não se pode ferrá-lo ou fazê-lo tomar no cu lindamente, sem pena nenhuma? Até quando aguentarei sofrer pelos outros para que eles pisem em minhas costas cansadas? Não sei. Parece que não há tempo.
Há ainda o amor, que não se materializa por uma série de medos - mandingas de séculos atrás - conspirações astrológicas físicas escatológicas, quem sabe, que fundidas fodem-me no mais profundo poço da solidão a dois, a três, a mil pessoas ao redor. Não falta amor, no fundo talvz faltem, apenas, seres humanos, artigo raro nesses dias cinzas coloridos por abraços artificiais, presentinhos de mentira e conveniências.
Sopra-me, oh vento que vem de não sei onde, e sopra-me vida, sopra-me coragem, sopra-me a luz divina para fazer o que é certo sem ter que sofrer mais um segundo... não morreu, Cristo, para que eu não passasse por isso?!

ESTOU FORA

Perdido e sem inspiração, por isso um mergulho sem hora para voltar naquilo que um dia escrevi; pra ver se me recupero dos amores, dos amigos, de Recife, do que fiz e do que tenho que fazer: voltar ao passado para me recuperar de mim...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Contemplação

Porque quando a alma está cansada, distante e triste, mesmo estando aqui [daqui perdeu-se o texto original e aplicou-se um remendo], o jeito é fechar os olhos, abrir os poros e [ao menos tentar] ser feliz.




Clarisse

Pegou o café mas não tomou. Sentou-se à beira da piscina e ficou a olhar o céu, as poucas núvens, a brisa de sábado, aquele encontro. O outro fitou e perguntou:

Você é feli...

Sabe qual é meu problema, interrompeu, sem abandonar as núvens, o café estava doce, depende muito do ponto de vista sobre ser feliz, e eu me dou ao direito de não me contentar com a felicidade "convencional", essa que vem e depois vai embora de nossa vida, sabe? Olhou para ele. As boca aberta e sobrancelhas arqueadas deram-lhe a ideia de que ele não o entendera. Mas dessa vez continuou. É difícil de entender, eu sei, mas a questão é que quero sempre mais das coisas, e às vezes acho que sou levemente mais feliz que você. Mas você me acha menos feliz, justamente, por eu estar nessa luta insana... E estamos sempre comparando nossa felicidade e, às vezes, querendo a felicidade alheia... Riu. O outro não entendera dieito, por isso riu também.

Deve ser, disse, olhand para qualquer lugar.

"Você entendeu?", pensou dizer, e aí calou-se. É, dev ser... preferiu, desistindo de explicar e, preferindo, trancar-se em si mesmo, de onde, pensou, "nunca deveria ter saído, não hoje"... voltou ao céu em um único gole e o outro saiu para pegar outra coisa.

Volto logo...

Tudo aquilo apertou seu coração aflito, "será que expresso tão mal tudo que sinto, ou será que o que sinto é tão louco que nem eu mesmo sei? Análise recolveria? Ou ainda posso não gostar de nada, ou não sei o que quero e ficonesse devaneio"... fechou os olhos. A brisa lhe tomou o rosto, ele estava feliz apesar de tudo. "Se não gostasse dele", pensou, "não teria tentado explicar-lhe..." e gostar de alguém o deixava feliz, o que significava que

Sim, pensou alto, eu estou feliz. Ele voltou à mesa, o outro lhe trouxe outro copo de café com leite. Voltaram-se para os assuntos de trabalho e renda. fazia calor.

Pai, filho e espírito santo

O doente à espera de cirurgia, estirado à mesa de operações, ante a anestesia que antecede o primeiro corte da cirurgia definitiva, deve, solitariamente com sigo mesmo pensar na vida

Ou na morte

De quantas coisas deixará de fazer, ou de como tudo será diferente daqui pra frente, de lá para frente [lá depois da cirurgia]... como a esperança e o medo podem ser sentimentos tão parecidos, como nos conhecemos mais momentos que precedem o momento derradeiro, o silêncio.

Na verdade, não era numa mesa de cirurgia em que me encontrava, era só mais uma viagem para casa, que teria tudo para ser agradável e doce não fosse em nome do pai; e confusa e definitiva e ameaçadora e esperançosa tão e quanto só por causa dele, o dono da porra que, em minha mãe, dentro de minha mãe, ofereceu ao mundo essa aberração, tão querido e, ainda assim, mal resolvido, medroso, mutante vilaozinho assassino de sonhos louco sozinho.

Talvez

Talvez fossem as horas mal durmidas, talvez a saudade do novo amigo, a paixão mal resolvida por motivos óbvios - o seu medo de amar... e em meio a tudo isso, onde se encontrava agora? A segundos de uma delicada cirurgia que, se bem sucedida, acabaria com aquela coisa ruim na barriga, aquele medo de dizer "te amo" e, quem sabe, resolveria tudo, tudo que realmente é importante, porque com o refúgio seguro, a vida era só um agradável laboratório que voltaria a ser feliz, experimentativo e agradável finalmente.

Em nome do pai, como nunca, mesmo com as iminências de um fim, porque nele, o filho, surgiriam flores depois de um pasto tantas vezes devastado pelo pai, filhos e espírito santo - a mãe, que pela primeira vez , concluiria mais tarde, não era tão santa mas, como ele, e aí a explicação mais lógica para esta tempestade em copo d'água, suas falhas e defeitos, era volúvel, sofredora e ainda assim crente em um futuro qualquer, futuro melhor. E diferente dele, ela se anulava para ser feliz, ele não...


Agosto de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Despertar...

Despertar...

Sou Nada e você Sonho
Seu manto negro coberto de chamas me prende
Sua boca cheia de responsabilidades me cala
Seus olhos de estrelas profundas me sufocam
Seu orgulho me desnorteia
Uma simples mortal não deveria amar um perpétuo
Não posso lutar contra isso
Mas não posso ver o futuro do meu povo destruído pelo meu amor
E o meu amor é armadilha de Desejo
E o meu desejo por você é Destruição
Não quis deixar seu mundo em tempestade
Visitei-o tantas vezes fugindo do despertar
Mas você me condenou ao inferno de não mais te ter
Já não sinto mais fome, nem sede
Sinto apenas o Desespero de te ter ao menos uma última vez
Que você me Deleite em Delirio
E por apenas mais uma vez me leve ao Sonhar
E que quando meu Destino for apenas a Morte
Eu possa contar a sua irmã sobre o dia em que você me fez renascer.


[retirado de "http://ladyselenia.blogspot.com/" - e fantástico. Hj fui eu quem se encontrou com vc... em seu texto. OBG!]

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ESPERA - tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic...

Espero porque sou paciente [ou finjo ser paciente, não importa]. Também espero porque não tenho coragem, espero porque não tenho certeza, espero porque tenho esperança e espero por mais um milhão de coisas que latejam em minha cabeça e me acalmam, e me reviram, e me transformam, e me acalmam... por isso espero.
E enquanto espero, eu perco tempo?

..tac, tic tac, tic tac, tic tac...

Não importa. Eu espero.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Por quÊ?

Porque amar sozinho é a pior coisa desse e de todos os mundos, mas eu amo. E ponto!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Amor

Porque acima de nossas cabeças há um céu bonito e azul, e sob nossos pés, abaixo do concreto ou cimento ou pixe, há terra fértil, possibilidade, alimento, vida...



E amor porque há um coração que espera, desesperadamente, pelo momento em que, em meus braços, suas dores serão lembranças de fora, longínquas; e você será eu, e vice-versa, e seremos felizes, enfim, porque o amor não é pecado.
Viver não é pecado.

Quando estiver tudo pronto, segure a minha mão.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

PARA UMA MENINA COM UMA FLOR (no lugar de Jardim)


" Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.


E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.

E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas.

E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.

E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.

E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem-vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa.

E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor. "

Vinicius de Morais




[Com a licença do Mestre para cumprir aquilo que os dias tristes e enfadonhos não me permitem fazer: eis aí o texto em construção - JARDIM.]

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

aulas_de_fotografia_PÉ_COM_PÉ


aulas_de_fotografia_SIMETRIA_E_TEXTURA









aulas_de_fotografia_A_LIBELULA







[é assim se q escreve?!]

aulas_de_fotografia_A_GARRAFA





suspiro

e esses seus susurros são como um canto em meu pé de ouvido, um orgasmo ouvir dizer que me adora, que eu "isso", que eu sou "aquilo", que eu fui a "presença" do dia, blá blá blá, blá blá blá. Mas cansa. E eu estou cansado. Pensam os psicólogos, autores de auto ajuda, mutantes a afins: qual o segredo para manter o relacionamento vivo, qual a receita para blá blá blá, blá blá blá... mas o amor tem algum segredo? Se tiver, eu digo qual o segredo: não duvidar do que eu digo, não me prometer aquilo que não vai cumprir e fechar os olhos de verdade, apertando com força minha mão. Posso ser medroso mas não costumo fugir de meus compromissos. Você cumpri com que frequência os seus? Se me quer de verdade, não fuja; posso ter fugido outras vezes, mas, por favor, já não temos tempo...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A hora do fim

Num pequeno papel, colado na mesa de cabeceira.

"Talvez depois você queira falar, mas aí pode ser que eu já não esteja, porque é sempre assim: a gente só enxerga a importância quando perde".

Meus olhos cegaram.

VÃO

vão
Há um vão entre mim e tudo que quero de amar.
Suas palavras fazem o traço para o passar.
Meus medos vão e tocam o outro lado.
Terra sua.
Você é de um pedaço aqui, dentro de mim.
Sou seu deitado em ti.
Homem agora enfim em si.
Sua causa, eu vou.


[[Retirado de http://iilogicowall.blogspot.com/
Marcos Bernarde]]