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terça-feira, 30 de junho de 2009

Perdão, Deus e pecado.

Seriam necessárias, agora, apenas uma grande tela e tintas, só isso serviria, sem pincéis, apenas uma mão, atormentada, de vinte e poucos anos, aflita com tamanhos problemas, nervosinha para expressar em movimentos aquilo que povoa os neurôneos de um cérebro relativamente cansado, na verdade, não de cansaço comum, mas por uma defesa do mundo e de todos. Seria necessário somente a transparência necessária para num único olhar dizer às pessoas certas tudo que se quer, realmente, sem personagens nem ilusões, a extinção definitiva de todos "ah, mas eu achei...", achou... achou...

_Achou o que?!, gritou com raiva.
_Eu me enganei, será que não podes me perdoar?, respondeu ela nitidamente envergonhada.
_Você me julga um monstro, espalha isso para as pessoas sem nem ao menos me perguntar o que sinto... o que é que houve, Janete, será que só você não vê a ilha na qual se isola, pondo a culpa sempre nos erros dos outros para justificar os seus, sendo uma peça incomum nesse louco sistema mas, ainda assim, fazendo-o girar cada dia mais e mais e mais...
_Não fale isso...
_Falo sim, onde estão todas aquelas aspirações de um mundo melhor? Amar o outro não significa dar-se mais que receber?
_Mas eu...
_E as injustiças do mundo, você não era contra todas elas...

O coração dele pulsa mais do que em qualquer momento de seus curto existir. Ela realmente lamenta por tudo, está envergonhada e a dor no coração é pesada demais para continuar sozinha.

_Me perdoe, eu juro que foi sem querer...
Ele pega um jarro e joga contra a parede, ela se assusta. Ele encara ela que agora encontra-se no chão.
_Aquilo era um jarro. O que faz ele deixar de seu um jarro?
Ela não entende...

_Ainda há um jarro? Pegue todas as peças, cole-as, junte-as como puder, faça como quiser, vai depender de você me dizer se é um jarro ou não.

Ela ainda não entende... seus olhos agora estão aflitos, o suor se mistura com as lágrimas e seu cabelo colado à testa insiste em atrapalhar sua vista, que já não encherga muito pelo óculos no canto da sala e o cabelo quase que dentro do olho. Ela chora, como criança, aos berros, ela certamente queria sair dali. Ela definitivamente não entende muito. Ele para, volta-se a ela e diz, dessa vez com calma:

_Você insiste para que eu te perdoe. Como você pode me pedir algo tão difícil?! Eu não sou santo, eu não sou Deus. Eu sou humano, minha carne é podre e eu não tenho tendência ao perdão. No céu ou no inferno, um dia eu pago por esse defeito. O jarro somos nós, que era de um jeito e agora é de outro, e o jarro quem quebrou é você. Cole-o, e me diga se ele volta a ser o que foi. Pode ser que fique melhor que antes, pode ser que não sirva para nada... quem mais além do tempo poderá dizer para que ele servirá, como voltará a ser o que era, até mesmo se um dia chegou a ser algo... você me diz que sou importante e toda essa lenga lenga mas, o que você ralmente sabe de mim? Quando estava com raiva de você, como você mesmo disse a todos, você procurou saber o que se passava ou logo julgou ser inveja de tudo e vontade, desesperada, de ser o que não me caberia?

Ela não fala nada, também já não chora. Ele se levanta em direção à porta.

_Eu poderia ser piedoso ao ponto de lhe perdoar, apagar tudo e começar novamente... mas não posso. Como disse não nasci para cristo e minhas feridas dificilmente saram. É um defeito grave, estou condenado a queimar no fogo do inferno? Só o tempo nos dirá, mas continuo acreditando no que realmete me traz sentido, e isso é tudo que me satisfaz.

Olha para ela. Ela presta atenção.

_Não a perdou. Nem quero que me procure mais. Ao inferno suas boas intenções, é delas que o inferno está superlotado. Quem sabe um dia eu te procuro, mas hoje não, nem pelos próximos dias. Quem sabe um dia aí, quando Deus quiser.

Ele bate a porta e a deixa ainda no chão. A lágrima desce por ser rosto liso e ela arruma o cabelo, em vão. Então se deita no chão.

Em nome do pai

A página em branco, a inveja boa das coisas, a dor no coração, o amor de pai e tudo; aqueles gritos, cruéis, de como quando se quer falar mais alto que a voz de todas as consiências e minha perdoável vontade de não escrever, por não saber nem o que escrever de tanta dor e tristesa enfim...

O filho do pai, enfim, que tem sentido inverso do filho da mãe... e daí, se o pai é mesmo um grande filho da mãe? Filho da puta? Filhos de puta...

Os erros do passado que atormentam não apenas uma mante de sessenta mas a famílai inteira... o 'te amo' nunca dito, a saudade do passado e incerteza no fututo, que de certo só tem mesmo a morte, e nos momentos derradeiros também os pedidos de desculpa e as redenções de todos, enfim, sem culpas nem pecados...

Ah, como tudo poderia ser mais fácil, menos dramático e poético para dar lugar ao muito mais simples, humano e preferível: novos pecados e redenções todo santo dia para um leito realmente de saudade pelo que um dia foi, não pelo que poderia ser não fossem os outros, ou outros e os outros.

[...]

Texto para elisa

E se eu pudesse capturar na minha lente mágica os pingos da chuva?
Que nada!
Com aquela lâmpada mágica registraria seus olhos, que mais me encantam em tudo; pediria aos deuses seu cheiro guardado em tela e você, minha, eu preservaria pura e santa em meu altar de marfim pra todo e sempre, sem fim, ser só minha e para sempre minha, sem choro, sem dor nem sofrimento, sem dúvida alguma, apenas uma flor por dia e velas por todo sempre, à meia luz, que com minha lente mágica registraria seus olhos e todos os pingos de chuva que mais parecem seus olhos chorosos por não sei o quê.. mas gostaria muito, enfim, não que fossem por mim, porque já não quero que sofras, mas, por qualquer coisa passageira que fosse menos que o segundo de seu cheiro que a tela mágica teria se a lente espetáculo conseguisse captar cinco segundos, enfim, das gotas de chuva...
Conseguirá minha lente mágica capturar?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mutante vilão solitário sozinho

Já me acostumei bem com as máscaras de vilão que se fizeram para mim ao longo de tantos [poucos] anos. E, honestamente, pouco reclamo: nas minhas veias correm sangue mesmo, quente, vivo! Não nasci para ser santo mas, ao contrário, um puto de um pecador. A diferença básica entre esse sangue de barata e os outros sangues de barata é que não quero ser nem um pouco santo, e aí metade de mim duela comigo mesmo para ver se vence o bem ou o mal. E no meio desse entrave eu detono um aqui, outro ali, alguns aculá...

Será errado saber o que sou? E que ilusão, sei que pouco sei do que realmente sou, todo dia me surpreendendo com algo novo, todo dia me deparando com o inesperado de mim mesmo, todo dia um novo homem, daí mutante, mas não o novo homem que desejei ser, e aí uma calma por não ser o óbvio, mas depois uma angústia de não ser o que os outros esperam... podes, leitor estimado, pensar que é bobagem ser o que o outro quer, mas seja você diferente e aguente as consequências, sozinho, como aguento eu, mutante daca dia mais sozinho, cada vez mais deprimido com essas pobres almas boas, cada vez mais esperançoso, ainda assim, e cada vez mais perto da loucura...

..e feliz. Só falta algo que não sei dizer o que é, mas me dou ao direito de simplesmente querer mais, mais, mais, mais... e rezar a Deus que encontre em quem me apoiar nessa jornada árdua... não é fácil...

As Canções Que Você Fez Pra Mim

[roberto e erasmo]

Hoje, eu ouço as canções que você fez pra mim
Não sei por que razão tudo mudou assim
Ficaram as canções e você não ficou
Esqueceu de tanta coisa que um dia me falou
Tanta coisa que somente entre nós dois ficou
Eu acho que você nem se lembra mais
É tão difícil olhar o mundo e ver
O que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente
Minha alegria é triste
Quantas vezes você disse que me amava tanto
Tantas vezes eu enxuguei o seu pranto
E agora eu choro só sem ter você aqui

EMANCIPAÇÃO

Ao mundo e todos aqueles que duvidam de mim: ME AGUARDEM. E aos que me amam: preparem-se. Ou seria o contrário?

Proza das entranhas - verdades e mentiras

[perdoem, sem inspiração]

A correria dos dias de 24 horas que não dão conta das coisas de tudo; o coração solitário em busca de um amor simples e bonito; a saudade do passado; o medo do futuro; a preguiça que me faz querer mais cinco minutos; o medo; o escuro; o desejo; o olhar; a liberdade; o medo de tudo...

TUDO fervendo em minha cabeça e mais milhões de outras coisas, coisas, coisas... a fulga das responsabilidades ao se dizer que as "coisas" são muitas quando, finalmente, o que são tantas coisas?

O eu comigo mesmo duelando pela dignidade, pela alegria, pelo viver bem em si: não quero o mal de ninguém mas quero muito o lugar que é meu; não quero o mal de ninguém mas que se exploda e não me apareça nunca mais; não quero mal a ninguém mas, hahahahaha, pau de cú é rola! Ah, esse duelo que não cede dentro de mim; o bem e o mal procurando novos territórios, quero fazer o bem, quero fazer o mal.

A lágrima de meu espírito lado a lado com a lágrima de meu olho esquero, as dores nas costas, a vergonha, o medo, a simplicidade de viver... quer saber do quê mais, novo homem? Você é desprezível! Mentira, as pessoas me amam! Amam nada, as pessoas têm medo e pena de você! Não é verdade, eu sei que...

Doce, amargo
Frio, quente
Pelado, vestido
Sim, nao
Azul, vermelho
Santo, Pecado
Humano, [?]


[antes "Proza poética"]

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Juro: saudade de tudo


...há tantas pessoas especiais...

Enquanto não escrevo vejo o mundo



segunda-feira, 25 de maio de 2009

Rapidinha

Esperançoso, ele pergunta se sim, mas ela esponde que não. Ele, então, baixa a cabeça e prende a respiração já difícil pela ansiedade.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Comunicação e luva de pelica

Ela chora depois do desabafo e ele, vermelho de ódio, fita a moça e grita:

_Eu não te entendo? Eu não cedo? A culpa é sempre minha? Ao Inferno! Como é que você quer que eu te compreenda ou te ajude se você não abre a porra dessa boca e diz o que sente? Eu não leio pensamentos não, caralho!?

Ela se mantém calada, cabeça baixa, olhos tristes. Ele quebra o que vê pela frente, os vizinhos batem na porta, gritam da janela, alguém chama a polícia...

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E assim chega ao fim mais um relacionamento de amor

Restos de texto

No meio da sala não, mas nos cantos das paredes;
Como é que vai ser quando eu tiver tudo que quero?;
Foi embora sem se despedir do mundo;

Todos esses restos de texto que não vingaram, por isso os joguei, todos, no lixo de meu esquecimento. Não há motivos para guardá-los em meus papeis ou bytes de memória, porque esses pedaços de inspiração são como as plantas ou galhos ou coisas que nascem e depois morrem antes do tempo, talvez nasçam também antes do tempo, por isso tão pobres de vida, por isso tão imprestáveis se não para serem jogados do solo de minha cabeça para decompor e se transformar, talvez, em uma bela planta ou restos num subsolo que um dia serão dispuitados, sangue jorrado, lágrimas e a busca por, enfim, mato ou petróleo, só muda a cor do ouro...

O ouro que sai de mim não é verde nem negro, é incolor, incógnito e simples. O que resta de mim e não serve vai para a decomposição para quem sabe, enfim, fazer bem a alguém...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O mundo dela

Hoje eu vi ela pela brecha da janela, e como ela era bela com suas letras e rabiscos na página morta daquele caderno caduco, acadêmico; a matéria perfeita para a criação de suas idéias, todas, ganhando forma nas páginas finas a partir da cabeça. A flor impressa no alto delas ganhavam mais pétalas e talvez mais cheiro e mais vida através daquela aula cheia de pessoas cansadas, clima abatido, uma aula morta, por assim dizer. A flor impressa ganhava vida e alegria, parecia sorrir para a musa de minhas pinturas e eu, espectador daquele momento de ócio criativo. A flor já sorria para mim, e ela logo me denunciaria a ela, seria meu fim? Ela era bela em seu desinteresse com o mundo, e ela no seu mundo, feliz e distraído, certamente também muito florido e muito colorido, que ela fazia questão de regar, podar e melhorar, mesmo que com grafite 0.5 e no meio de uma aula perdida, era única em meio ao nada que era aquilo tudo. E eu, invejoso por não entrar no seu mundo mas, antes disso, aquela porta que nos separava e mesmo tudo que deixamos de fazer, de dizer, que distanciou e esfriou "a gente" e o que mais? Estou preso num mundo de materia, como daria tudo para ser suas idéias! Foram apenas cinco miseros segundos, por ninguém visto naquele cemitério acadêmico, se bem que havia a flor... No fim da aula serei eu visto por ela, sem portas ou janelas, e ela certamente mais bela nessa terra que no mundo dela?

terça-feira, 19 de maio de 2009

Amo. Sim, a amo sim. MUITO.

Perdoe-me se levo tanto tampo para confidenciá-la um sentimento que é, por direito, totalmente teu, como todos os segundos que tentei, em vão, não pensar em ti, me enganando com migalhas que são ainda mais rasas se não tenho a atenção ou estima da pessoa que tanto amo...
[você]
Todos esses segundos são seus e também os que pensei em ti e todos aqueles que vivi contigo e para ti, mesmo que não soubesses que são, porque tão sublime é o meu amor medroso por ti, e amor de quê, se não interessa os outros ou suas opiniões ou existência quando só o que interessa é você? Posso ser dramático, amada?
[morro se não me olhas, falas ou sentes]
Pena ser tão tarde para dizê-la o quanto a amo, e peço a Jesus Cristo, nosso senhor, que me conceda coragem para numa próxima vida, ao primeiro gesto de amor tão puro, poder enfim fazê-la feliz e ser feliz, enfim. Até lá, condeno-me à solidão extrema pelas feridas que em ti cometi.
[um beijo]
Amo. Sim, a amo sim. MUITO.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O último pedido

Com os olhos cheios d'água ele fita a platéia, volta para si e pensa:
_Não é a sua presença ou não no decorrer de minha vida que marcará sua importância para mim mas, justamente, aquilo que construímos juntos e agora contemplamos. Muito bom se continuassemos esse belo jardim, mas até aqui ele já é tão lindo e isso é tudo, tudo de você em mim. Não tenho você agora, como não tenho a muitos, os quais gostaria que estivessem aqui, mas não tê-los me ensinou que estão sim, todos, por mais que não, porque é passado mas é, também, tudo aquilo que me trouxe até aqui, tudo aquilo que me ensinou a ser, minha estrada que não me envergonha em nada, apesar de todo o constrangimento...
E o mistério agora seria não mais perder ninguém, caso ainda houvesse tempo, mas esse é um mistério que levo para mim: tentei, sem sucesso, não mais deixar ninguém no meio do caminho. E fracasei. Mas, que bobagem... Há tanto dos outros em mim, há tanto também de você, há esse belo jardim que semeamos, boas lembranças, e o que sou, que bom ou não para o mundo, me agrada muito. E agora Adeus... eis a derradeira pá de cal.

Jogo de olhar

...e aí eu desejei insensantemente que aquele olhar olhasse para mim e que aquelas bochechas avermelhassem com a minha presença, e que os hormônios pulassem e uma explosão de qualquer coisa boa rolasse ali, para o bem ou para o mal. Mas nada disso aconteceu, na verdade nada disso meus olhos tristes captaram de ti, pelo menos não naqueles momentos em que meus olhos, rasteiros, foram até você e voltaram tristes, sem uma migalha de esperança, sem a vergonha boa de você descobrir que olho para você, ao mesmo tempo que você olha para mim mas disfarça, e ao ser descoberta fica envergonhada e se volta... esse jogo muito me falta.
Terão meus olhos tristes perdido um momento em que olhastes para mim, apaixonada, como na minha fantasia e fantasia dos outros? Ou seria, mesmo, só uma fantasia minha?
Queria mesmo o fim de todas as fantasias, mágoas, timidez e achismos. Queria, enfim, o amor puro e sereno, para então, enfim, eu ser feliz.

Aeroclube

Dali de onde as pessoas apenas iam, agora não vão mais: elas também vem, vão e vem, sem parar. As pessoas, os carros, os jumentos e toda sorte de elementos. Dali de onde uma elite aristocrata se reunia para as festas do ano, esmagando sem dó os pilares pobres de uma certa localizção, dali de onde as massas se reuniam para celebrar, dali que era o palco das normalistas, de um aeroclube que partia para todas as sortes, dali de onde tantas histórias se criou, agora, enfim, nenhuma ruína triste, nem mesmo seu saudoso semblante, pois de onde se podia encontrar um mundo, de onde se podia ganhar o mundo, agora só o beijo de progresso, asfalto e britas, alguns carros sem memória, jumentos e pessoas, e nas laterais restos de paredes que já não contemplam aquelas valsas, os carnavais ou quaisquer outras danças, nada, enfim...

A viagem - peleja

Confundi uma bela estrela vermelha com um avião a jato.
E durante poucos longos segundos viajei com ele, cortando um céu claro de lua crescente , se escondendo atrás de uma núvem de chuva, dando piruetas e seguindo a mim.
Que diabos faz um avião a jato em cima de mim? Pensei em quem, a muitos pés de minha cabeça, navegaria aquela máquina, que emoções estaria sentindo ou só rotina, que visões deslumbrantes teria do mundo abaixo dele ou só mais um... pensei na Aeronáutica, na obrigação que eles teriam, naquele momento, de informá-lo que "por estar em território estrangeiro seria necessário indentificar-se"; aliás, seria ele estrangeiro? Seria ele? E se fosse ela? Uma mulher numa super máquina cabecinha machista! Pensei também, novamente na Aeronáutica, e no momento depois, ao disponibilizar na internet um comunicado completo informando que num dado dia de quinta uma certa máquina sobrevoou minha viajem, relatórios como os de Brasília, todos on line, mas sem nenhuma maquinagem, por favor!

Depois voltei para cá. Danou-se que tem mais aviões?
Olho direito, saio do transe e volto aos poucos para a realidade, não são caças super sônicos perseguindo o avião espião que não se identificou, são só mais umas estrelas brancas... o cruzeiro, talvez Tereza ou Ceci, Fortes, próximas àquela estrela vermelha, todas lindas, no meu céu de crescente...

Rodoviária

Sou homem, de honra e "machesa", mas todas as vezes que parto meu coração fica mais um pouco de onde, na verdade, nunca saiu. Cachoeiras, geleiras, desertos e savanas, de todos os lugares eu bebo um pouco e um pouco de mim também fica neles, saudosista barato que sou, mas de onde parto, pra longe da puta que me pariu e pare, o "parto" é infinitamente mais doloroso que o de qualquer mulher que eu não sou, e a saudade, a preocupação, o cuidado e todos os derivados do amor me tornam pobre, e aí, ai de mim, toda vez que parto.

Sempre morro um pouco. E depois renaço, mais forte e mais homem, quando volto para o lugar do parto. E sonho o dia em que não parto mais. Amém!

Sábado, 9 e pouco da manhã

Na aula de qualquer coisa, um filme legendado e as palavrinhas na tela pequena dançam e fogem de meu entendimento, que também não se preocupa muito em persegui-las... com um céu tão bonito e azul, o coração e cabeça Nela e o descontentamento com tudo
[não seria essa a expressão correta]
o coração na lua e a cabeça Nela, a existência descontente com o mundo e o espírito incomodado com tudo... Socorro! Eu quero sombra fresca e ar puro! Eu quero pessoas agradáveis, prazer, alegria, boa música e alegria. Eu quero mais do mundo, já disse a Outra. Pois eu também quero mais de tudo!