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domingo, 20 de abril de 2008

Domingo de manhã

Espero pacientemente que todas as horas passem e, que num determinado momento de bondade, a vida arreganhe os dentes para mim e me dê mais cinco minutos de vida. Não vida no sentido de vida simplesmente, porque vida eu já tenho e disso não reclamo. Falo da outra vida que é exatamente mais que estar vivo.

Não quero simplesmente sobreviver, quero viver; e não faz sentido viver sozinho, porque sozinho sobrevivo, mas junto estou vivo porque, de fato, vivo.

Quero todos os sentidos e todas as palavras e todos os achismos e, sobretudo, todas as novas descobertas que, enfim, me mostrarão o sentido. De qualquer modo, sobrevivo porque a vida quer assim, e se for assim, contento-me com a sobrevida até que a vida me abra as pernas e permita mais cinco minutos de prazer.

Paciência é uma virtude, e antes que eu deixe a ansiedade deturpar o bom de estar só, paro-reflito-e-concluo que o ruim da vida não é estar só, mas antes de tudo, não estar vivo, mas apenas sobrevivo.

Reflito para achar o caminho, e todo o meu equilíbrio vem do estar sozinho. Não estou morto, muito menos mal acompanhado: trancado em pleno dia de domingo, encontro-me comigo mesmo e com todos os sonhos que procuro todos os dias, a cada novo passo incerto nesse caminho confuso, mas gostoso, prazeroso, preciosa sala de aula.

Domingo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A Borboleta

Contemplando a magnitude que traz o poder do homem, como sempre, eu observo a vida moderna e todas as mazelas de selva de pedra: o calor pelo vento que não chega graças às paredes de concreto, o ar pesado seguido da alergia graças aos carros e aos outros, a pouca vida em meio a tantos seres humanos, enquanto uma mizera planta tenta sobreviver ao asfalto fervilhante e apressado.

No meio disso, voa livre por entre os passos descompassados daqueles que caminham sem saber pra onde, e movimenta-se sábia; desvia e procura, mas não a uma flor ou a um copo d'água. Não a um galho seco ou a um lugar seguro, livre do vento. Ela simplesmente procura e depois acha...

Me acha.
Me beija.
Me pica.
Me mata.

Lá vem a benedida borboleta, trazendo um pouco de não sei o quê pra minha vida. Mas não se aproxime, oh duvidosa borboleta: se não sei a tua sina, como confiar em tua vinda?

Mas é tarde, pobre vagabundo; a borboleta é impiedoza, sugiro maliciosa, melindosa, espaçosa? Tomou-me de uma vez, derrubou minhas forças, coloriu minha vida e transformou meu espaço num grande jardim de rosas, num canteiro estranho, familiar mas distante, remoto, amedrontador mas instigante.

É o amor, pois?
Como saber? A borboleta, danada, já se foi...

terça-feira, 8 de abril de 2008

No ônibus

A um passo do espaço reservado, entro no carro e paro.

"Chacoalho"? Sim, chacoalho dentro da loucomotiva e os olhos, pra onde, pra onde devo apontá-los? Não olho para a moça que me encara ao lado, nem ao destinto senhor grisalho, muito menos à bela porém gorda senhora sedentário.

Para onde mandar meus olhos?

E meu desejo?

E minha sede?

São trinta minutos de jogo, de onde olho por céu e pro vidro, sujo, que me encara se o encaro mas foge se assim decidir fazer. Por quê a imagem do vidro teima em igual a mim fazer? Estou afito: olho pro olho que está ali refletido e ele me encara com veracidade, e aí me desespero porque olho com tudo, menos verdade, e como encarar a verdade que se encontra naquele olhar refletido, forte, voraz e decidido, se aquele seria eu, será que não sou mais eu?

Encaro o outro lado, encaro as paredes, vejo o mundo feio que se encolhe na janela, às vezes vejo a chuva, outras vezes só o embaraço, também há o vento que brinca no cabelo da menina, e o suor, sapeca, que teima em surgir de onde? Lapela? Capela? Dela!

Olhar pra onde dentro da Loucomotiva se os olhos ali presos estão presos ao presídio que é a vida em sua instância menos bonita? É vida sobreviver todos os dias? Sobreviver assim, o que seria o estado de vegetação, afinal, se estamos todos vivos, mas cada um em seu centímetro cúbico, calado, economizando as forças para o outro dia?

Penso
Penso
Penso
Penso

São dez e meia, mas ainda não são onze, agora que meu percurso chega ao meio, em que mais refletir: pensar sozinho, estar sozinho e nãodividir com ninguém o que se esconde.

Preciso que me digam: conte-me.

Conte-me...

A linha

Perdi a linha, penso, além dos laços, de amigos, de aprendizados e apirinas.

Concentro o pensamento num centro e não me concentro, procuro a inspiração de outroras e não acho, pretendo mergulhar fundo mas sem ar, juro, não mergulho.

Observo o mundo ao meu redor, as paredes e as pessoas, os carros e a água que desce por todos os lados, escorre pelos cantos da calçada, pela bica, pelas minhas costas e por fora, sempre fora.

Procuro, depois, desesperadamente algum tipo de contentamento mas não vejo, não chego, não tenho. Simplesmente não sinto, mas ardem os olhos e doem as pernas. Dói também a alma, e desespero mais a procura da batida perfeita que não acho, e acho que, no fundo, não houve... foi apenas mentira, foram apenas palavras.

Breves palavras.

Falsas palavras?

Ainda assim continuo em busca do fio. Ando à procura da linha, despedaço os laços e jogo fora todos os retalhos. Pelado, a alma crua, e viva e sensitiva para encontrar a vida. O fio. A linha.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

As cascas

Passeio lentamente pelas ruas esburacadas e sujas daquela avenida, desligado do mundo apesar dos laços recém atados e outros tantos torados.

O que me prende?

Caminho simples, no sol de meio dia, caminho firme como quem sabe bem onde é que se pisa. Caminho feliz e brinco, discreto, com os raios de sol que queimam a pele branca e lambuzam de malícia a pele preta. Caminho no meio termo.

Observo os bosques urbanos, as placas, as calçadas, a vida. As pessoas, todas, caminham rapidamente no meio da selva de pedra na busca de ganhar tempo e eu me pergunto: tempo para o quê, se essas pessoas, todas, não fazem nada se não sobreviver? Pensarão elas, Deus meu, no verdadeiro sentido de viver?

Paro.

Um carro!

Outro passo. Retomo... onde estava?

Laço.

Não, a lâmina.

A lâmina fria não tocará o coração dessas pessoas em dia de angústia? Sim porque quanto mais eu penso na vida mais encosta a bendita lâmina fria e aí, assim, fico refém de um passo mais alto, apesar de gostar de tudo. De tudo. E as pessoas, não pensam no sentido dos sentidos? O que sentirão agora, segurando as bolsas ou correndo por entre os carros, arriscando a vida não por ser atropeladas, mas por morrerem daqui a pouco e não fazerem nada?

Penso.

O vento toca minha pele machucada, mas já sinto um pouco das cascas. Meu coração. Meu coração... Volto a sentir as coisas como antes sentia, só que mais experiente porque agora é um outro dia, e não fico mais triste nas noites... telefone... foi babi...

Onde estava?

Babi. Não, o telefonema de babi. A ferida, coitada, brincou com o vento e o vento, enfermeiro, tratou de deslocar o grosso. Sinto, agora como moleque "buxudo" aperto a ferida e não dá mais medo. Agora, arranco a ferida e não dá mais tempo.

Lá vem o ônibus.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Carne Viva

Não pergunte o que sinto, porque honestamente não sei dizer, mas se pudesse dar algo a você daria a confusão que agora se passa por minha cabeça louca e perseguida. Só os loucos são felizes, repito, na esperança de encontrar a felicidade... Que nada! Simplesmente, ninguém é feliz sozinho, e eu não quero estar só apesar de, no fundo sempre sozinho. Que dó de você, Léo, todo machucado, em carne viva. Mas é bom, Léo, carne viva. Viva. Viva!

O novo

Outro homem
Outro

Renasço todos os dias como um novo ser em constante desenvolvimento que ama repentinamente e esquece, creia, mais que facilmente.

O outro homem não carrega mais as feridas e as dores do outro homem. Este homem carrega, sim, os aprendizados de todos os homens, o censo comum de alguns e a coragem de ser de mim e de você.

Este novo homem é instantâneo como a borboleta que nasce mas morre daqui a pouco, como o gosto doce e agradável daquilo que a gente deseja novamente mas não pode ter nunca mais: ou melhor ou pior, nunca do mesmo jeito.

Este é o novo homem, e não estranhe se amanhã ele não mais ser... no fundo, esse novo homem só é novo no raso, porque por dentro, profundo, ele é o mesmo, o solitário, o sozinho.

Pobre mutante em busca de auto-afirmação... Corra mutante! Viva mutante! As feridas, mutantes, vão embora, assim como a vida e alguma coisa mais que agora me falha a inteligência pra rimar com ais.

Viva, nobre vagabundo, e amanhã a gente conversa mais. Mais. Mais. Mais...

O mutante - devaneios soltos de um feliz infeliz

Um viva a todas as Ritas!

---

Juro
que não vai doer
se um dia eu roubar o seu anel de brilhantes
Afinal de contas
dei meu coração e você pôs na estante
Como um troféu no meio da bugiganga, você me deixou de tanga, ai de mim que sou

Quando romântica!
eu me sinto um pouco rejeitado me dá um nó na garganta
Choro até secar a água de toda mágoa
Depois eu
passo pra outra

Como um mutante
No fundo
sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que
sou romântico

Kiss-me baby
Kiss-
me

Pena que você não me quis
Não me
suicidei por um tris
Ai de mim que sou...

Romântica...
assim.
Romântica...
Romântica.


Juro
que não vai doer se um dia eu roubar o seu anel de brilhantes
Afinal de contas dei meu coração e você pôs na estante
Como um trféu no MEIO DA BUGIGANGA
Você me deixou
de tanga
Ai de mim que sou romântica

KISS-ME BABY
KISS-ME

Pena que Você não me quis
não me suicidei por um tris
Ai de mim que sou assim
?!


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COMO UM MUTANTE
(NO) FUNDO SEMPRE SOZINHO
SEGUINDO
O MEU
(CAMINHO)
(AI DE) MIM QUE SOU ASSIM

terça-feira, 1 de abril de 2008

Passos

Caminho ferido pelo caminho da vida, incerta, crua e impiedosa.

Caminho indeciso, sozinho, e a curtos passos.

Os Passos:
.......Passos
........Passos
....... Passos
.......Passos
..... Passos
.... Passos
..... Passos
...... Passos
....... Passos
........ Passos
......... Passos
......... Passos

São todos tão incertos, mas piso tão firme; e são todos dolorosos, mas o que e a dor se não um algo estranho que nem eu mesmo sei o que?

O que é a decepção?

O que é a vida, enfim, se não a vivemos com coragem de rasgar a pele e viver em carne viva, ainda que doloroso, mas muito necessário?

Decepção
Obcessão

Que decepção, doce obcessão.

Passo.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Há uma semana atrás

Sou mais que um mutante. Sou um esquizofrênico. Pobre esquizofrênico... Mas tô feliz.

---

Abandonado, esse é o meu fado!
Jogado ao lado, coitado!
Meu drama renasce a cada segundo que me encontro só
E é assim que estou quando me encontro em casa - sozinho

Mas assim que estou junto
Juro
Me acalmo e renasço.

Fraco!

Esse pobre coitado
Que talvez nem risca à vida de alguém
Só rasteja pela atenção de ninguéns!

Sofre, nobre vagabundo,
Ou renasce, grandioso
- Esplêndido, amiga? -
Mutante sempre sozinho
Mas sigo o caminho, sem fim, mas...

Afim.

pela manhã...

Que se danem aqueles que incomodam-se com minha indiferença, penso, antes de dar o primeiro passo.

Um degrau e outro. Passo.

Que pensamento estranho, concluo, para quem acabou de despertar...

Despertar. Como assim despertar? Despertar? O que é despertar? Penso. Desperto desde quando, se desde ontem não durmo, posso estar desperto?

Desperto novamente. Já é rua, estou na porta do ônibus, pensaria mais se houvesse tempo, mas é melhor pegar o ônibus antes que se fique perdido na rua por mais tempo.

É melhor nao perder mais tempo.

Homenagem-apelo -"Pirulito"

Adoço a vida!
Corro atrás de um mimo: um caramelo, um docinho de coco, um capricho, uma mentira...

E ganho tua atenção pelo estômago, e depois me foges com... Sem palavras.

Mintamos, então, porque aí o mundo nos vê e temos nossos cinco minutos de Holofotes, para todos os nossos dramas, todos, e todas as dores e até prazeres, por quê não? É saboroso mentir? Que prazer deves sentir...

Mintamos! E camuflemos, enrolemos. E depois, choremos, sozinhos, com o rolo compressor que são todas as nossas mentiras, e todas as nossas histórias, cada vez maiores e maiores e mais pesadas para desmentir e mais complicadas para voltar e mais... Lambra, amor, como foi fácil pensar vou mentir pequenininho e só dessa vez, pra ter um negocinho para contar... Mas cresceu, meu bem, cresceu demais meu bem... Você ainda aguenta? E quais dessas histórias são verdadeiras agora e quais são coisa de sua cabeça, se é tanta mentira que nem... Nem há palavra.

Responde meu bem... ou...

Um doce, meu bem? Minta um pouco, mais um pouco, só mais um pouco. Como eu, e ele, e ele, e o outro. Todos mentem, meu amor, e todos têm problemas, e todos têm orgulho também, mas a mentira não pode prevalecer. Todos choram também quando assim tem que ser amor, e é assim que tem que ser: redimir-se com um banho de verdade para seguir bem.

Um doce? Liberte-se, meu amor...

Liberte-se.
Liberte-se.
Liberte-se.

Conte a verdade, meu bem; encare a realidade de verdade, bem; e destrua de vez aquilo tudo que te machuca tanto. Destrua as mentiras, meu bem, enquanto há tempo, porque logo mais, talvez seja pesada demais, todas, para você aguentar sozinha. Você vai ficar sozinha...

Conte a verdade, e liberte-se de verdade, meu bem. Por um doce. Uma verdade para vivermos bem...

Meu bem...

quarta-feira, 26 de março de 2008

26 de março de 2008

Três horas da tarde e alguns milésimos de segundo.

O que sinto agora? Pergunto.

Sem respostas...

Tenho medo de dizer te amo, tenho vontade de gritar o que sinto, tenho medos e desejos reprimidos, tenho meus sonhos, meus sonhos, meus sonhos... Tenho meia dúzia de amigos, tenho meia dúzia de dizeres.

Clichês...

E dúvidas. Muitas dúvidas.

Estou aprendendo, sou só um ser humano. Carne viva, viva, sedento de desejos, todos, sonhos e desejos...

Nova paixão...

Pegue na minha mão e poderás sentir tudo que sinto, juro.

Não creio, sorri, enquanto bebe mais um gole de não sei o quê.

Mas eu juro a você que não dói, eu juro...

Eu sei, mas não quero sentir, simplesmente.

Silêncio.
Barulho.
Sós?
Acompanhados.
Depois do sorrisinho malicioso, o mundo todo em silêncio absoluto e nada mais faz parte desse novo mundo.

Mundo Novo.

Novo Mundo...

No chão

Respiro... e penso:

Sonhei, acordei, busquei, consegui, vivi, adorei, planejei, me joguei, voei alto, mais alto, mais alto, alto, alto... caí.

Respiro. E concluo: cá estou. Choro ou levanto?

Problemas de inspiração

No meio dos sentimentos em ebulição, inspiro-me, inspiro-me e expiro nada, ou tudo, mas confuso, desorganizado, um vômito convulsivo, uma transe de palavras meio bobas que em nada me ajudam na jornada, pelo menos não na momentânea jornada.

Fé no futuro?

Velório

Despeçam-se agora, porque não há tempo: essa pobre alma que vagueia perante o vento está cansada do alento e decidiu que não há tempo, porque se perdeu por demais todos os tempos... Dêem adeus a esse... Meu desejo agora é não ferir-me mais, e se até agora o sentido obtido não passou de dor, o sentido daqui pra frente vai ser a dor seja lá em quem for, menos nesse pobre... Adeus, mundinho ingrato. Recebam o que restou de meus sonhos feridos, mal tratados, machucados, esperançosos, enfim...

terça-feira, 25 de março de 2008

Trânsito

No meio dos carros, olho sempre para trás, sempre que chego ao sinal fechado, vermelho, cansado. Sempre que me vejo para trás...



Sempre para trás, por que, se a vida tem que seguir em frente... Confuso.



Alguém buzina, quebrou-se a ponte com meu refúgio, encontro-me novamente na realidade quente do asfalto caótico e... Melhor assim, penso, sem refúgios imaginários ou alucinógenos.

Acelero como quem prefere fugir, extremamente amdrontado, de um inimigo perigoso, perigoso. Olho para a frente, mesmo que os olhos e o corçãoqueiram o passado. Como saber o que há no futuro se não indo em frente?

Pra rente léo, pra frente, repito, antes que olhe pra trás e recomece.

Recomece...
Recomece.

segunda-feira, 3 de março de 2008

No escuro...

Bum...

[]
[]
[]
[]
[]

...mergulho...

[]
[]
[]
[]
[]

...sem ar...

[]
[]
[]
[]
[]

...estou morto?

[]
[]
[]
[]
[]

Desculpe, talvez mais profundo pra ver se acho o que procuro. Por hora, sem inspiração. Inspiração...

Despedida e o laço de fita

Lá vem a menina com seu laço de fita.

E o vento balança o cabelo sedoso da menina amarrado apenas com um fino laço de fita.

Fita...

Fito a menina.

...

O pior das despedidas, penso, enquanto a mãe agarra o braço da menina, são os laços. E o pior do ser humano, concluo, é o sentimento indevido, que estraga todo o ser, e em tudo no ser. Malditos laços.

Levanto da cadeira e consumo o último gole de café. Caminho mais um pouco até a frente do seleiro, entro sereno e caminho. Despisto. Chego com frio ao fim do coredor e respiro (fundo), antes de aproximar a mão serena na porra da maçaneta. Geladas, elas se repelem, como a coragem e o medo nesse momento de desespero.

O que espera de tamanho descontento? Hoje, porém, eu preciso ser mais forte que o meu medo, penso, enquanto deliro e suo. A febre, sinto a febre, mas não há tempo. A febre... Há febre.

Concentro-me.

Agarro a maçaneta com força, como quem se agarra à vida... Abro a porta e, o ar perfumado e gelado me toma o corpo, amedronta a mente. Fortalece o Espírito. Sobreviverei sem o alimento do espírito, deliro novamente, até que me concentro e centro.

Ou não centro?

Desculpe. Fecho a porta e saio correndo. Saio do seleiro, dobro a esquina e sento, novamente, no cafá "centro".

Outro café, um analgésico e comprimidos. Amanhã eu findo, mas hoje sobrevivo...